Robô Perseverance consegue extrair oxigênio do planeta Marte
O robô Perseverance, da NASA, que chegou ao planeta Marte no último dia 18 de fevereiro, conseguiu um feito até então impensável: transformar parte da atmosfera fina e rica em dióxido de carbono do Planeta Vermelho em oxigênio.
Para isso ele utilizou um instrumento chamado Experimento de Utilização de Recursos In-Situ de Oxigênio de Marte (MOXIE), que está acoplado ao Perseverance. O teste aconteceu na terça-feira, 20.
Perseverance e o oxigênio em Marte
De acordo com a NASA, o oxigênio isolado e armazenado em Marte poderá ser utilizado para que foguetes tirem astronautas do planeta. Esse dispositivo também pode um dia fornecer ar respirável para os próprios astronautas.
“O oxigênio não é apenas aquilo que respiramos. O propelente do foguete depende do oxigênio, e futuros exploradores dependerão da produção do propelente em Marte para fazer a viagem de volta para casa”, diz Jim Reuter, administrador associado da Diretoria de Missão de Tecnologia Espacial (STMD) da NASA.
Já Trudy Kortes, diretora da STMD, MOXIE não é apenas o primeiro instrumento a produzir oxigênio em outro mundo, mas uma tecnologia que pode ajudar futuras missões a “viver da terra”.
Separando o dióxido de carbono
Entretanto, o equipamento não é capaz de “criar” oxigênio.
Na verdade, o que ela faz é coletar o dióxido de carbono (CO2) que existe em abundância na atmosfera marciana, separando os elementos a partir de processos químicos e que usam eletricidade.
Como resultado o oxigênio (O) é armazenado, enquanto o monóxido de carbono (CO) restante é devolvido para Marte.
A expectativa é que o MOXIE extraia oxigênio pelo menos mais nove vezes ao longo de um Ano marciano (quase dois anos na Terra).
Nesta primeira experiência o oxigênio total produzido foi de cerca de 5,4 gramas, o suficiente para manter um astronauta saudável por cerca de 10 minutos de atividade normal.
Produzindo oxigênio em outro planeta
A NASA diz que tirar quatro astronautas da superfície marciana em uma missão futura exigiria aproximadamente 15.000 libras (7 toneladas métricas) de combustível de foguete e 55.000 libras (25 toneladas métricas) de oxigênio.
Em contraste, os astronautas que vivem e trabalham em Marte requerem muito menos oxigênio para respirar. Os astronautas que passam um ano na superfície usariam talvez uma tonelada métrica entre eles.
E transportar 25 toneladas métricas de oxigênio da Terra para Marte seria uma tarefa árdua, mas transportar um conversor de oxigênio de uma tonelada, que poderia produzir aquelas 25 toneladas, seria muito mais econômico e prático.
Fonte: NASA