MUFON adiciona novo capítulo à novela dos supostos materiais extraterrestres

Um grupo de pesquisadores de OVNIs afirma estar de posse de um material não identificado que, segundo eles, pode ser de origem extraterrestre. A apresentação ocorreu no último dia 13 de julho, numa conferência em Irving, Texas, organizada pela MUFON (Mutual UFO Network), a maior e mais antiga organização civil de pesquisa sobre OVNIs do mundo. Anunciada com alarde semanas antes do evento, no entanto, a apresentação frustrou parte da comunidade ufológica pela falta de dados e análises mais concretas.
O pesquisador Bob Spearing, diretor de investigações internacionais da MUFON, apresentou pequenos fragmentos do material durante o simpósio internacional da organização. Segundo Spearing, o material foi obtido de um pesquisador russo identificado apenas como Arkady. A exposição de Spearing foi destaque de matéria publicada no site britânico DailyMail.
“É um material muito, muito leve”, disse Spearing aos participantes. “Parece quase poroso, como se tivesse poros. Tem um tom dourado, mas é basicamente um material preto. Parece ser algum tipo de compósito.”
A história por trás da obtenção do fragmento é, para variar, incomum. De acordo com Spearing, Arkady afirmou que o material “apareceu” em sua casa após ele ter sido contatado por uma entidade não-humana, que lhe disse que o fragmento era proveniente de um OVNI acidentado.

Análises superficiais e achados especulativos
Segundo Spearing, o material foi submetido a testes em laboratórios geológicos russos utilizando um equipamento de fluorescência de raios-X portátil. Em dois laboratórios na Rússia os resultados teriam mostrado que 90% do material simplesmente era não identificável.
“Isso significa que ou A) não é um metal, ou B) é uma liga metálica que não é reconhecida ou algo que não está na tabela periódica”, explicou Spearing.
Os 10% identificáveis seriam compostos por cálcio, titânio, ferro, arsênico e cobre, de acordo com os testes russos citados por Spearing. Então os pesquisadores pediram que Arkady enviasse amostras para os EUA, que a MUFON encaminhou para um de seus contatos no Missouri que teria usado a mesma técnica de análise — espectroscopia por fluorescência de raios-X portátil — e desta vez o equipamento não teria identificado nenhum componente conhecido.

Então a história fica ainda mais estranha porque, com a intenção de enviar o material para outro laboratório, partes dele foram despachadas por correio para a casa de Spearing, mas nunca chegaram ao destino.
Na matéria o próprio DailyMail levanta questões acerca da confiabilidade da tecnologia utilizada na análise. Segundo o site, um grupo de cientistas ambientais no Arizona, por exemplo, relatou no ano passado que seus testes portáteis de fluorescência de raios X não conseguiram identificar com precisão o conteúdo metálico de cromo, devido ao alto teor de ferro que abafava o sinal do cromo.
E os cientistas da NASA que ajudaram a preparar a missão do rover Perseverance de Marte em 2020 descobriram que suas próprias pistolas de fluorescência de raios X se mostraram incapazes de detectar alguns elementos-chave de forma “confiável”.
Mesmo assim, os cientistas defenderam a ferramenta. “Embora isso limite o uso do hXRF, especialmente quando comparado às técnicas de XRF de laboratório”, relataram os pesquisadores da NASA , “o hXRF ainda é capaz de fornecer ao usuário de campo uma percepção contextual significativamente melhorada de um local de campo”.
Para ressaltar a suposta estranheza do material, uma das “demonstrações” realizadas pela MUFON foi apresentá-lo apoiado sobre uma flor, para explicitar quão leve é o fragmento desconhecido.
As controversas análises de metamateriais supostamente provenientes de OVNIs
O tema da composição de materiais de origem supostamente extraterrestre voltou ao centro das atenções recentemente, com análises conduzidas por uma equipe de especialistas da Falcon Space, liderada por Mark Sokol, e, poucos dias depois, graças a um novo relatório do AARO (All-Domain Anomaly Resolution Office). As conclusões não poderiam ser mais divergentes. A disparidade entre os resultados é apenas mais um capítulo na novela em que o tema dos já chamados “metamateriais” vem se transformando, com dúvidas recorrentes sobre as origens dos fragmentos, a ausência de dados definitivos de composição e distribuição isotópica (cujas peculiaridades poderiam indicar uma origem não terrestre) entre outras questões.
A equipe da Falcon Space — uma empresa que tem entre suas metas desenvolver tecnologia espacial a partir da engenharia reversa de UAPs — realizou análises superficiais utilizando tecnologias de imageamento e microscopia para explorar as características físicas e químicas do material enigmático ao qual teve acesso. Os fragmentos foram atribuídos à suposta queda de um OVNI em Roswell, mas não está clara a cadeia de eventos que determinou seu destino à equipe e tampouco sua confiabilidade.
O pesquisador Jarod Yates apresentou os dados e seus insights em tempo real a Tim Ventura, que transformou a inspeção visual detalhada em um vídeo no YouTube da APEC, juntamente com uma discussão especulativa sobre as possíveis aplicações do material em propulsão, por meio de polarização dinâmica nuclear (DNP).
Durante a inspeção, observou-se que o metal apresenta uma estrutura em camadas distintas. Essas camadas, visíveis sob ampliação, revelam uma série de características únicas, incluindo a presença de linhas escuras que indicam diferentes materiais. Esse padrão de estratificação sugere que o metal poderia funcionar como um guia de ondas, um componente crucial para manipular campos eletromagnéticos, o que pode estar relacionado à propulsão ou à camuflagem da nave. Mark Sokol comentou: “As camadas distintas e a estrutura hexagonal que observamos são bastante intrigantes e podem indicar um design sofisticado voltado para fins específicos.”
A análise também destacou as propriedades ópticas singulares da amostra. Sob diferentes ângulos e comprimentos de onda de luz, foram detectados padrões de arco-íris e refrações complexas. Essas características indicam a presença de nanoesferas e possivelmente de uma estrutura cristalina hexagonal, que pode ser responsável por reflexões específicas de luz. Este fenômeno de refração e fluorescência é semelhante às cores observadas em avistamentos de OVNIs, onde as naves emitem uma sequência de cores vibrantes.
“A presença de nanoestruturas pode explicar as anomalias ópticas que observamos, algo que não é comum em materiais terrestres,” afirmou Jarod Yates.
Além das observações visuais, testes químicos mostraram a presença de materiais como magnésio, alumínio e bismuto. O bismuto, em particular, possui uma condutividade térmica alta e uma susceptibilidade magnética negativa, o que significa que ele repele campos magnéticos. Essas propriedades sugerem que o material poderia ser utilizado para conversão de energia térmica em elétrica ou como parte de um mecanismo de levitação.
“A combinação de magnésio, alumínio e bismuto em um único material pode indicar um propósito funcional que estamos apenas começando a entender,” disse Tim Ventura durante a análise.
A investigação apontaria para a possibilidade de que este material tenha sido parte de um sistema avançado de energia ou propulsão, utilizando ressonâncias de alta ordem. A ideia é que o metal pode funcionar como um capacitor ou um guia de ondas para frequências terahertz e reforça a hipótese de tecnologias avançadas de controle de energia e movimento.

