Ufólogos reclamam do processo de abertura dos arquivos secretos no Brasil
Pesquisadores da chamada Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e signatários do Dossiê UFO Brasil (protocolado no dia 21 de dezembro de 2007 no Palácio do Planalto, na forma de requerimento endereçado à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff), já começam a falar em impetrar um mandado de segurança contra o Ministério da Defesa e o Governo Brasileiro em virtude do processo de liberação dos documentos oficiais brasileiros referentes a OVNIs e extraterrestres.
A ameaça consta de matéria divulgada a pouco no Portal UFO, da Revista UFO. O texto é assinado pelo conselheiro especial da publicação, Fernando de Aragão Ramalho, um dos integrantes da CBU.
Em maio de 2005, os membros da CBU visitaram as instalações do I Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), a convite da aeronáutica, com a expectativa do início das tratativas para a transferência de conhecimento – e documentos oficiais – dos militares para a sociedade civil. Na época, as expectativas foram reforçadas e fomentadas pelos interlocutores militares do encontro.
Mais de dois anos depois, sem qualquer novo desdobramento, o Dossiê UFO Brasil foi a forma encontrada pelos pesquisadores de retomarem o assunto, incitando o cumprimento da Lei 11.111/2005, criada pelo Governo para regular a salvaguarda de itens considerados secretos no país. Pela nova regulamentação, o prazo de sigilo de inúmeros documentos oficiais estaria encerrado, obrigando sua liberação para consulta pública.
No entanto, apenas recentemente – em 31 de outubro de 2008 – o Ministério da Defesa enviou cópias de alguns documentos ufológicos militares à Coordenação Regional do Arquivo Nacional, no Distrito Federal (AN/COREG). As pastas contém apenas 213 páginas de cópias xérox e alguns recortes de jornal e, segundo os pesquisadores, representam menos de 1% do que os ufólogos solicitaram no Dossiê UFO Brasil. Os pesquisadores alertaram ainda que os documentos não contém fotos e filmagens dos arquivos do COMAER (Comando da Aeronáutica) produzidas em episódios já bastante conhecidos da Ufologia Brasileira, como a Operação Prato e a Noite Oficial dos UFOs no Brasil
O conselheiro Fernando Ramalho descata que “só as três pastas conferidas manualmente pelos membros da CBU, quando de sua visita ao CINDACTA em maio de 2005, incluindo esses dois casos citados, continham bem mais do que as 213 cópias enviadas ao AN. Além do mais, como já fora motivo de desconfiança antecipada por este membro da CBU, nada da Marinha e nem do Exército foi disponibilizado”.
O Portal UFO disponibilizou o conteúdo para download:
Pasta 1 – 1952 – Caso Barra da Tijuca Pasta 2 – 1954 – Relato de um comandante da VARIG e síntese de ocorrências de avistamentos Pasta 3 – 1955 – Relato sobre UFO em Araras (SP) Pasta 4 – 1956 – Relato sobre UFO em São Sebastião (SP) Pasta 5 – 1962 – Caso Duas Pontes, de Diamantina (MG) Pasta 6 – 1968 – Relatos diversos no estado de (SP) Pasta 7 – 1969 – Relatos diversos nos estados de SP, MG e RJ Pasta 8 – 1969 – Boletins do SIOANI Pasta 9 – 1969 – Recortes de jornaisde abril a junho |
Fonte: Portal UFO – Revista UFO (http://www.ufo.com.br)
A farsa da “desclassificação” espanhola
Enquanto no Brasil os pesquisadores falam em mandado de segurança para garantir a liberação total dos arquivos OVNI registrados pelas forças armadas, o escritor espanhol Juan José Benítez, já bastante conhecido no cenário ufológico internacional, teria afirmado em entrevista à Rádio “Punto Cero”, no México, que a desclassificação em seu país foi uma farsa.
O fato foi comentado pelo jornalista e pesquisador mexicano Yohanan Díaz Vargas em seu blog. Benítez está no México para o lançamento de seu livro “De la mano con Frasquito”, ainda sem lançamento previsto no Brasil. Manchando um passado de excelentes relações com a comunidade ufológica brasileira, há alguns anos o pesquisador espanhol provocou polêmica por aqui ao divulgar supostas pesquisas que teria feito sobre o Caso Varginha, apresentando resultados totalmente dissonantes com o que diversos pesquisadores brasileiros já tinham apurado no episódio.