Cientista da NASA diz ter descoberto forma de propulsão que desafia leis da física

Cientista da NASA diz ter descoberto forma de propulsão que desafia leis da física
Cientista da NASA diz ter descoberto forma de propulsão eletrostática que desafia leis da física
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A exploração espacial pode estar prestes a dar um novo salto sem precedentes. O Dr. Charles Buhler, engenheiro da NASA e co-fundador da Exodus Propulsion Technologies, apresentou uma tecnologia de propulsão eletrostática que parece desafiar as leis conhecidas da física. A proposta foi destaque na última Conferência de Engenharia de Propulsão Avançada (APEC) realizada em dezembro do ano passado e ganhou visibilidade depois da publicação de uma matéria na semana anterior no site especializado em novas e exóticas tecnologias The Debrief.

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Buhler e sua equipe desenvolveram um sistema de propulsão sem propelente que utiliza capacitores assimétricos para gerar forças propulsivas, explorando o conceito de pressão eletrostática. A tecnologia, segundo Buhler, é baseada na manipulação de campos elétricos para gerar forças direcionais. Em seus protótipos, a Exodus alega que conseguiu produzir força suficiente para “anular” a gravidade da Terra.

“A descoberta de uma nova força é fundamental, pois os campos elétricos sozinhos podem gerar uma força sustentável em um objeto e permitir a translação do centro de massa desse objeto sem expelir massa”, disse Buhler.

Anualmente, a APEC reúne cientistas e pesquisadores para discutir avanços e descobertas no campo da propulsão avançada, tecnologias inovadoras como drives eletromagnéticos (lembra do EM Drive?), conceitos de propulsão exótica, warp drives, entre outros, que visam explorar novas possibilidades de viagens espaciais e avanços na exploração do cosmos. O fundador e moderador da APEC é Tim Ventura, que se define como um futurista, executivo de negócios, fundador de startups e influenciador de mídia.

EmDrive foi uma das primeiras promessas de motor contínuo sem propelentes para alcançar a velocidade da luz. Ainda não foi provado, mas também não foi refutado (Imagem: SPR Ltd www.emdrive.com)
EmDrive foi uma das primeiras promessas de motor contínuo sem propelentes para alcançar a velocidade da luz. (Imagem: SPR Ltd www.emdrive.com)

O que faz as alegações de Buhler mais impactantes é que ele não é um cientista de garagem. Veterano de programas históricos como o ônibus espacial, a Estação Espacial Internacional (ISS), o Telescópio Hubble, entre outros, ele atualmente participa do programa de poeira da NASA, que estuda formas de evitar a aderência eletrostática de poeira nos trajes espaciais em futuras missões à Lua e outros planetas.

Desafiando a física conhecida e avançando em conceitos controversos

Na exposição do Dr. Charles Buhler, ele apresentou uma tecnologia inovadora de propulsão eletrostática, focando em experimentos realizados e resultados obtidos. A tecnologia desenvolvida por ele e sua equipe envolve o uso de capacitores assimétricos — entre outros desenvolvimentos, segundo ele — para gerar forças propulsivas, explorando o conceito de pressão eletrostática. Segundo Buhler, a teoria por trás dessa tecnologia é baseada na manipulação de campos elétricos para gerar forças direcionais.

Buhler confessa que ele e sua equipe não conseguiram ainda explicar completamente o que está por trás dos resultados obtidos. Ao explicar como ele acredita que a tecnologia funciona, lança mão de uma ponderação pouco específica:

“Há dois componentes para o campo, um gerado por cargas livres e outro por cargas vinculadas. É essencial desmembrar esses campos para compreender a pressão eletrostática resultante”, diz Buhler.

No que diz respeito às forças envolvidas, Buhler explica que a tecnologia se baseia na geração de pressão eletrostática assimétrica, resultando em um impulso direcional. Ele destaca que “a pressão eletrostática assimétrica é a chave para a propulsão gerada pelos capacitores assimétricos. Essas forças desequilibradas são essenciais para impulsionar o sistema na direção desejada”.

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Mais do que o efeito Biefeld-Brown

A jornada da Exodus não é recente. Os resultados apurados pelos pesquisadores desde 2016, quando iniciaram os testes, pareciam consistentes, mas muito fracos, da ordem de centésimos de milésimos da gravidade. Mas, depois de muita experimentação e “muita matemática por trás do que eles descobriram”, a partir de 2020, Buhler e sua equipe desenvolveram diferentes modelos e configurações de sua unidade de propulsão sem propelente que teriam alcançado avanços significativos, com crescimento exponencial das forças criadas até chegar a 1g, equivalente à gravidade da Terra.

