Número avistamentos cresce em abril e maio e confirma “efeito Marte”
Os meses de abril e maio desse ano estão se mostrando um período de intensa atividade Ufológica. Diversos relatos de avistamentos de OVNIs em todo o Brasil têm circulado na Internet e na imprensa. O Estado de São Paulo parece ser um dos principais focos das aparições.
Segundo os pesquisadores, o aumento na quantidade de relatos pode ter ligação com o período de maior proximidade do planeta Marte em relação à Terra. Essa aproximação ocorre a cada 26 meses.
Até mesmo as chamadas vigílias, reuniões noturnas promovidas por pesquisadores do fenômeno OVNI em locais abertos com o objetivo específico de tentar estabelecer contato visual com esses misteriosos objetos, alcançaram êxito nas últimas semanas. É o que garantem pesquisadores e interessados em Ufologia que participaram de uma vigília após o encerramento do VIII SUFOEST – Simpósio de Ufologia realizado pelo ufólogo Francisco Donizetti Varanda na cidade de São João da Boa Vista, no interior do Estado de São Paulo, de 30 de abril a 2 de maio.
Na última noite do evento, após as palestras, doze participantes resolveram fazer uma vigília para aproveitar as boas condições de observação do céu. Eles montaram acampamento no sitio Santa Helena.
Pouco antes do amanhecer, por volta das 5 horas, os pesquisadores Wallacy Albino (Grupo Ufológico do Guaruja – GUG) e Karina “Blaster” Batista (Grupo Vega), observaram uma luz alaranjada um pouco abaixo da posição onde distinguiam o planeta Marte. “Depois seu brilho se intensificou e o objeto começou a se movimentar para a nossa esquerda, sentido sul. Chamamos o Edison Boaventura que pôde observar o objeto um pouco mais fraco, antes de apagar totalmente e desaparecer no céu sem ter nenhuma nuvem que pudesse tê-lo encoberto”, contou Albino. Os alertas dos três para que os demais observassem o fenômeno foram atendidos tarde demais, quando o objeto já tinha desaparecido.
Eles ainda conversavam sobre o inusitado avistamento quando, exatamente às 5h20, outro objeto foi observado, desta vez voando de oeste para leste. O OVNI tinha cor branca intensa e passou lentamente sobre a região. Quando passava bem acima do local onde estavam os pesquisadores, intensificou seu brilho -que foi calculado como sendo duas vezes mais intendo que a luminosodade do planeta Vênus. “Foi um show e tanto para os presentes. O OVNI tinha o formato circular e não possuía ruído; sumiu no leste, por trás de algumas árvores, sendo que neste momento diminuiu a intensidade do brilho”, relatou Edison Boaventura Jr., presidente do Grupo Ufológico do Guarujá.
Neste momento, várias pessoas que já estavam dormindo nas barracas foram acordadas com o entusiasmo de quem observou o fenômeno, cuja duração total foi de apenas 2 minutos.
“Estou acostumando com vigílias e com o avistamento destes OVNIs eventualmente, principalmente na região do litoral e Iporanga, mas nunca tinha visto um UFO noturno tão próximo. Com certeza absoluta era um OVNI! Todos que viram concordam com isso!”, garantiu Boaventura, que conseguiu registrar o objeto em três fotografias.
Relatos anteriores
A curva de aparições de OVNIs começou a traçar uma trajetória ascendente já no início de abril. No dia 2 daquele mês, durante uma vigília no mirante de Iporanga, outra cidade do interior de São Paulo, a pesquisadora Karina Batista (VEGA) já observava, em companhia de Jamil Vilanova (GUG), um objeto muito brilhante logo abaixo da Lua. “Jamil, que estrela é aquela”, perguntara ela ao ufólogo, por volta das 22 horas, no momento ele dava uma rápida aula de astronomia aos participantes de uma vigília no local.
Para a surpresa de todos, de repente a “estrela” começou a se movimentar com velocidade constante até desaparecer, inexplicavelmente, permanecendo um total de 30 segundos no campo visual das testemunhas.
Seis dias mais tarde, em 8 de abril, mais um relato chegaria ao conhecimento da Revista Vigília. Desta vez através do próprio formulário de contato do leitor do site. O autor do relato, Alexandre Rogério M. Batista, informou que Atibaia, em São Paulo, tinha recebido a visita de um OVNI. O objeto teria sobrevoado o centro da cidade – também localizada no interior do Estado de São Paulo – sendo visto por mais de uma centena de pessoas. Segundo ele, o fato foi noticiado na rádio local.
Novamente através do formulário de Vigília chegariam mais notícias de avistamentos. Desta vez a ocorrência se passara no centro nervoso da capital paulistana, a Av. Paulista, por volta das 23 horas do dia 12 de abril. Sandra Andrade do Val, desenhista, contemplava o céu noturno, muito limpo e estrelado, pela janela de seu apartamento, no 12º andar, quando observou “um ponto vermelho”, segundo ela, aparentemente próximo a uma torre na Avenida Paulista.
