Terminada a busca por objeto que caiu no Espírito Santo
Continua sem explicação a misteriosa aparição de um objeto em chamas que teria caído nas proximidades da Serra Santa Catarina, na cidade de Guaçuí, no Espirito Santo. Diversos moradores do bairro Horto Florestal, próximo ao local, afirmaram ter visto, no dia 12 de outubro (e não 15, conforme veiculado pelos órgãos de imprensa locais) um grande objeto alongado emanando uma forte luminosidade na parte da frente, aparentemente tomado pelas chamas e deixando um longo rastro de fumaça. O objeto cruzou o céu, num avistamento que antecedeu o som de três fortes explosões.
A ocorrência se deu por volta das 8h10. No mesmo dia, a Polícia Militar, acionada pelas testemunhas, esteve no local e tentou empreender uma busca até o local da provável queda, apontada pelos moradores. Depois de uma incursão na mata que levou os policiais – liderados pelo sargento Roberto Martins – até o município vizinho, a busca terminou sem encontrar nenhum indício da queda de algo. Nova busca voutou a ser realizada na tarde do dia seguinte, mas nada foi encontrado.
“Tem algumas pessoas que viram. Mas a gente está achando que deve ser mesmo um meteoro”, afirmou à Vigília, no último dia 23, o Capitão Willian de Souza Neves, comandante da 2 Companhia do 3º Batalhão de Polícia Militar de Guaçuí, que coordenou a operação. Ele reforçou que nada foi constatado junto aos órgãos de vigilância aérea – o Departamento de Aviação Civil e o Cindacta. “Se bem que, se vissem algo, também provavelmente não falariam para a gente”, destacou.
No mesmo dia, o jornal A Gazeta, do Espírito Santo, divulgava informações de que a polícia teria conseguido chegar ao local exato da queda, encontrado uma cratera e recolhido destroços do objeto. Segundo o informativo, um agricultor –junto com outros que não quiseram ter sua identidade revelada– afirmou que “a polícia levou alguma coisa para análise e meu neto foi lá perto para mostrar o lugar em que o objeto caiu para eles”. No local, além de uma grande cratera, haveria um forte cheiro de enxofre e material queimado.
Tanto o capitão Souza Neves quanto o sargento Martins negaram veementemente a informação. Segundo versão oficial da polícia publicada hoje, 24, na Gazeta, o Capitão Souza Neves classificou de “fantasiosa e absurda” a história dos agricultores. Conforme constatou Vigília, o fato causou até algum constrangimento entre os policiais, que acreditam que a reportagem circulou alimentada apenas por boatos. “A gente tem um relacionamento muito estreito, e esse tipo de coisa pode gerar uma inquietação desnecessária na comunidade”, disse o sargento, referindo–se à matéria.
Vigília voltou a conversar com duas das principais testemunhas do avistamento, que sustentaram suas afirmações anteriores. “Na hora que ele foi caminhando para dentro da mata, foi clareando tudo”, ressaltou José Daiota, dono de um açougue e morador do bairro do Horto Florestal. “Só tenho a tristeza de não ter uma máquina fotográfica ou uma filmadora para registrar aquilo. Nunca vi uma coisa dessas”, lamentou. Para Evandro Carlos Ramos da Silva, funcionário de uma marmoraria próxima ao local, “o que eu vi foi uma espécie de avião”. Segundo ele, a incandescência dava ao objeto a coloração vermelha, “tipo fogo mesmo”. Ele disse ainda que viu faíscas ou fagulhas em torno do bólido. Junto com ele, outras quatro pessoas acompanharam a queda, que teria demorado cerca de 8 minutos.
A Serra Santa Catarina está a 12 km do centro de Guaçuí e tem 1400 metros de altitude. A dificuldade de acesso e as duas buscas frustradas acabaram por desestimular novas incursões, que não estão mais nos planos da PM. “Se houvesse algum fato concreto, nós teríamos acionado até um helicóptero em Vitória”, justificou o sargento Roberto Martins. Ele ressaltou, no entanto, que “se por acaso alguém da sociedade informar que viu algo, que sabe do local e quer que a gente acompanhe, a gente volta lá”.