Material desconhecido cai do céu, quebra telhado e assusta moradores

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Os moradores do bairro Vila Greco, em Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo, ficaram assustados no dia 31 de outubro, com a queda de um material desconhecido. O impacto quebrou o telhado de um pequeno depósito, que estava trancado, mas não deixou qualquer vestígio além de um líquido semelhante à água. O caso foi levado ao conhecimento do Centro de Estudos e Pesquisas Exológicas de Sumaré.

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O fenômeno, ainda sem explicação, ocorreu na chácara de Armelin Carvalho, na Rua Sergipe.

Por volta das 8h30, o caseiro, Manoel Alexandre Mello, que trabalha há 6 anos no local, familiares e vizinhos ouviram um forte estrondo. Segundo ele e outras testemunhas, o barulho pareceu estremecer a terra. O Manoel logo relacionou o estrondo a algum acidente ocorrido nas obras da Igreja São José, muito próxima à sua residência. No entanto, só mais tarde resolveu averiguar o que ocorreu, para certificar-se de que nenhum estrago tivesse acontecido na chácara.

Ao entrar num quartinho utilizado como depósito de bananas, encontrou um buraco no telhado de aproximadamente 50×70 cm. Na queda, o objeto quebrou as telhas, ripas que as sustentavam e atravessou o forro. Estranhamente, nenhum fragmento foi encontrado no quartinho, a não ser os cacos de telhas. Contudo, o caseiro notou a presença de grande quantidade de um líquido, segundo ele, “parecido com água”, mas que exalava um odor bastante forte. “Nunca senti um cheiro igual. Pelo barulho que ouvimos, isso veio do céu com muita força para quebrar telhas e ripas que sustentam o telhado e o forro novo da casinha”, afirmou Manoel.

Só no final da tarde a ocorrência foi comunicada ao Corpo de Bombeiros, graças a uma vizinha que chegou do serviço. Na inspeção do local, o Sargento Álvaro e o Cabo Barros não encontraram qualquer objeto que pudesse justificar o buraco no telhado. O cheiro já tinha desaparecido e, do líquido, só restava a umidade absorvida pela terra. O máximo que o Corpo de Bombeiros fez foi registrar a ocorrência como “suspeita de situação de risco”. Os soldados lamentaram não terem sido chamados antes para recolher o líquido e poder mandá-lo para análise em algum laboratório.

Uma amostra à espera de analise
Uma das moradoras recolheu amostra da própria terra que absorveu o material. Essa amostra foi entregue ao CEPEX. O presidente do Centro de Pesquisa, Eduardo Mondini, consultou o meteorologista Rúbens Junqueira Vilela, do Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Segundo Vilela, a consulta aos dados de satélites meteorológicos na data e horário descritos pelas testemunhas mostrou que não havia nenhuma nebulosidade para que pudesse ter ter ocorrido uma chuva ou precipitação de granizo, conforme os próprios moradores já haviam garantido.

“Perguntei sobre a possibilidade de ser um meteoro ou coisa desse tipo, formada de gelo”, revelou Eduardo. Mas a possibilidade foi considerada remota, pelo meteorologista, já que o buraco no telhado passava a impressão de ter ocorrido uma queda livre. Além disso, com a força necessária para romper o telhado, deveria haver estilhaços e fragmentos.

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O chefe do setor de balões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Varela Correa, falando para a Revista Vigília, considerou precipitado emitir qualquer opinião sobre o que poderia ter ocorrido. Ele afirmou que a queda de um meteorito constituído de gelo é rara, mas não impossível. Contudo, para Varela, antes de qualquer conclusão, a amostra de terra tem que ser analisada.

O CEPEX agora procura contatos nas Universidades de Campinas (Unicamp) e São Paulo (USP), que tenham interesse em analisar a amostra de terra para procurar identificar as substâncias presentes.

Redação Vigília

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