Ex-oficial dos EUA afirma ao Congresso que governo possui naves alienígenas

Ex-oficial dos EUA afirma ao Congresso que governo possui naves alienígenas
David Grusch, ex-oficial de inteligência, delatou ao Congresso dos EUA a existência de programas de engenharia reversa em naves alienígenas capturadas (Reprodução/Foto montagem/Ilustrações Dall-E)
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Um ex-oficial de inteligência dos EUA, David Grusch, afirmou que o governo dos EUA possui naves alienígenas “intactas e parcialmente intactas” em programas secretos. Ele também afirma que as informações sobre esses veículos estão sendo ilegalmente escondidas do Congresso e que sofreu retaliações após entregar informações classificadas sobre os veículos aos congressistas. As denúncias de Grusch foram originalmente publicadas pelo site The Debrief, em reportagem assinada por Leslie Kean e Ralph Blumenthal, em 5 junho de 2023. Os jornalistas são os mesmos que assinaram o artigo no New York Post em 2017, expondo um programa secreto do Pentágono para a investigação dos UFOs.

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Grusch é um ex-oficial da Agência Nacional de Inteligência e do Escritório Nacional de Reconhecimento (NRO) dos Estados Unidos, além de veterano da Força Aérea. Ele atuou como representante do NRO para a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPTF) de 2019 a 2021. De acordo com ele, os programas de recuperação de objetos parciais e até de veículos intactos têm sido realizados por décadas pelo governo, seus aliados e contratados de defesa. Análises determinaram que os objetos recuperados são “de origem exótica (inteligência não humana, seja extraterrestre ou de origem desconhecida)”.

As declarações de Grusch rapidamente ganham visibilidade mundial. Em entrevista ao jornal Le Parisien, ele revelou que por quase noventa anos, os Estados Unidos e seus aliados têm recuperado fragmentos de UFOs e objetos exóticos, veículos danificados ou intactos. As análises realizadas forneceram provas de que esses eram objetos não humanos, particularmente aqueles descobertos noventa anos atrás. Os programas que ele mencionou foram dedicados à engenharia reversa para fins militares.

Ilustracao Portal Vigilia Dall E

Grusch afirmou que não tinha certeza de sua origem não humana até ser informado sobre a análise realizada pelos membros desses programas nesses veículos recuperados. Quando perguntado sobre a origem desses objetos, ele disse que os dados mecânicos e experimentais mostram que não é humano. Poderia ser extraterrestre ou poderia ser algo diferente, vindo de outras dimensões conforme descrito pela mecânica quântica.

Um dos primeiros casos em que Grusch foi informado foi a recuperação de um artefato em forma de sino em Magenta, no norte da Itália, em 1933. Foi mantido pelo governo de Mussolini até 1944, quando foi recuperado por agentes do Office of Strategic Services (OSS, uma antiga agência de inteligência dos EUA).

Grusch também mencionou que um punhado de subcontratados dos EUA está envolvido na engenharia reversa e manteve o assunto em segredo. Quando perguntado sobre outros usos potenciais para a engenharia reversa, ele mencionou o avanço dos programas espaciais avançados e da ciência dos materiais.

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Os membros da aliança Five Eyes, ou seja, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia estão entre os aliados dos EUA que estiveram envolvidos nesses programas.

Conclusão da origem “não humana” por análise isotópica

A confirmação da conclusão do delator sobre a origem “não humana” dos materiais recolhidos não foi resultado direto da observação pessoal das naves “intactas” ou dos próprios materiais em si, segundo ele. Ele teve acesso a relatórios de pesquisas que mencionaram “materiais exóticos”, e apontaram a presença de elementos com isótopos inexistentes ou incomuns na Terra, além de “estranhos arranjos de metais atômicos pesados”.

Jonathan Gray, um oficial de inteligência atual no Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial (NASIC), também teria confirmado ao Debrief a existência dos “materiais exóticos”. “Não estamos sozinhos”, teria comentado em contato com os jornalistas Kean e Blumenthal.

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As revelações vêm após uma série de avistamentos e relatórios credíveis que reviveram a atenção política, militar e midiática em naves alienígenas e supostas visitas extraterrestres nos últimos anos. Grusch ainda está vinculado ao seu acordo de confidencialidade com o governo dos EUA e não pode discutir informações que ainda são classificadas. Ele pode falar publicamente, em termos gerais, mas os detalhes das recuperações de materiais são muito limitados até serem desclassificados.

Em sua delação, Grusch também afirmou que sofreu represálias depois de alertar o Inspetor Geral do Departamento de Defesa em 2021 sobre o tema. Eles tentaram atacar sua autorização de segurança e fizeram acusações de má conduta contra ele.

