Dois bilhões de planetas na galáxia podem ser como a Terra, diz estudo

Dois bilhões de planetas na galáxia podem ser como a Terra, com água líquida em suas superfícies e que orbitam em torno de suas estrelas-mãe na “zona habitável” por toda a vida. É o que diz um estudo publicado na Proceedings da Academia Nacional de Ciências.
Segundo os astrônomos, os mais próximos podem estar a apenas 12 anos-luz de distância.
Usando medições do observatório espacial Kepler da Nasa, os cientistas liderados por Erik Petigura na Universidade da Califórnia, Berkeley, estimaram que 22% das estrelas parecidas com o sol da nossa galáxia têm planetas rochosos circulando-os na zona onde recebem aproximadamente a mesma quantidade de energia luminosa como a Terra recebe do sol.
Planetas na galáxia
Existem cerca de 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, das quais 10% são como o sol. Até agora, Kepler estudou mais de 150.000 estrelas e identificou mais de 3.000 planetas candidatos, mas muitos deles são “gigantes gasosos”, semelhantes a Júpiter, que orbitam perto de suas estrelas-mãe.
Se houver vida lá fora, é muito mais provável que tenha evoluído em planetas rochosos com água líquida em suas superfícies, semelhante à Terra.
Para obter seus resultados, a equipe de Petigura procurou planetas nos dados do Kepler que tinham um raio até o dobro do da Terra. Eles procuraram por planetas que orbitassem suficientemente longe de sua estrela para que a água líquida não evaporasse, mas não tão longe que toda a água congelasse.
Dois bilhões de Terras
O astrofísico do Imperial College de Londres Subhanjoy Mohanty – que não participou do estudo – lembra que esta é a primeira estimativa da frequência de planetas semelhantes à Terra em torno de estrelas parecidas com o Sol, em órbitas grandes o suficiente para ficar na zona habitável.
“A descoberta de que aproximadamente uma em cada cinco estrelas parecidas com o Sol pode hospedar esses planetas é incrivelmente importante, provavelmente excedendo as expectativas dos astrônomos mais cautelosos”, explica.
Ele acrescentou que a análise mais recente aumentou as chances de haver vida em algum lugar entre as estrelas.
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“Análises anteriores dos dados de Kepler mostraram que as anãs vermelhas abrigam muito frequentemente planetas do tamanho da Terra, inclusive em suas zonas habitáveis. Este novo estudo mostra que o mesmo acontece com estrelas mais parecidas com o nosso próprio Sol”, continua Mohanty.
As estrelas anãs vermelhas são o tipo mais comum de estrela na galáxia. Elas compõem cerca de 80% da população estelar. Para o astrofísico isso certamente é um impulso adicional para futuras missões planejadas.
“Essas missões estudarão a atmosfera desses planetas potencialmente habitáveis, permitindo-nos investigar se elas são de fato habitáveis ou não, e também se suas atmosferas mostram bio assinaturas reais da vida existente”, finaliza.