Vídeo da Esfera de Mosul é finalmente divulgado pela USAF após pressão judicial

Vídeo da Esfera de Mosul é finalmente divulgado pela USAF após pressão judicial
A mais nova divulgação do cineasta Jeremy Corbell, uma esfera voadora filmada de cima por um equipamento de vigilância numa zona de conflito no Iraque (Imagem: DoD/Jeremy Corbell)

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos liberou oficialmente o vídeo da chamada “Esfera de Mosul”, um dos casos mais discutidos da ufologia contemporânea. As imagens inéditas, captadas por uma aeronave de vigilância militar em 2016, mostram uma esfera metálica cruzando os céus do Iraque sem qualquer sinal de propulsão visível. A divulgação marca uma virada histórica na luta pela liberação de dados sobre Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs).

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Um vídeo com apenas quatro segundos de duração foi finalmente tornado público nesta segunda-feira (1º). As imagens mostram uma esfera prateada, de aparência metálica, deslocando-se de forma fluida e estável no céu de Mosul (ou Mossul), no Iraque, em 16 de abril de 2016. A gravação foi feita por uma aeronave de vigilância da CIA durante uma missão de reconhecimento na região e foi mantida sob sigilo até agora, apesar de repetidos pedidos por meio da Lei de Liberdade de Informação dos Estados Unidos (FOIA).

A liberação do vídeo foi resultado direto de uma ação judicial movida pelo jornalista investigativo Dustin Slaughter, em parceria com advogados especializados na aplicação da FOIA. O caso vinha se arrastando desde 2023 e culminou, agora, na abertura de um importante documento audiovisual antes inacessível até mesmo a órgãos de controle do Congresso norte-americano.

“Ele meio que chegou do nada. Meu advogado e eu recebemos um e-mail de um advogado do Departamento de Justiça representando a USAF dizendo apenas: ‘aqui está esse vídeo que encontraram’”, declarou Slaughter em entrevista ao podcast WEAPONIZED, apresentado pelos também jornalistas Jeremy Corbell e George Knapp.

Um enigma de quatro segundos

Apesar da brevidade do clipe — apenas quatro segundos — o conteúdo visual certamente será suficiente para reacender os debates sobre as capacidades tecnológicas de certos objetos captados em zonas de conflito. A esfera, que aparece em pleno voo, não demonstra qualquer tipo de propulsão visível, não gera turbulência e permanece em movimento linear e estável, sem flutuações aparentes.

Jeremy Corbell, que já havia divulgado anteriormente uma imagem estática retirada desse mesmo vídeo, afirmou que a gravação reforça a autenticidade do material e rebate as teorias céticas que sugeriam que se tratava de um reflexo no chão ou de uma imagem distorcida de alguma estrutura urbana. “Isso estabelece um precedente histórico — não apenas para a transparência governamental, mas para o jornalismo investigativo”, afirmou Corbell em postagem no X (antigo Twitter).

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A liberação do vídeo também deve reforçar a percepção de um padrão observado em outros registros militares de UAPs, além de provavelmente ajudar a reverberar  os casos Colombianos, como a esfera de Buga, apesar das suspeitas que pairam sobre esse último caso.

Uma esfera estranha sobrevoou a cidade de San Diego em 2014. E foi filmada em alta resolução por um funcionário do Departamento de Defesa.
Uma esfera estranha sobrevoou a cidade de San Diego em 2014. E foi filmada em alta resolução por um funcionário do Departamento de Defesa (Reprodução: canal It’s [redacted]).

O que mostra o vídeo?

A gravação mostra um cenário limpo, de visibilidade nítida. Uma esfera metálica aparece voando na horizontal, cruzando o quadro da câmera sem mudar sua velocidade ou trajetória. Aparentemente, o objeto não possui asas, rotores, sistemas de exaustão ou qualquer característica reconhecível de uma aeronave convencional.

De acordo com os registros da ação judicial, o vídeo foi mantido sob posse do National Air and Space Intelligence Center (NASIC), unidade da Força Aérea dos EUA responsável por analisar ameaças aeroespaciais. Mesmo com o crescente interesse do Congresso e da imprensa especializada por casos do tipo, o material permaneceu inacessível até ser forçado judicialmente à liberação.

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Transparência à força

A divulgação do vídeo da “Esfera de Mosul” evidencia as tensões persistentes entre os órgãos militares norte-americanos e a crescente demanda pública por transparência em relação ao fenômeno UAP. Embora o Congresso dos EUA tenha aprovado legislações nos últimos anos exigindo maior abertura e prestação de contas por parte do Departamento de Defesa, muitos materiais continuam sendo tratados como classificados por questões de “segurança nacional”.

Slaughter, Corbell e Knapp vêm liderando um movimento jornalístico que pressiona o governo por maior abertura. Eles defendem que a liberação de documentos, imagens e vídeos relacionados a UAPs é de interesse público e fundamental para a compreensão de ameaças reais ou potenciais — sejam elas de origem tecnológica humana ou não identificada.

“Ao tornar este vídeo público, estabelecemos uma jurisprudência. Agora sabemos que o governo possui materiais e pode ser forçado a liberá-los”, disse Slaughter.

Mosul Orb e a nova fase da ufologia investigativa

O vídeo da esfera em Mosul agora se junta a um conjunto de evidências visuais que vêm sendo reveladas nos últimos anos, em especial desde a criação da força-tarefa UAP do Pentágono e posteriormente do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO). Ainda que o AARO tenha prometido transparência, muitos dados foram retidos ou sequer listados em seus relatórios públicos.

Em janeiro de 2023, quando o Portal Vigília divulgou a imagem estática extraída do vídeo e vazada por Jeremy Corbell, especialistas dividiram opiniões sobre a autenticidade da imagem e a natureza do objeto. Agora, com a versão em vídeo liberada oficialmente, a discussão avança para um novo patamar.

O que esperar a partir de agora?

A liberação do vídeo de Mosul pode se tornar um divisor de águas para outros casos em sigilo. Slaughter e seus advogados afirmam que continuarão pressionando por mais liberações. Paralelamente, Corbell e Knapp prometem novas revelações em breve — sugerindo que outras filmagens semelhantes também estariam prestes a vir a público. Seu último vídeo vazado, de fontes militares, parece indicar um objeto discoidal voando entre nuvens, mas vem sendo fortemente criticado com a possibilidade de ser apenas efeito de um reflexo na lente.

Grande UAP em forma de disco sobre o Afeganistao reproducao @JeremyCorbell Instagram
Grande UAP em forma de disco sobre o Afeganistão (reprodução – @JeremyCorbell / Instagram)

O episódio mostra que, apesar das barreiras institucionais, a pressão jurídica e midiática pode abrir frestas no sigilo que envolve os fenômenos anômalos. Para a comunidade ufológica e os estudiosos do tema, cada novo dado visual é um passo crucial na construção de uma compreensão mais objetiva — e talvez surpreendente — sobre o que realmente voa nos céus da Terra.

Redação Vigília

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