Objeto em forma de cone em Marte desperta novo debate sobre extraterrestres no Planeta Vermelho

Objeto em forma de cone em Marte desperta novo debate sobre extraterrestres no Planeta Vermelho
Um cone em Marte (Reddit: r/UFOs -Usuário fd40)

Uma imagem capturada pelo rover Curiosity em Marte no dia conhecido como Sol 3556 reaqueceu as sempre intensas discussões na comunidade de entusiastas da presença de sinais de vida extraterrestre no planeta e pesquisadores amadores, devido à presença de uma estrutura que se assemelha a um cone ou cilindro perfeitamente construído. O objeto, que aparece parcialmente enterrado em uma encosta rochosa, foi originalmente compartilhado na comunidade r/UFOs pelo usuário u/fd40, levantando a questão se o achado seria proveniente de destroços de um UAP, parte de uma base antiga, ou apenas uma formação geológica excepcionalmente estranha.

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As imagens em preto e branco originais estão disponíveis no site da NASA, mas u/fd40 disponibilizou uma versão restaurada em cores, explicando que utilizou dados de composição presentes no arquivo RAW, decodificando o filtro Bayer, em vez de recorrer à autocores genérica.

A anomalia chamou a atenção por sua precisão geométrica aparente, contrastando fortemente com as rochas circundantes. Localizada a centenas ou até milhares de quilômetros de outras missões ativas, como o Perseverance (a mais de 2000 milhas de distância), a presença desse objeto em uma orientação incomum e protuberante de uma superfície de erosão levantou sérias dúvidas sobre sua origem.

Enquanto alguns sugerem que seja lixo de missões humanas anteriores, a probabilidade estatística de que um único pedaço de detrito tenha chegado a este ponto, se prendendo na superfície rochosa no caminho do Curiosity, é considerada “altamente improvável” por alguns usuários. A natureza do artefato, portanto, colocaria em xeque as explicações prosaicas padrão, forçando uma análise sobre se ele seria um artefato fora do lugar (OOPA) ou um fragmento de tecnologia terrestre.

O estranho cone no Sol 3556 de Marte

O objeto em questão foi registrado pelo Curiosity e pode ser verificado através dos links de imagens RAW da NASA, como o https://mars.nasa.gov/raw_images/1102094/?site=msl e https://mars.nasa.gov/raw_images/1108576/?site=msl, ambas do equipamento chamado Mastcam. A análise visual sugere uma estrutura longa e esbelta, de cor escura, que se distingue claramente do ambiente marciano avermelhado, especialmente após a decodificação de cores realizada por u/fd40. O usuário Personal-Lettuce9634 comentou que “o formato cilíndrico claramente fabricado torna a simplificação ‘apenas uma rocha’ ilegítima, francamente”, e notou que a cor do objeto é realmente distinta do fundo.

Em termos de escala, um dos pontos mais debatidos na comunidade, as estimativas iniciais eram amplamente variadas, sendo frequentemente comparadas a outros achados de Marte que se revelaram minúsculos, como a “porta marciana”. O usuário Glittering-Raise-826 arriscou um palpite de que o objeto teria cerca de 3 cm de diâmetro. Contudo, uma análise mais técnica apresentada pelo usuário Alarm-Particular, que utilizou especificações da câmera (lente M-100, 100 mm FL) e uma distância estimada do rover de 2 metros, calculou que o objeto, medindo cerca de 50 pixels de diâmetro, se traduziria em aproximadamente 5 a 8 centímetros visíveis, ajustando para o soterramento e a sombra.

Imagem da Mast Camera a bordo do rover Curiosity em Sol 3556, feita em 7 de agosto de 2022. (Crédito NASA/JPL-Caltech/MSSS)
Imagem da Mast Camera a bordo do rover Curiosity em Sol 3556, feita em 7 de agosto de 2022. (Crédito NASA/JPL-Caltech/MSSS)

Outras analogias de tamanho surgiram, com o usuário justaguytrying2getby sugerindo que o objeto é “relativamente pequeno, talvez do tamanho de uma lata de refrigerante”. O fato de o objeto estar parcialmente enterrado na superfície é notado como um ponto intrigante, sugerindo que ele está ali há algum tempo. Apesar do consenso entre alguns usuários de que o formato é mais cônico do que cilíndrico, a precisão de sua forma, seja tubular ou cônica, sugere a muitos uma origem manufaturada.

