Drones invadem bases aéreas na Inglaterra e Pentágono convoca coletiva

Drones invadem bases aéreas na Inglaterra e Pentágono convoca coletiva
Pentágono chama coletiva de imprensa mas não explica origem, comportamentos e ações de combate aos supostos drones (ou UAPs)
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Uma série de aparições de UAPs (ou “drones” de origem indeterminada) nas proximidades de bases aéreas conjuntas norte-americanas e britânicas na Inglaterra desde o dia 20 de novembro de 2024 tem gerado uma onda de preocupação e mistério.

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Anunciados apenas como “drones”, aparentemente de tamanhos e configurações variadas, os objetos luminosos misteriosos foram avistados sobrevoando as bases da RAF Lakenheath, RAF Mildenhall e RAF Feltwell, levando a uma resposta imediata da Força Aérea dos EUA (USAF) e da Força Aérea Real (RAF), que deslocaram caças F-15 para monitorar a situação.

Usuário do Reddit posta vídeo dizendo ser de drone em Lakeneath, Suffolk:

Drones have been spotted in vicinity of and over three bases hosting US Troops in UK between Nov. 20 and Nov. 26th, “Drone” over Lakeneath Base, Suffolk
byu/Altruistic_Emu6167 inUFOs

A USAF confirmou a presença dos drones e afirmou que “líderes das instalações determinaram que nenhuma das incursões impactou os residentes da base, instalações ou ativos”. No entanto, a persistência das incursões e a falta de informações sobre sua origem ou propósito geraram especulações e um clima de apreensão.

Em resposta à crescente preocupação, o Pentágono convocou uma coletiva de imprensa onde o Secretário de Imprensa do Departamento de Defesa dos EUA, Brigadeiro General Patrick Ryder, se dirigiu aos jornalistas. Questionado sobre a possível intenção hostil por trás dos drones, o General Ryder afirmou: “o que eu diria (…) que eles estão sendo monitorados ativamente”. Ele reiterou que, até o momento, as incursões não representaram nenhum impacto significativo para as operações das bases ou para a segurança do pessoal.

Pentágono convocou coletiva de imprensa na tentativa de acalmar ânimos com aparições de supostos drones (ou UAPs)
Pentágono convocou coletiva de imprensa na tentativa de acalmar ânimos com aparições de supostos drones (ou UAPs)

Quando os repórteres perguntaram sobre a possibilidade de abater os drones, o General Ryder foi evasivo: “Bem, eu não vou entrar em medidas de proteção de força. Nós, é claro, sempre mantemos o direito de nos defender se considerarmos algo uma ameaça”. Ele acrescentou que as autoridades americanas estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades britânicas para garantir a segurança do pessoal e das instalações.

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O General Ryder adotou uma postura cautelosa e também esquivou-se das perguntas sobre a provável origem dos equipamentos.

“Novamente, seria prematuro tirar qualquer conclusão. Temos que ver o que são. Quero dizer, é totalmente possível que sejam amadores ou alguma outra coisa. Só precisamos investigar. Então…”, disse.

A resposta frustrou os representantes da imprensa presentes, demonstrando a reticência do Pentágono em rotular a origem dos UAPs.

Outro ponto importante foi a resposta de Ryder à pergunta sobre as medidas de detecção e combate aos drones:

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“(…) Eu não quero entrar em detalhes em termos de táticas, técnicas e procedimentos relacionados à proteção da força. Certamente temos uma variedade de meios à nossa disposição e protegeremos nosso pessoal e nossas instalações”, esquivou-se.

A declaração vaga sugere que o Pentágono e o Ministério da Defesa (MoD) britânico possuem recursos para lidar com a situação, mas estão optando por não revelá-los publicamente, possivelmente por questões estratégicas.

Ryder também enfatizou a necessidade de cautela ao lidar com drones, especialmente em áreas civis.

“Mesmo aqui nos Estados Unidos, certo, se houver drones que estão sendo pilotados por amadores ou alguma outra entidade, você quer ter certeza de que está fazendo a devida diligência não apenas para se proteger e a segurança dos outros, mas também usando medidas apropriadas para não criar inadvertidamente efeitos de segunda e terceira ordem. Em outras palavras, potencialmente prejudicando as comunidades civis nas quais operamos dentro e ao redor.”

Essa fala destaca a complexidade da questão, demonstrando que uma resposta a essas incursões precisa ser cuidadosamente calibrada para evitar os chamados danos colaterais, com riscos a civis.

“Sinistro”: jornalista levanta preocupações sobre a natureza das incursões

Larissa Brown, editora de defesa do Sunday Times, um dos maiores jornais da Grã-Bretanha, expressou sua preocupação com os eventos em sua conta no X.com, descrevendo o incidente como “sinistro”. Ela revelou que ao todo 60 soldados britânicos foram mobilizados para auxiliar os EUA na investigação, o que evidencia a seriedade da situação.

Vários moradores próximos às bases militares publicaram vídeos dos 'drones' (UAVs ou UAPs?) - Reprodução: Redes Sociais
Vários moradores próximos às bases militares publicaram vídeos dos ‘drones’ (UAVs ou UAPs?) – Reprodução: Redes Sociais

O uso da palavra “sinistro” por Brown ressalta a falta de clareza em torno dos objetivos e da origem dos drones, alimentando a especulação sobre a possibilidade de uma ameaça mais séria do que inicialmente se supunha. Enquanto isso, a Internet fervilha em postagens de usuários com vídeos supostamente mostrando as luzes com trajetórias lentas e erráticas atribuídas aos supostos “drones”.

