Moradores relatam perseguição por luzes misteriosas em Barras, no interior do Piauí

Moradores relatam perseguição por luzes misteriosas em Barras, no interior do Piauí
Em entrevista, Dona Francisca, uma das testemunhas oculares da Luz (reprodução Portal A Grande Barras - Facebook)

O sossego da zona rural do município de Barras, no norte do Piauí, foi interrompido recentemente por uma série de eventos inexplicáveis, com luzes misteriosas que têm levado pânico à comunidade local. Nos últimos dias, residentes da localidade de Cajazeiras e arredores, próximas ao povoado de Lameirão, relataram o aparecimento de luzes não identificadas no céu noturno que, segundo os testemunhos, não apenas sobrevoam a região, mas perseguem ativamente veículos e pedestres. O fenômeno ocorre predominantemente no período noturno, por volta das 20h30, estendendo-se, em alguns casos, até a madrugada, transformando a rotina de deslocamento dos habitantes em uma experiência de medo constante.

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Os relatos descrevem um objeto luminoso silencioso, com capacidade de realizar manobras inteligentes, parando quando as testemunhas param e seguindo-as quando tentam fugir. A situação tornou-se crítica o suficiente para que a população solicitasse a presença da imprensa local na esperança de atrair a atenção de autoridades e especialistas. O caso ganhou repercussão através do Portal A Grande Barras, um veículo de comunicação que, embora esteja com seu site desativado atualmente, mantém uma forte influência jornalística na região através de seus perfis em redes sociais, servindo como principal canal de denúncia para as comunidades rurais.

A iniciativa de denunciar o caso partiu da moradora Conceição, que contatou a equipe de reportagem movida pelo terror que se instalou na vizinhança. O objetivo, segundo ela, é clamar por uma investigação técnica.

Eu chamei a equipe Portal A Grande Barras porque isso vem fazendo muito medo às pessoas”, explicou Conceição, ressaltando a esperança de que a exposição midiática traga “um especialista pra poder trazer alguém pra nós desvendar esse mistério”.

Ela relata que o fenômeno não é inédito, citando um incidente ocorrido há três anos com um rapaz chamado Mael, que foi seguido até sua residência, onde a luz permaneceu pairando sobre o telhado, mas que, na época, o medo o impediu de registrar o ocorrido.

A recorrência dos eventos parece ter se intensificado, com novos casos surgindo em um curto espaço de tempo. Conceição mencionou um episódio recente envolvendo um morador identificado como Júnior, da localidade Malhada de Pedra, que ficou demasiadamente traumatizado para conceder entrevista. O padrão descrito é consistente: aparições noturnas, sempre no mesmo local conhecido como “Salto de Pedra”, e uma interação direta com as testemunhas, caracterizada por perseguições em estradas isoladas, criando um clima de aterrorizante insegurança que tem forçado a comunidade a impor um toque de recolher informal, evitando sair de casa após o anoitecer.

O relato dramático de uma perseguição na estrada

Um dos depoimentos mais contundentes foi o da lavradora Francisca, que viveu momentos de tensão ao lado de seu marido, Lourival, conhecido como “Lourin”. O casal retornava da casa de parentes por volta das 21h quando avistou o que Francisca descreveu inicialmente como uma “estrela vermelha” ao subir a ladeira do Salto de Pedra. Ao entrarem em uma vereda mais estreita, perceberam que a luz os acompanhava. A proximidade do objeto aumentou drasticamente em uma baixada, onde a luz voou baixo, “por cima dos pau, das palmeira”, iluminando toda a área ao redor. O pânico foi imediato: “Corre meu fi que a luz vai pegar nós”, gritou Francisca para o marido.

Na fuga desesperada, Lourival perdeu o chapéu, mas a insistência do fenômeno foi tamanha que, ao tentarem recuperar o objeto perdido momentos depois, a luz reapareceu instantaneamente sobre eles, forçando-os a abandonar a moto e buscar abrigo na casa de um vizinho. O relato de Francisca descarta a possibilidade de ser um drone convencional, enfatizando o tamanho do objeto e, principalmente, a ausência de ruído. “Tudo silencioso”, afirmou ela, completando que “o negócio lá é grande, não tem nem jeito de ser drone não”. O impacto fisiológico do encontro foi severo; a moradora relatou ter precisado de atendimento médico hospitalar devido a picos de pressão alta causados pelo susto, permanecendo com sequelas físicas dias após o evento.

