Curiosity fotografa estranhas formações em Marte
Nos primeiros meses de 2022, o rover Curiosity, da NASA, que explora a superfície do Planeta Vermelho desde 2012, fez despertarem novamente as hipóteses de que o planeta já foi habitado. Foi o escritor Paul Scott Anderson um dos primeiros a encontrar e divulgar as fotos de estranhas formações obtidas pelo rover quando passava pela Cratera Gale.
Em seu post no Twitter, o escritor indicou a imagem de uma formação rochosa incomum, com uma superfície aparentemente lisa e esculpida. Seus seguidores deram inúmeras explicações alternativas e insólitas para o formato da rocha, incluindo as teorias conspiratórias de sempre. Mas segundo ele, a formação pode ter sido lapidada pela água que já existiu no planeta.
Check out this groovy rock that the Curiosity rover just found on Mars yesterday. 👀🪨🔴 pic.twitter.com/2xZuMrI3wF
— Paul Scott Anderson (@paulsanderson) February 15, 2022
Já uma outra estrutura, apresentada em uma foto ainda mais recente (de 24/02), mostra o que parece ser uma planta calcinada na superfície de Marte. Não faltaram os mais afoitos em grupos nas redes sociais para denunciar que a imagem provavelmente seria de uma planta ou outra estrutura vegetal desconhecida da humanidade, mas comum ao solo marciano.
Contudo, o site SciTechDaily publicou um artigo esclarecedor mostrando que a tal “planta” é formada, na verdade, por elementos constituintes da rocha que não sofreram erosão ou desgaste pelo vendo e pelo tempo, ao contrário do resto da superfície. A formação é conhecida como aglomerado de cristais diagenéticos (rearranjo de minerais).
Não é a primeira vez que o rover marciano se depara com esse tipo de minerais, inclusive. Sua característica única cria aglomerados de cristais tridimensionais, provavelmente feitos de uma combinação de minerais diferentes.
Busca por vida inteligente em Marte
Não é de hoje que a humanidade sonha encontrar possíveis registros de vida inteligente no planeta vermelho. Nossa imaginação atravessa os mais 60 milhões de quilômetros que nos separam de Marte ocupada com histórias fictícias, teorias e comprovações que até agora não respondem totalmente às nossas dúvidas.
Observado a décadas pelos cientistas, Marte já foi suspeito por possuir rios construídos por “marcianos”. Seus habitantes invadiram a Terra na obra literária The War of the Worlds (A Guerra dos Mundos), de Herbert George Wells. A história mais tarde foi adaptada para uma rádio novela por Orson Welles que, pelo rádio, assustou milhares de pessoas que achavam que uma invasão marciana realmente estava acontecendo.
Anos depois, filmes como A Guerra dos Mundos, Planeta Vermelho, Marte Ataca e tantos outros incendiaram nosso fascínio pelo vizinho rochoso de nosso planeta.
Em 25 de julho de 1976, a nave Viking 1, da NASA, sobrevoou Marte em uma missão de reconhecimento e exploração, tirando várias fotos para o estudo do planeta. Uma estrutura em sua superfície incitou os mais fervorosos believers de que Marte já tinha possuído uma civilização inteligente. A foto tirada pela nave, revelava o que parecia ser um rosto humano em sua planície, na região conhecida como Cydonia, o que levou muitos a pensarem que aquela estrutura realmente tinha sido colocada ali, como uma espécie de localização.
No final da década de 90 e início dos anos 2000, o avanço da tecnologia permitiu que novas missões fotografassem o tal “monumento” e demonstrassem que a imagem não passava de um efeito de luz e sombra sobre crateras e saliências numa foto de baixa resolução.
Tecnologia que cria novas teorias de conspiração
Apesar de jogar água na hipótese de vida no planeta naquele momento, o avanço da tecnologia que mostrou que tudo não passava de pareidolia é o mesmo que continua a alimentar a esperança da comunidade que acredita na possibilidade de ter existido uma civilização inteligente em suas terras empoeiradas.
Isso porque o produtivo imageamento do planeta por diversos equipamentos humanos acaba produzindo fotos de diversas outras formações que acabam associadas a estátuas, ossadas de animais, pedaços de estruturas do que parecem ser restos de construções artificiais e até supostas árvores continuam sendo “descobertas”.
Ainda não sabemos se vamos de fato encontrar alguma coisa “real” nas terras marcianas. Talvez explorações futuras e até a viagem dos humanos à sua superfície possam realmente revelar algo para a nossa civilização. Encontrando ou não, é fato que o aprendizado significará novos rumos para a nossa história e até lições sobre como preservar o nosso próprio planeta.
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