Em quase todas as filmagens, luzes de caças F15 sobrevoando próximos aos equipamentos misteriosos também foram registradas. Nem o Pentágono nem o MoD esclareceram porque usar caças supersônicos F15 para monitorar a ação de “drones” com trajetórias de voo lentas e que por vezes permaneciam praticamente estáticos no céu.

Paralelo com o incidente na Base Aérea de Langley

As incursões de drones na Inglaterra evocam um evento similar ocorrido na Base Aérea de Langley, na Virgínia, em dezembro de 2023. Naquela ocasião, objetos misteriosos, também descritos como “drones”, invadiram repetidamente o espaço aéreo da base, desafiando os sistemas de defesa e deixando para trás um rastro de perguntas sem resposta.

O mistério dos drones invasores na base aérea de Langley (Imagem criada por IA)
O mistério dos drones invasores na base aérea de Langley (Imagem criada por IA)

Conforme já reportou matéria anterior do Portal Vigília, os objetos foram avistados em diversas áreas da base, incluindo a linha de voo e hangares, demonstrando um nível de ousadia e capacidade de penetração que alarmou as autoridades. [Relatos de testemunhas oculares descreveram os objetos como tendo “luzes piscantes vermelhas, verdes e brancas”, e realizando “manobras aéreas incomuns”.

A ineficácia dos sistemas antidrone em Langley e a incapacidade de identificar os operadores geraram especulações sobre a origem e as intenções por trás das incursões. A falta de transparência do Departamento de Defesa levou especialistas a questionarem a versão oficial, com diversas fontes sugerindo a possibilidade de envolvimento de agentes estrangeiros ou de algo “mais exótico”, como inteligências “não humanas”.

Repercussão das declarações do Pentágono e a ironia de Elon Musk

As declarações do Brigadeiro General Patrick Ryder, tentando transmitir uma aura de controle da situação, deixam diversas lacunas que apenas amplificaram a sensação de mistério e abriram espaço para todo tipo de especulação. Depois de ganhar destaque nos veículos de mídia convencionais, o assunto vem repercutindo fortemente nos fóruns de discussão ligados à Ufologia e nas redes sociais.

Um dos pontos mais debatidos pelos usuários do subreddit r/UFOs, por exemplo, se concentrou na ausência de informações sobre o uso de equipamentos de desativação de drones. Os usuários ressaltam a contradição entre a sofisticação tecnológica do aparato militar americano e a aparente incapacidade de lidar com drones, considerados por muitos como facilmente neutralizáveis com a tecnologia atual.

Outro ponto levantado nos fóruns é a falta de imagens ou dados concretos sobre a proximidade dos drones das bases e os riscos envolvidos. A narrativa oficial se concentra em minimizar o impacto das incursões, mas a ausência de detalhes sobre as manobras, os horários de voo ou a distância dos drones em relação a áreas sensíveis, alimenta a desconfiança e a especulação.

Para alguns entusiastas da Ufologia, se fossem drones convencionais, o Pentágono já teria divulgado imagens e informações detalhadas para tranquilizar a população. A recusa em fazê-lo, combinada com a mobilização de tropas britânicas para auxiliar na investigação, reforça a percepção de que a ameaça pode ser mais complexa e preocupante do que se admite publicamente.

Enquanto o Pentágono se esforça para minimizar a gravidade da situação, o bilionário Elon Musk ironiza a ineficácia dos métodos tradicionais de defesa aérea. Em sua conta no X, Musk publicou um vídeo de um enxames de drones agindo em conjunto, comparando sua eficiência e baixo custo com o gasto milionário em caças a jato como o F-35, que ele considera um “design de merda”.

Drone “misterioso” até no Brasil

O caso dos drones não identificados sobrevoando bases da Força Aérea Americana na Inglaterra encontra um paralelo intrigante em um incidente ocorrido no Brasil em outubro de 2024. Conforme noticiou o Portal Vigília, um “drone misterioso” rondou a comunidade indígena Tiriyó, no Pará, levando o Exército Brasileiro a abrir fogo contra o equipamento. Apesar dos disparos, o drone não foi abatido, e sua origem permanece desconhecida.

Exército Brasileiro tentou abater drone misterioso que sobrevoou comunidade indígena Tiriyós, no Pará, frontera com Suriname (Imagem: montagem sobre foto do Comando Militar Norte)
Exército Brasileiro tentou abater drone misterioso que sobrevoou comunidade indígena Tiriyós, no Pará, fronteira com Suriname (Imagem: montagem sobre foto do Comando Militar Norte)

O caso brasileiro soma-se aos episódios de Langley e da Inglaterra para reforçar os questionamentos sobre a natureza desses equipamentos, considerados “óvnis” ou “sondas ufológicas” pelos entusiastas da Ufologia. Além disso, os casos estabelecem um padrão preocupante de dúvida sobre a eficácia dos sistemas de defesa e a transparência das autoridades. Somados, esses episódios contribuem para um clima de incerteza e especulação.

Redação Vigília

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