Benitez lança duas novas obras no Brasil e reacende polêmica sobre Varginha

O jornalista e escritor espanhol Juan José Benítez, autor mais de três dezenas de obras, a maior parte sobre Ufologia e visitas extraterrestres, está de volta ao Brasil para lançar dois novos livros: “Operação Cavalo de Tróia 6 – Hermon”, e “A 33 mil pés”, pela editora Mercúryo.

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Operação Cavalo de Tróia 6 é a continuação de sua série de grande sucesso na Europa e no Brasil. A “33 mil pés”, no entanto, mostra um Benítez diferente. O autor garante ter conversado com Deus para escrever o livro –um deus surdo, bem humorado, aposentado, nada ortodoxo, que dentro de um avião fala de amor, extraterrestres e muitos outros assuntos.

Embora suas duas últimas obras não tenham relação direta com a pesquisa dos UFOs, sua segunda visita ao país desde 1996 (quando lançou em terras brasileiras o quinto livro da série Operação Cavalo de Tróia) está agitando os bastidores da Ufologia nacional.

Tanto que, na programação para divulgação de seus livros, o próprio Benítez solicitou a inclusão, na agenda de eventos, de uma palestra sobre suas pesquisas a respeito do Caso Varginha. Em sua visita anterior, o escritor esteve na cidade do sul de Minas Gerais, onde diversos pesquisadores afirmam que o governo capturou criaturas alienígenas numa grande operação de acobertamento.

Após uma incursão de aproximadamente 2 horas na cidade mineira, dez meses depois da data da suposta captura das criaturas, o escritor garantiu ter encontrado evidências de um possível pouso de UFO. Suas informações foram contestadas pelos pesquisadores brasileiros que há 10 meses acompanhavam o caso, argumentando que as marcas que ele encontrara foram na verdade dois buracos feitos com escavadeira manual para colocação de uma cerca e um cupinzeiro abandonado. (Veja a história completa em http://vigilia.com.br/1/capa1.htm).

Agora Benítez se prepara para apresentar uma palestra em São Paulo, no próximo dia 11 de dezembro (às 10h30, Hotel Gran Meliá São Paulo, auditório Casablanca – Av. Nações Unidas, 12.559 – São Paulo, com entrada franca) onde promete divulgar os resultados das análises das amostras do terreno que levou para a Espanha.

No último dia 2 de dezembro, antes de partir para uma turnê de divulgação dos novos livros no Brasil (dia 4 em Curitiba, dia 7 em Belo Horizonte e dia 9 no Rio de Janeiro), Benítez concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Vigília. Dizendo-se arrependido de ter divulgado seus achados em Varginha e surpreso pela repercussão do caso, revelou que “da próxima vez que achar alguma coisa no Brasil vou ficar calado”.

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O escritor desmentiu que tivesse intenção de publicar algo a respeito do tema quando de sua visita à cidade mineira. “Mas agora, por causa da polêmica, planejo incluir um capítulo em algum livro sobre Ufologia”, afirmou. Antecipando algumas conclusões que só pretende apresentar na palestra do dia 11, disse estar certo de que um UFO pousou em Varginha. Quanto à captura das criaturas, não tem a mesma certeza. “Não sei. Não pesquisei a captura, até para não interferir na pesquisa que já estavam desenvolvendo no Brasil”, ponderou.

Confira, a seguir, a entrevista onde J.J. Benítez fala sobre seu envolvimento com a Ufologia, suas obras, sua relação com a Igreja e suas polêmicas afirmações sobre Varginha:

Vigília: Quando você descobriu que definitivamente a Ufologia faria parte de sua vida?

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J.J. Benítez: No ano de 79. Eu comecei a investigar no ano de 1972, mas não fui consciente de que faria parte da minha vida até bastante tempo depois, quando comecei a publicar livros sobre OVNIs. Quando comecei a investigar não estava consciente de que faria parte muito importante de minha vida.

Vigília: Começou apenas como mais um trabalho jornalístico?

Benítez: Exato, em 1972, na Gaceta del Norte.

Vigília: Que impacto tem para você a idéia de que podemos não estar sós no Universo?