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O debate geológico

A forma rígida e geometricamente precisa do objeto é o cerne da controvérsia e do debate sobre sua origem natural. Um comentário de um suposto geólogo, identificado como MILTOID no YouTube e citado por u/fd40, foi fundamental para inflamar a discussão, afirmando “com absoluta certeza que formações geológicas (pelo menos as que conhecemos) não possuem características cilíndricas tão nítidas quanto esta”. MILTOID ainda destacou que a orientação do objeto, “perpendicular ou oblíqua à superfície erosional,” difere das camadas rochosas circundantes.

No entanto, a alegação de “certeza absoluta” foi rapidamente confrontada por outros usuários, incluindo outros geólogos autodeclarados, que questionaram a validade de tirar conclusões definitivas baseadas em imagens granuladas. O usuário OSHASHA2 argumentou que “o único racional que podemos tirar ao observar esta imagem é que a formação é interessante e merece mais estudo”. Outro usuário, segundo o próprio com dois diplomas em geologia, Purple_Hex, discordou veementemente da premissa de que tais formas não são naturais, declarando que seu colega estava a falar “besteira de primeira qualidade,” pois “não há fim para o número de fósseis ou características geomorfológicas que podem ser de formato cilíndrico”.

A polarização do debate se estendeu à metodologia, com críticas sobre o uso de um “apelo à autoridade” por parte do geólogo anônimo, em oposição à análise direta das ideias. Por outro lado, o usuário sess defendeu que não se trata de um “argumento de autoridade,” mas sim de um convite a “fazer a própria pesquisa e chegar às suas conclusões”. Apesar das críticas à certificação e à certeza do autor, o usuário rep-old-timer ponderou que o analista poderia ser apenas “um cientista (não o primeiro) exagerando coloquialmente uma afirmação”.

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Destroços terrestres vs. origem desconhecida

O debate online caminhou para considerar que uma das hipóteses mais prováveis, seguindo a navalha de Occam, é a de que o objeto seja lixo espacial de origem humana. Várias missões a Marte, tanto bem-sucedidas quanto fracassadas, deixaram inúmeros detritos ejetados durante a aterrissagem. O usuário SquirrelParticular17 lembrou que “cada aterrissagem tentada e bem-sucedida […] tem descartado, espalhado e ejetado muitas peças feitas aqui na velha e boa Terra”.

Contudo, a discussão se aprofundou na improbabilidade de que este fragmento específico tenha alcançado esta localização e penetrado o solo desta maneira. O suposto geólogo MILTOID refutou a ideia de que seriam detritos do acidente do módulo de pouso Sky Crane do Curiosity, explicando que o Sky Crane caiu a aproximadamente 650 metros a oeste-noroeste do rover, e o Curiosity viajou para o leste e sudeste, afastando-se do local contaminado pelo combustível hidrazina. A chance de que um único pedaço de detrito cilíndrico tenha sido soprado de volta para o caminho do rover e capturado pela câmera é considerada extremamente improvável.

Estranhas formações fotografadas na superfície de Marte pelo rover Curiosity (Fotos Nasa-JPL-Caltech-MSSS-Kevin M. Gill-Divulgação)
Estranhas formações fotografadas na superfície de Marte pelo rover Curiosity (Fotos Nasa-JPL-Caltech-MSSS-Kevin M. Gill-Divulgação)

Embora o cenário de detritos de aterrissagem seja o mais “prosaico”, a ausência de um campo de detritos maior nas imediações depõe contra essa possibilidade. Outros usuários, como Tasty-Beginning-5534, argumentaram que, dada a vastidão de Marte, as chances de o rover tropeçar em um único pedrito de lixo terrestre são estatisticamente baixas, embora admitam que “as chances de qualquer outra coisa são ainda mais loucas”. Assim, o debate permanece entre uma rocha incrivelmente peculiar (embora “claramente um cilindro/tubo manufaturado de algum tipo” para alguns) ou um artefato que comprovaria ter existido (ou ainda existir) em Marte a presença de uma civilização tecnológica.

A discussão sobre o cone remete a um contexto mais amplo de “anomalias” marcianas que surgem periodicamente e geralmente são desmistificadas após análises mais aprofundadas. Precedentes recentes incluem a estrutura quadrada (referente à formação geométrica observada anteriormente) que, embora parecesse quase perfeita demais a princípio, acabou sendo uma formação natural quando vista em mais contexto. Outro caso recente famoso foi o alegado UAP Tic Tac avistado em Marte meses antes, o qual, após análise, descobriu-se que o objeto tinha apenas 9mm de tamanho, e a aparência de flutuação era causada pela sombra. Tais exemplos reforçam a ideia de que Marte tem uma maneira de criar geometria que realmente engana o olho, um fenômeno conhecido como pareidolia, onde o cérebro humano interpreta padrões familiares (como rostos ou formas manufaturadas) em dados aleatórios.

Redação Vigília

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