Em princípio, o fundador da Exodus Propulsion Technologies reconhece que suas descobertas remetem a alegações e pesquisas já conhecidas da ciência, como o efeito Biefeld-Brown observado em capacitores assimétricos. Nomeado em homenagem a seus descobridores, os físicos Thomas Townsend Brown (1905-1985) e Paul Alfred Biefeld (1867-1940), o fenômeno foi descoberto em válvulas de raio X antigas quando eram ligadas.

Ao longo do tempo, no entanto, esse efeito, no máximo, foi aproveitado em levitadores leves (“lifters”), já que, aparentemente, em todos os estudos científicos publicados, ele só parecia efetivo na presença de ar ou outros fluidos capazes de serem expelidos em alta velocidade pela ionização.

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Mas os resultados de Buhler, no entanto, foram alcançados no vácuo. Os protótipos, segundo ele, ultrapassam os resultados previstos por conceitos como o efeito Biefeld-Brown e outros tradicionais associados à levitação, como o efeito Coanda ou similares do campo da magneto-hidrodinâmica (MHD) e da magneto-plasmadinâmica (MPD). Sua matemática estaria mais próxima de explicar ou complementar coisas bizarras e controversas na comunidade científica, como energia do ponto zero, propulsão por ressonância RF em cavitação (sim, o EM drive), o VEM drive (variação eletromagnética do EM drive apresentada na mesma APEC pelo pesquisador David Pares), além da matéria escura e energia escura.

Quanto ao futuro da tecnologia, Buhler vislumbra aplicações práticas significativas, como a exploração de anomalias de momento em satélites, a compreensão de fenômenos gravitacionais e o potencial para impulsionar sistemas de propulsão espacial. Ele comenta: “Essa tecnologia pode ter um impacto revolucionário em várias áreas, desde a propulsão de naves espaciais até a compreensão mais profunda da gravidade. Estamos apenas arranhando a superfície do que essa tecnologia pode alcançar.”

Analogia com Bob Lazar: flerte arriscado para alegações científicas

Ao final de sua exposição, o Dr. Charles Buhler faz uma associação intrigante com a história de Bob Lazar, um personagem icônico e enigmático do cenário ufológico. O cientista destaca a possibilidade de que a tecnologia descrita por Lazar, envolvendo a manipulação de campos gravitacionais e a utilização do elemento 115, possa ter semelhanças conceituais com os princípios subjacentes à propulsão eletrostática que ele está explorando.

30 anos depois de Bob Lazar ter colocado a Área 51 no mapa, "nada do que Lazar disse foi refutado. Nada", disse. O mundo lhe deve um pedido de desculpas! (Foto: Reprodução/Netflix)
30 anos depois de Bob Lazar ter colocado a Área 51 no mapa, “nada do que Lazar disse foi refutado. Nada”, disse. O mundo lhe deve um pedido de desculpas! (Foto: Reprodução/Netflix)

Ao mencionar Lazar e o elemento 115, Buhler sugere que a tecnologia alienígena descrita por Lazar, que supostamente envolve a criação de campos gravitacionais e antigravitacionais, pode ter paralelos com os conceitos de manipulação de campos elétricos assimétricos para gerar forças propulsivas direcionais em sua própria pesquisa. Mais ainda, ele faz paralelos com o elevado ponto de fusão teórico do elemento 115 e as geometrias descritas por Lazar. Esses aspectos, segundo ele, combinariam com as altas temperaturas que a aplicação das descobertas de sua equipe pode gerar, e ele especula até sobre a possibilidade de que a antigravidade e a propulsão eletrostática sejam a mesma coisa, sugerindo não apenas reconhecer alguma verdade nas afirmações de Lazar, mas propor um eventual erro de interpretação sobre o funcionamento dos discos voadores supostamente investigados por ele.

Esquema da nave "modelo esportivo" descrito por Bob Lazar

O uso dessa analogia pode ser considerado peculiar e arriscado, uma vez que envolve a incorporação de narrativas ufológicas controversas em um contexto científico formal. A pesquisa de Buhler e sua equipe é independente, mas suas ligações pessoais e profissionais com a a NASA são profundas. A associação com figuras como Bob Lazar, que são frequentemente associadas a teorias da conspiração e alegações fantásticas, pode levantar questionamentos sobre a credibilidade e a seriedade dos resultados. Além disso, até o momento, nenhum pesquisador da Exodus arriscou publicar um artigo científico sobre as descobertas, embora já tenham registrado duas patentes para a tecnologia.

Certamente isso tende a dobrar o custo final em termos de esforço e produção de evidências concretas para a validação científica de todas as alegações extraordinárias que a pesquisa da Exodus Propulsion Technologies vem fazendo. Mas aparentemente, eles não estão preocupados com isso agora. Para o Dr. Buhler — e a julgar pelo entusiasmo da bancada, também para muitos dos cientistas que participaram da APEC — está claro que suas pesquisas prometem avanços significativos no campo da propulsão espacial e na compreensão dos princípios fundamentais da física.

Jeferson Martinho

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