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Lourival, marido de Francisca, corroborou a história com detalhes sobre o comportamento do objeto enquanto estavam abrigados. Segundo ele, após entrarem na residência, a luz recuou e estacionou a cerca de 50 metros de distância, pairando sobre um jatobá. O comportamento do fenômeno sugeria uma espécie de inteligência ou reação à presença humana: “Quando a gente se aproximava, ele tipo que de ré, ele seguia… mas nunca deixou a gente se aproximar dele”, explicou Lourival. A luz permaneceu vigiando a casa até por volta da uma hora da madrugada, ganhando altitude gradativamente até desaparecer, deixando as testemunhas em estado de alerta máximo.

Outros moradores também confirmaram avistamentos, ampliando o escopo do fenômeno para além de um caso isolado. Uma outra residente, que não quis se identificar, relatou ter visto a luz vindo da casa de sua cunhada no Buriti. Ela descreveu que o objeto a seguiu por dentro de um cercado, paralelo à estrada, até parar sob árvores de manga em uma propriedade vizinha. A sensação de impotência é generalizada. As testemunhas afirmam categoricamente que não se trata de algo natural ou tecnológico conhecido por eles. “Eu achei estranho mesmo… pode ser de outro mundo”, desabafou a moradora, reiterando que o medo paralisou a vida social noturna da comunidade.

Contexto histórico e o risco do pânico coletivo

O estado do Piauí possui um vasto histórico dentro da casuística ufológica brasileira, com regiões como Sete Cidades e a Serra da Capivara sendo frequentemente associadas a avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados. No entanto, o que ocorre em Barras difere dos avistamentos contemplativos, assumindo uma característica de interação direta e perseguição, o que eleva o grau de preocupação. Quando luzes misteriosas passam a interferir na rotina e na saúde física e mental de uma população rural, o fenômeno deixa de ser apenas uma curiosidade e torna-se uma questão de segurança e ordem pública.

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Imagens da Operacao Prato liberadas atraves do Arquivo Nacional 1
Imagens da Operação Prato liberadas através do Arquivo Nacional

A situação em Barras evoca memórias sombrias da Ufologia Brasileira, especificamente a “Operação Prato”, ocorrida em 1977, principalmente — mas não só — na região de Colares, no Pará. Naquela ocasião, luzes conhecidas como “Chupa-chupa” aterrorizaram a população ribeirinha, supostamente atacando moradores com feixes luminosos que causavam paralisia e anemia. Embora em Barras não haja, até o momento, relatos de ataques físicos diretos como queimaduras ou extração de sangue, o padrão de perseguição em áreas isoladas e o terror psicológico imposto à população assemelham-se aos estágios iniciais do fenômeno paraense, que exigiu intervenção militar para investigação e controle do pânico.

Mais recentemente, em 2014, um caso similar ocorreu no estado do Acre, na fronteira com o Peru, onde indígenas da etnia Ashaninka relataram descidas de luzes agressivas em suas aldeias. Naquele episódio, os indígenas chegaram a disparar contra os objetos, sentindo-se ameaçados em seu território. Novos relatos voltaram a surgir recentemente. O isolamento geográfico dessas comunidades, seja na Amazônia ou no interior do Piauí, muitas vezes as deixa vulneráveis e sem amparo oficial para lidar com fenômenos que desafiam sua compreensão de realidade, facilitando a disseminação de traumas coletivos.

Caso Acre: Indígenas atacados por óvnis depõem à Polícia Federal
Caso Acre: Indígenas atacados por óvnis depõem à Polícia Federal (Reprodução/Canal Rony Vernet)

Diante dos relatos consistentes de múltiplos moradores e dos registros em vídeo capturados por celulares — que mostram pontos luminosos no céu noturno comportando-se de maneira anômala — a comunidade de Cajazeiras aguarda respostas. O apelo de Conceição e Francisca por “especialistas” reflete a necessidade urgente de uma abordagem racional e investigativa, seja por parte de grupos de pesquisa civil ou autoridades, para determinar a natureza dessas luzes e devolver a tranquilidade aos moradores que, hoje, temem olhar para o céu.

Redação Vigília

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