Misterioso vazamento de ar na ISS faz astronautas se abrigarem em área de carga

Um misterioso vazamento de ar na Estação Espacial Internacional (ISS) obrigou os três astronautas passarem o final de semana em um compartimento de carga da estação.
O comandante americano Chris Cassidy e seus companheiros de tripulação, os russos Ivan Vagner e Anatoly Ivanishin ficaram no módulo de serviço do Zvezda, que fica na parte russa da ISS de sexta-feira (21) até a manhã desta segunda-feira (24).
De acordo com a Nasa e com a Roscosmos, a agência espacial da Rússia, apesar de não saberem o que causou o vazamento ou como aconteceu, a situação não representa perigo imediato para a tripulação ou para a estação espacial.
Vazamento de ar na ISS
Enquanto estiveram no compartimento russo os membros da tripulação da ISS fecharam todas as escotilhas da estação para permitir que especialistas aqui na Terra monitorassem os níveis de pressão do ar e encontrassem a fonte do vazamento.
O relatório sobre onde está o vazamento de ar deve ser conhecido até o final da próxima semana.
“Uma vez encontrados os vazamentos os astronautas podem ser direcionados para fazer reparos para impedir que piore” diz uma nota emitida pela Nasa.
“Nós movemos todas as coisas desnecessárias para outros módulos, trouxemos água, comida e itens de higiene suficientes, organizamos o compartimento de lavagem na nave de carga, preparamos uma área para o Chris dormir no módulo Poisk”, brincou Ivan Vagner em uma postagem no twitter.
“Chris estendeu seu saco de dormir como uma rede, parece confortável”, continuou o russo.
Demora para perceber o vazamento
O vazamento de ar da ISS teria sido identificado em setembro de 2019 quando os técnicos perceberam indícios de perda acima do normal de ar da cabine padrão.
Mas, por causa das operações de rotina da estação – como caminhadas espaciais e chegadas e partidas de espaçonaves – houve uma certa demora para se perceber o que significavam as mudanças de medição.
“O vazamento ainda está dentro das especificações do segmento e não apresenta perigo imediato para a tripulação ou a estação espacial”, afirmaram a Nasa e Roscosmos por meio de comunicado.
A ISS a 400 km da Terra
A ISS é um laboratório de ciência e engenharia de US $ 100 bilhões que orbita 250 milhas (cerca de 400 km) acima da Terra.
São gastos cerca de US $ 3 bilhões por ano para manter todo o projeto ativo e os estudos da ISS têm investigado pesquisas humanas, medicina espacial, ciências da vida, ciências físicas, astronomia e meteorologia.
Pesquisas conduzidas a bordo da ISS geralmente requerem uma ou mais das condições incomuns presentes na órbita baixa da Terra, como baixa gravidade ou oxigênio.
A Nasa diz que os vazamentos fazem parte da vida do laboratório orbital de 22 anos e, em casos de vazamentos, a ISS utiliza tanques de nitrogênio entregues por espaçonaves de carga para repor a pressurização.
Suspeita de sabotagem
Em 2018 um outro vazamento foi identificado no espaço, este bastante controverso.
Os astronautas tiveram que se apressar para consertar um buraco que apareceu na parede externa de uma cápsula russa Soyuz que estava ancorada na ISS por três meses.
O vazamento foi consertado, provisoriamente, com fita adesiva.
Até hoje não há uma definição sobre o que causou a fissura. Acredita-se que o motivo possa ter sido um acabamento de baixa qualidade, mas a agência russa não descartou sabotagem.