Quando perguntado se temia por sua vida, Grusch disse que houve ameaças dessa natureza. Ele também mencionou que há um risco real em permanecer anônimo porque é fácil atacar discretamente alguém que não tem apoio público. Por isso ele estaria disposto a correr o risco de se tornar uma figura pública, “porque o povo americano pode pressionar seus representantes eleitos e o presidente para obter respostas”.

Grusch planeja publicar mais informações posteriormente e quer ser um líder de opinião sobre esse assunto. Este ano, ele lançará uma fundação sem fins lucrativos para ajudar a comunidade científica a iniciar protocolos sobre esse assunto, desde graduandos até pós-graduandos. Isso finalmente tornaria possível olhar para essas coisas do ponto de vista científico.

Repercussão mundial das afirmações de Grusch

A publicação das declarações do ex-oficial caíram como uma bomba no aparato de defesa dos EUA. Com a repercussão mundial, rapidamente, o Pentágono tratou de fazer a divulgação das escusas habituais. Sem mencionar o delator, o Departamento de Defesa divulgou nota após uma consulta do programa televisivo NewsNation sobre o tema.

“AARO não descobriu nenhuma informação verificável para substanciar alegações de que quaisquer programas relativos à posse ou engenharia reversa de materiais extraterrestres tenham existido no passado ou existam atualmente”. “AARO está empenhada em seguir os dados e sua investigação onde quer que ela leve”, disse o comunicado.

Na programação do AARO, uma revisão histórica de registros e testemunhos sobre UAPs só deve ser enviada ao Congresso em junho de 2024. Até lá, no entanto, o tema deve motivar outras audiências públicas ou confidenciais convocadas por congressistas norte-americanos.

Simulacao de queda de UFO. Ilustracao Portal Vigilia Dall E

As afirmações bombásticas de Grusch também foram recebidas com críticas pesadas. Mick West, escritor e desmascarador de teorias da conspiração, continua cético em relação às alegações do ex-oficial. Segundo ele, Grusch “não apresentou nenhuma evidência para apoiar suas suspeitas”. Em uma entrevista ao programa televisivo NewsNation, West argumentou que é preciso esperar por evidências reais antes de acreditar em teorias da conspiração.

Ele questionou por que o governo manteria segredos sobre óvnis por tanto tempo e apontou que não há evidências que sustentem a existência de uma enorme conspiração mundial em que somente os EUA têm acesso à tecnologia alienígena.

Apesar disso, as posições de West, dessa vez, mostraram uma abordagem mais cautelosa. Ele admite que deve haver programas de engenharia reversa dentro do aparato militar, “porque às vezes recuperamos artefatos de outras nações”, disse. E que dada a extrema compartimentalização desses projetos, não seria impossível que alguns dos responsáveis por lidar com uma peça recuperada possa ser levado a acreditar que a tecnologia estrangeira seja de origem não terrestre.

Compartimentalização é uma prática comum em programas secretos que faz com que partes de documentos e materiais para estudos sejam distribuídos a agentes ou cientistas sem o conhecimento do todo investigado, para evitar vazamentos.

Influência “negativa” de Luis Elizondo?

As críticas dos céticos às afirmações de Grusch também assumiram tons mais ácidos e aparentemente descolados do background profissional, desconsiderando a alta qualificação do ex-oficial e os riscos envolvidos com a decisão de delatar sua participação em programas de engenharia reversa.

O jornalista Steven Greenstreet, em seu perfil no Twitter, questionou se Grusch não teria sido “preparado” pelo que ele denomina de “ativistas enganosos de óvnis”. Ele se refere especificamente a Luis Elizondo, ex-oficial de contra inteligência dos EUA que se notabilizou ao revelar sua participação no Programa Avançado de Investigação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP, sigla em inglês), criado para investigar aparições de objetos voadores não identificados.

Greenstreet também argumentou que Grusch não revelou nenhum segredo e tudo o que ele disse foi autorizado pelo Departamento de Defesa.

A polêmica em torno das declarações de Grusch, ao que tudo indica, está apenas começando. Suas informações devem levar a novas ações do Congresso dos EUA nas próximas semanas, cobrando novas medidas e explicações do Governo Federal e do Departamento de Defesa quanto à necessidade de transparência em relação às informações sobre UAPs.

A delação do ex-oficial está diretamente ligada à criação, pelo Senado, em 2022, de um dispositivo legal que protege contra represálias governamentais os delatores que apresentem informações sobre fenômenos aéreos não identificados.

Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília.

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