“Pensei que fosse uma estrela, mas ele começou a se movimentar lentamente, subindo, fazendo um meio arco”, contou. Havia um vento muito forte e frio naquele horário, então ela pensou tratar-se de um balão. Mas o objeto parou. “Chamei minha irmã para ver o que ela achava. Quando estávamos nós duas divagando sobre o que poderia ser aquele ponto, ele começou a se movimentar novamente”, contou à Revista Vigília. Minutos depois, alguns ‘flash’ de luz do outro lado da cidade, próximos à linha do horizonte, chamaram a atenção de Sandra e sua irmã novamente. Neste instante, o objeto voltava a ficar imóvel.
Desinteressada no assunto, com frio e tomada pelo sono, a irmã de Sandra resolveu deitar-se. Ela, no entanto, resolveu continuar a observação. Algum tempo depois surgiu mais um ponto, paralelo ao primeiro. “Fiquei olhando para os dois e, de repente, o ponto que estava do lado esquerdo começou a ‘inchar’ e a ficar com uma luz cada vez mais branca e mais forte. E quando estava no meu campo de visão com mais ou menos três centímetros -uma luz muito forte, não sei explicar direito- foi como se ele explodisse ou cuspisse luz”, relatou, ressaltando que contou cerca de cinco ou seis luzes menores “saindo” do objeto “se diluindo” no ar.
“Foi muito bonito. Espantoso… Depois a luz foi diminuindo e ficando avermelhada de novo até ficar um ponto vermelho, como no começo. Quando fechei a janela para ir dormir, os dois pontos ainda estavam lá”, afirmou. Ela revelou que na manhã seguinte voltou à janela na expectativa de ainda encontrar os objetos no céu, mas eles tinham desaparecido. A leitora de Vigília voltou à janela de seu apartamento para ver se os objetos continuavam lá. “Mas não vi nada”, lamentou, esperançosa de encontrar uma explicação para o fenômeno que observou.
No total Sandra calculou 30 minutos de observação. Aparentemente, os objetos estavam muito distantes. Segundo a testemunha, em determinado momento ela pode ver um avião exatamente na frente de um dos objetos, chegando a encobri-lo totalmente.
Em outros lugares do país
O Estado de São Paulo não foi a única região a receber visitas de estranhos objetos noturnos nas últimas semanas. No dia 2 de maio, poucas horas antes dos ufólogos observarem um OVNI em vigília na cidade de São João de Boa Vista, uma fonoaudióloga avistou um objeto não identificado parado sobre uma das torres de transmissão elétrica da Usina de Gerasul, às margens da BR 101, em Tubarão, Santa Catarina.
O fato aconteceu por volta das 23 horas. Segundo o relato da testemunha (que prefere não se identificar), ela e três amigas passavam pelo local de carro quando observaram o fenômeno. “O objeto era grande, redondo, clássico” -segundo suas próprias palavras- “com luzes multicoloridas embaixo e em cima, e no centro emitia uma luz alaranjada que refletia sobre as torres”, contou, em comunicação que foi lançada na Internet pelo pesquisador Eustáquio Patounas, presidente da SOCEX – Sociedade de Estudos Extraterrestres.
A fonoaudióloga que se define “cética” para o tema, não quis parar o carro para contemplar a cena, resistindo ao pedido das amigas. Não parou, segundo disse à SOCEX, “por não acreditar”.
O “Efeito Marte”
O aumento da incidência de OVNIs nos últimos dias coincidiu com o período de maior aproximação do Planeta Marte com a Terra, o que acontece a cada 26 anos. Segundo o pesquisador Claudeir Covo, presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), com sede em São Paulo, desde o final do século passado a coincidência já era conhecida. “Daí surgiu a teoria dos marcianos verdes, culminando com o programa radiofônico “A Guerra dos Mundos”, em 1938, onde foi simulada a invasão da Terra por marcianos”, comenta.
Mesmo que a idéia dos “marcianos verdes” tenha ficado no passado, Covo garante que a estatística continua verificando o aumento de avistamentos com a aproximação de Marte. “Não sabemos o porque, mas é um fato real. Além dos vários avistamentos recentes divulgados no Interior de São Paulo, na semana passada, em Santo André, foi filmado um UFO e provavelmente duas pessoas foram abduzidas. Essas duas pessoas não estão acreditando no que aconteceu e acham que UFOs são coisas do Diabo”, revelou ele à Revista Vigília.
Embora o número de relatos praticamente duplique neste período, segundo Covo, não há ainda uma explicação para o fenômeno. “No início do século, se especulava: Marte se aproxima e são vistos muitos discos voadores. A conclusão foi: Vêm de Marte. Com a NASA colocando engenhos na superfície de Marte, se comprovou cientificamente que não existem os tais marcianos verdes. Assim, o fato é ainda um grande enigma”, conclui.