Canadá libera imagem (ruim) de UAP abatido em Yucon em 2023

Mais de um ano após um objeto voador não identificado (ÓVNI/UAP) ser abatido sobre o território de Yukon, no Canadá, a divulgação de uma imagem do objeto, em baixa resolução, gerou mais perguntas do que respostas.
A imagem em preto e branco, obtida pelo CTVNews.ca por meio da Lei de Acesso à Informação do Canadá, mostra um objeto aparentemente circular, como uma espécie de “rosquinha”, faltando uma parte. Mas sua qualidade ruim e a escassez de informações adicionais sobre as circunstâncias de sua obtenção impedem uma análise conclusiva.
A saga do ÓVNI de Yukon começou em 11 de fevereiro de 2023, quando um objeto voador não identificado foi detectado sobre o Canadá, levando o primeiro-ministro Justin Trudeau a ordenar sua derrubada.

Um caça americano F-22 executou a ação, derrubando o objeto sobre uma área remota de Yukon, que faz fronteira com o Alasca. Na época, o evento causou furor, intensificado pela derrubada de um balão chinês sobre os EUA, uma semana antes.
As autoridades canadenses ofereceram poucos detalhes, descrevendo o objeto como menor que o balão chinês, com formato cilíndrico e cor prateada. Um memorando do Pentágono descrevia o objeto como um “pequeno balão metálico com uma carga útil amarrada abaixo dele”.
E-mails revelam disputa entre transparência e censura
A imagem finalmente veio à tona graças a um pedido de acesso à informação feito em março de 2023 pelo CTVNews.ca, mas a espera de 18 meses e a qualidade da imagem fornecida levantam ainda mais questões sobre a transparência das autoridades canadenses.
A imagem, descrita como “uma fotocópia de uma impressão de e-mail”, oferece pouca clareza sobre a natureza do objeto. A relutância em divulgar a imagem, e a subsequente decisão de mantê-la em sigilo, são o tema central de uma série de e-mails trocados entre oficiais militares canadenses em fevereiro de 2023, presentes no documento obtido pelo CTVNews.ca.
Em 15 de fevereiro, a Tenente-Coronel Sharlene Harding envia um e-mail a seus superiores, incluindo o General Wayne Eyre, então Chefe do Estado-Maior de Defesa, informando que a imagem havia sido aprovada para divulgação. No entanto, Harding menciona a necessidade de autorização adicional do CFINTCOM (Comando de Inteligência das Forças Canadenses) devido à imagem ter sido coletada em solo canadense.
Enquanto aguardavam a autorização do CFINTCOM, a conveniência da divulgação da imagem passou a ser questionada. Um oficial de relações públicas do Departamento de Defesa Nacional expressou preocupação de que a divulgação da imagem “pudesse gerar mais perguntas/confusão”, considerando o clima de especulação pública e as declarações de que o objeto não representava ameaça.
O oficial de relações públicas argumenta que, apesar da imagem ter sido classificada como não confidencial e aprovada para divulgação pública, sua liberação “pode gerar mais perguntas/confusão, independentemente do texto que acompanhe a postagem”. A decisão final foi de reter a imagem “aguardando engajamento dos EUA”.
Controvérsias alimentam mais teorias da conspiração
A falta de transparência e a demora na divulgação de informações sobre o ÓVNI de Yukon contrastam com a resposta relativamente rápida e detalhada ao incidente do balão chinês. Essa disparidade alimentou especulações sobre a natureza dos objetos detectados no Canadá, com muitos entusiastas da Ufologia questionando se as autoridades canadenses estariam ocultando informações.
A imagem em si, agora liberada, pouco contribui para elucidar a natureza do objeto. Sua baixa resolução impede a identificação de características importantes, e a falta de contexto – como a altitude, condições de iluminação, espectro de captação de luz e o tipo de equipamento usado para capturar a imagem – limita a análise.

Além disso, a apresentação do objeto circular contrasta com as descrições correntes da época, que atribuíam aos objetos do Canadá formas ora cilíndrica, ora poligonal (um “octógono”). E, curiosamente, todas elas aparentemente bem distantes do discurso oficial, que tentou tratar a questão genericamente como “balões”.
A falta de dados técnicos e a impossibilidade de extrair informações relevantes da imagem têm frustrado tanto céticos quanto entusiastas da Ufologia. Nas redes sociais, multiplicam-se as críticas à falta de transparência e à qualidade da informação disponibilizada pelas autoridades canadenses. A saga do ÓVNI de Yukon, longe de ter um final conclusivo, parece apenas alimentar o mistério e a desconfiança em torno desses eventos, uma vez que a divulgação oficial continua defendendo que não foi possível recuperar o objeto abatido por dificuldades de acesso ao local da queda.
Confira aqui a troca de emails obtida pela Ctvnews.ca.