Benítez: Eu vejo como algo natural, que não estamos sós, que há muita vida no exterior, no espaço. Me parece lógico e natural, porque a criação é imensa e tem que haver muitos mundos habitados, nesta e em outras galáxias. Em princípio, quando eu comecei a investigação, fiquei muito surpreso porque eu comecei a ver, quando eu investigava as testemunhas, chegava à revelação, à informação de que havia uma constante. Não era apenas a suposição. Havia muitas pessoas que diziam haver visto a nave, que havia aterrizado, que havia tripulantes, pilotos e isso me impactou, proque já não era só uma suposição ou teoria.

Vigília: Não te causa alguma estranheza o fato de há 50 anos se falar em Ufologia e até hoje as certezas serem tão poucas?

Benítez: Não. Há muita informação e há muitas provas para os investigadores, não para a opinião pública. Para os investigadores, nos consta, é certo, que as grandes potências, sobretudo os Estados Unidos, têm naves estrangeiras e têm criaturas…

Vigília: Você crê realmente nisso?

Benítez: Não, absolutamente. Eu tenho a informação. Não é que eu creia. Não é um problema de crer, senão um problema de informação.

Vigília: As suas obras, seus livros, sempre falam em ufologia e religião. Por que esses temas caminham juntos para você?

Benítez: O fenômeno OVNI é um fenômeno muito complexo. Ao longo da história dos povos tem-se confundido o fenômeno dos OVNIs, muitas vezes, com assuntos religiosos, com a própria divindade. Então não é possível tratar-se só do fenômeno OVNI, já que estão juntos. Porque, por exemplo, na Bíblia, há descrições de fenômenos que hoje, na atualidade, nós estudamos como fenômeno OVNI, mas na época de Moisés, há 3250 anos, eles não poderiam saber que aquilo era uma nave tripulada, com seres de aspecto humano ou não. E então se vinculava à divindade. No Império Romano igual. Na época dos egípcios, o mesmo. E hoje, quando está mais claro o tema, mais claro que é um fenômeno de civilizações não humanas que estão nos visitando, há uma tendência a vinculá-lo à divindade. E provavelmente está vinculado.

Vigília: De que forma?

Benítez: Veja, em nosso próprio Universo, à imagem de outros Universos, tem que haver um Criador. E esse Criador tem uma infinidade de criaturas. Muitas dessas criaturas devem estar infinitamente mais avançadas que nós, tecnicamente. Assim como estão a Seu serviço. Portanto, o fenômeno OVNI, ou uma parte dele, pode estar ou ser parte da divindade, que trabalha para ela. Como conosco hoje, as religiões, se servem de qualquer instrumento técnico –aviões, fax, Internet ou qualquer que seja– para levar a palavra de Deus.

Vigília: Já que você falou das religiões, você tem uma relação bastante polêmica com a Igreja Católica…

Benítez: Eu não! Eu tento não ser polêmico, mas o que acontece é que quando alguém faz afirmações e publica em seus livros alguns aspectos que chocam com os dogmas é feita a polêmica. Basicamente os problemas, ou as críticas e polêmicas que tenho são com a hierarquia eclesiástica, não com a Igreja. Com a gente sensível não há nenhum problema, ao contrário. Eles crêem, quiçá, que a figura de Jesus que aparece por exemplo nos “Cavalos de Tróia” é mais próxima e mais real que o que nos tem contado a História. Mas isso, ao Vaticano, não é interessante.

Vigília: E você chegou a afirmar então que o Papa não acredita em Deus…

Benítez: Sim, e reafirmo. Pelo menos no Deus em que eu creio. O Vaticano não tem nada a ver com Jesus de Nazaré. Se Jesus voltar à Terra, seguramente não poderá entrar no Vaticano.

Vigília: E por falar nisso, Cavalo de Tróia, é uma ficção ou é pura verdade?

Benítez: Garanto que tem de ficção bastante menos do que as pessoas pensam.

Vigília: Você quer dizer então que existiu mesmo um major que lhe entregou documentos sobre a operação?

Benítez: Sim, o major existiu. Mas eu sempre digo que a vida de Jesus de Nazaré que se conta nos “Cavalos”, se toca o coração de alguma pessoa, algum leitor, provavelmente é verdade. Se não lhe toca o coração, não será verdade, será uma novela.

Vigília: Mas imaginar-se que uma potência tenha tecnologia para uma viagem no tempo não contrasta com o grau de desenvolvimento atual do mundo, como a idéia de o ser humano ainda estar buscando, com dificuldade, chegar a outros planetas, através de sondas e outros equipamentos?

