UFO crônica: Das passarelas ao cockpit
O Portal Vigília inaugura hoje uma nova seção: as UFO Crônicas. O escritor e editor Chico de Paula, nosso novo colaborador, voluntariou-se a brindar regularmente os leitores e leitoras com histórias e reflexões fictícias — às vezes nem tanto — sobre o universo da Ufologia e da busca por contato com seres extra(intra/ultra/supra)terrestres. Sempre com um olhar alternativo, com uma pitada de humor e picardia. Sua primeira contribuição segue abaixo: Das passarelas ao cockpit!
_____________
Das passarelas ao cockpit!
Qual a distância da Fashion Week até o Cessna T303 Crusader? Você, meu querido leitor, certamente achará esta pergunta absolutamente sem sentido. Com razão, declaro. Entretanto, ainda mais sem nexo é uma modelo divulgar um dos mais impressionantes registros de óvnis feitos até hoje, declarando-se a responsável pela filmagem e, ainda de lambuja, dar detalhes — suspeitos detalhes — sobre o ocorrido.
Felizmente, para a alegria geral da nação ufológica, aquele que parece ser o verdadeiro responsável por filmar o objeto voador — até agora, não identificado — veio a público reclamar a autoria para si. Com detalhes — mais confiáveis detalhes — o piloto reivindicou a filmagem alertando para a real localização e contexto do fenômeno.
Infelizmente, o acontecimento principal continua sem uma explicação convencional, e o inconveniente da modelo Valentina Rueda parece não ter um motivo convincente.
Qualquer resposta para a pergunta acima é igualmente absurda, sobrando senão mais indagações: como a modelo teve acesso a filmagem?; por quais motivos teria ela postado o material outorgando-se a autoria?; quem era o companheiro anônimo de viagem do piloto?
Para esta última, alega-se que se tratava de um instrutor que prefere não ter o nome revelado. A velha novidade do sigilo, sempre tornando a vida dos ufólogos mais difícil e facilitando o descrédito dos descrentes.
Entretanto, conspirações à parte, pergunto-me se não era Valentina Rueda a passageira daquela viagem. Fato que explicaria muita coisa, inclusive o anonimato do suposto instrutor de voo. De qualquer maneira, não é da nossa conta se a modelo e o piloto estiveram juntos naquela tarde.
Uma outra possibilidade que parece fazer sentido, ao menos neste ilógico cenário, é a da modelo estar tentando um intercâmbio fashion com os pilotos intergalácticos das sondas e aparelhos que sobrevoam os céus da Colômbia.
Ora, vai que ela não queria apenas descobrir quais são os modelitos mais descolados da estação cósmica? Ou quem sabe não buscava saber como as manequins greys desfilam seus trajes espaciais.
Porém, uma outra insólita e menos provável explicação seria a de chamar atenção para si. Ainda bem que, certamente, não eram os holofotes humanos que ela devia estar tentando atrair. Afinal de contas, por qual motivo alguém, que vive de fama, iria se contentar em ficar conhecida internacionalmente, quando poderia se tornar uma celebridade intergaláctica?
Tá aí, só não vê quem não quer. Afinal, é mais fácil chamar as pessoas de interesseiras e criar teorias estapafúrdias do que aceitar a dócil verdade de que a nossa cara modelo estava tentando apenas contactar os extraterrestres, na tentativa de viralizar e levar sua carreira além das fronteiras do sistema solar.
Só me pergunto agora, se ela já recebeu alguma proposta ou, pelo menos, uma promessa de abdução com direito a implante.