Benítez: Veja, a tecnologia militar das grande potências é totalmente desconhecida para a opinião pública. Não sabemos o que estão fazendo. Não sabemos o experimentos que fazem. Não sabemos até onde chegaram. Não se sabe por exemplo que no ano de 1969, na Apolo 11, Armstrong e Aldrin, os astronautas, filmaram alguns edifícios que estavam em ruínas na superfície da Lua. Isto nunca foi dito. É apenas um exemplo dos muitos que nos ocultam as Grandes Potências.

Vigília: Pois é, mas ao mesmo tempo há um astronauta como Edgard Mitchel, que divulga a Ufologia, e não tem revelações tão bombásticas a fazer, embora a Ufologia defenda que todos os astronautas tiveram experiências ufológicas. Como você vê isso?

Benítez: Há astronautas, atualmente, que não são militares, são cientistas. Mas a maior parte dos astronautas foram ou são militares, e estão sujeitos ao segredo militar. Então dificilmente vão dizer o que viram. E o que estou lhe dizendo é algo que me foi revelado por um senhor da Nasa.

Vigília: No lançamento do livro “Cavalo de Tróia 5”, você esteve em Varginha para realizar uma pesquisa, que causou uma polêmica grande aqui no Brasil. De fato o que você encontrou lá foram marcas do pouso de um UFO?

Benítez: Veja, quando estivemos em Varginha, se não me recordo mal, em novembro de 96, nós encontramos três buracos, três marcas, e neste momento eu jamais disse que foram de um OVNI. Eu disse que poderiam ser de um OVNI. Tomamos amostras de terra, de insetos, de plantas, de uma árvore que estava ao lado e levamos para analisar nas universidades espanholas, num total de cinco ou seis análises. E o que eu vou fazer agora em São Paulo é mostrar os resultados das análises.

Vigília: Quais foram as universidades?

Benítez: A Universidade de Granada, na faculdade de geologia e de biologia. Universidade de Murcia, no departamento de biologia vegetal. Universidade de Cadiz, em Porto Real, e dois laboratórios privados, um de análises de terra ou de terrenos, e outro de análises de plantas. E todas estas análises levaram a uma série de conclusões que agora me fazem pensar que, sim, um OVNI aterrizou em Varginha.

Vigília: Que conclusões o fazem pensar assim?

Benítez: Os dados das análises.

Vigília: Quais dados?

Benítez: Bom, não queria revelá-los agora, mas vou lhe adiantar um pouquinho. Com as três marcas, ou duas delas – porque uma é muito superficial, enquanto as outras têm 17 e 24 cm de profundidade, se não me recordo mal– no laboratório de análises de terra se fez um experimento, que foi repetido, com o mesmo terreno e o resultado final é que cada marca foi feita por um peso supeiror a 24 toneladas de pressão. Isso não não tem nada a ver com um senhor que abre um buraco para colocar uma estaca. É impossível.

Segundo, os insetos que haviam caído nas marcas estavam desidratados simultaneamente. Isto é impossível se for um processo natural. Porque os insetos que caem em buracos no campo vão apodrecendo. A putrefação é progressiva, logicamente. Mas não de uma vez. Não simultânea. E, além disso, não é um processo de desidratação. As pedras que estavam no centro do trângulo estavam calcinadas a 1.100 graus. As flores também apresentavam desidratação, com um detalhe muito importante para os cientistas: quando se produz uma putrefação de uma planta ou o congelamento em um processo natural aparecem vírus e bactérias, e neste caso, nenhuma das flores tinha bactérias. Isso é impossível. Havia um processo de assepsia desconhecido para a ciência.

Vigília: Seria possível os buracos terem sido feitos por escavadeira manual, como garantiram os pesquisadores brasileiros?

Benítez: Não. Como se pode produzir uma temperatura superficial, em terra ou em pedras, de 1.100 graus célcius? E sobretudo, quando alguém faz uma escavação para fazer uma cerca, não faz um buraco de 20 cm, porque as estacas normalmente são de 6 a 12 ou 15 cm de madeira, mas não 20, 24 cm. É muito grande. E a pressão. O mais importante é que o terreno foi pressionado, não foi escavado. Não havia terra ao redor. Isso é falso. O que disseram os ufólogos do Brasil, que havia terra ao redor, não é verdade. Havia umas 6 ou 7 testemunhas, entre eles estava a Carmen também [Nota do Editor: Carmen Barreto, assessora de imprensa da Editora Mercúryo] e dois investigadores brasileiros. E as fotografias tiradas no local demonstravam que não havia montes de terra ao redor. Quando você faz buracos para colocar estacas, você tem que tirar a terra, mas não havia terra. Estava a grama perfeita ao redor, cobrindo a boca dos buracos.

Vigília: Outra crítica que foi feita à época era que os pesquisadores que o levaram ao local, Tadeu e Aníbal,não sabendo exatamente onde ficava o local onde a criatura teria aparecido, teriam levado você ao local errado…

Benítez: Os pesquisadores brasileiros disseram muitas besteiras. Por exemplo, que eu queria escrever um livro sobre Varginha. E isto não é verdade. Segundo, que quem sou eu para descobrir essas marcas, por ser estrangeiro. Eu sinto. Me perdoem por ter descoberto algo que tão pouco é propriedade, nem dos brasileiros, nem dos espanhóis nem de ninguém. Se alí aterrizou um OVNI, este assunto é um fenômeno que é propriedade do mundo. Então, que se levaram a outro lugar? Eu creio que não. Entre todos que estavamos alí, estavam os peritos, que concordaram que uma das criaturas que foram vistas estava a uns 30 metros de onde estavam as marcas. Para mim é muita casualidade, muita coincidência que me levem a um local equivocado, onde há três marcas que se correspondem a uma aterrissagem de um OVNI.

Vigília: E já que voltamos à Ufologia e aos segredos por serem desvendados, você acha que o segredo está para ser revelado?

Benítez: Não creio. Os militares, sobretudo os americanos, não estão com esse plano. O fenômeno OVNI é um fenômeno muito complexo, muito difícil, e vai durar muito tempo para que se desvende.

Vigília: Mas você acredita que há algum tipo de preparação para algo maior?

Benítez: Sim, as pessoas estão sendo preparadas com televisão, cinema, com séries. Eu creio que sim. Mas, para quando, eu não sei. E se está se preparando bem ou mal, eu acredito que se está preparando equivocadamente. Está se fazendo chegar ao público que essas civilizações são agressivas. É uma informação equivocada e manipulada.

Vigília: E como você acredita que são essas civilizações?

Benítez: Pelo que nós sabemos, tendo investigado aproximadamente 3 mil casos de pessoas que viram os tripulantes, eu pude entender uma pequena parte. São humanos, de aspecto humano, na maior parte. E não parecem agressivos. Talvez sejam cientistas que estão investigando.

Vigília: E neste contexto, o que você acha das abduções?

Benítez: Na Europa há uns 800 casos bem investigados de sequestros ou abduções. No mundo não sabemos. Mas há abduções muito importantes, verídicas, totalmente reais, autênticas. São, para mim, o lado obscuro da Ufologia.

Vigília: Por que?

Benítez: Porque não se respeita a liberdade. Tomam as testemunhas e levam-nas para a nave sem permissão, fazem exames e as deixam.

Vigília: Isso é incompatível com a idéia de visitantes que vêem para fazer o bem…

Benítez: Não é incompatível. Eu não creio, porque veja, é como quando se lança uma nave de russos, americanos, brasileiros, franceses, astronautas japoneses etc, você se pergunta “o russo é bom ou mau”? “O americano é bom ou mau”? “O brasileiro é bom ou mau”? Não! São cientistas. Eu creio que no fenômeno há muita confusão. Não são nem bons nem maus. São cientistas, provavelmente. E outros seres podem não ser cientistas, mas alguém que está supervisionando o tema.

Vigília: E nesta conversa com Deus, a 33 mil pés, ele respondeu algumas destas questões?

Benítez: Eu creio que sim. Algumas sim, todas não. Porque além de tudo está surdo.

Vigília: Você garante que conversou com Deus ou é uma reflexão de Benítez para Benítez?

Benítez: Agora eu não sei. Eu mentiria se te dissesse que foi uma reflexão interna, porque há coisas que me surpreenderam.

Vigília: Por exemplo?

Benítez: Há coisas que eu não teria como saber. Por exemplo, quando Ele fala de números, fala números sagrados. E eu não sei de matemática.

Vigília: Por fim, essa sua obra mostra um Deus diferente, que fala até de loteria. E então, apostou no número?

Benítez: Não, ele não mencionou o número.

Redação Vigília

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