Os pesquisadores planejam continuar as investigações, focando em testes de aplicação prática e análises microscópicas detalhadas. Embora a origem extraterrestre do material ainda não possa ser confirmada, as propriedades incomuns descobertas até o momento sustentam o interesse contínuo na pesquisa desses materiais misteriosos.
Relatório da AARO contradiz alegações de origem extraterrestre
Em contraste com as análises da Falcon Space, um recente relatório publicado pelo Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (AARO) do Pentágono apresenta conclusões drasticamente diferentes sobre a natureza dos supostos materiais extraterrestres. O AARO, encarregado de investigar fenômenos aéreos não identificados (UAPs), enviou uma amostra do alegado artefato alienígena para análise no Laboratório Nacional de Oak Ridge em 2022.
Após dois anos de estudo minucioso, os cientistas de Oak Ridge concluíram que o espécime não tem origem extraterrestre. Pelo contrário, é provavelmente o resultado de experimentos terrestres do século XX na busca por ligas de magnésio mais leves e resistentes para uso aeroespacial.
O relatório afirma: “Considerando todas as evidências disponíveis, o AARO avalia que este espécime é provavelmente um objeto de teste, um produto ou subproduto de fabricação, ou um componente material de estudos de desempenho aeroespacial para avaliar as propriedades das ligas de magnésio.”
Os cientistas descobriram que o material é uma liga de magnésio comum, refutando alegações anteriores de propriedades extraordinárias, como a capacidade de funcionar como um guia de ondas terahertz para gerar capacidades antigravitacionais. O relatório enfatiza: “Uma análise moderna e robusta de sua composição e propriedades químicas e estruturais não indica que sua origem seja não terrestre, nem os dados sugerem que o material examinado já teve a camada de bismuto monocristalino puro que poderia possivelmente ter atuado como um guia de ondas terahertz.”
O AARO também observou que houve extensa pesquisa doméstica sobre ligas de magnésio para estruturas de aeronaves, motores, armas e sistemas de entrega a partir de 1915, atingindo o ápice durante a Segunda Guerra Mundial. Muitas dessas ligas experimentais falharam por razões não bem compreendidas na época dos testes, como a corrosão sob tensão.
É importante notar que a amostra analisada foi fornecida pela To The Stars Academy, uma organização de pesquisa independente liderada por Tom DeLonge, vocalista do Blink-182 e entusiasta de OVNIs. Embora a To The Stars tenha alegado que o material foi “claramente projetado com camadas distintas de MgZn e Bi em espessuras estruturadas de apenas mícrons”, o relatório do AARO contradiz essas afirmações.

O AARO reconhece que a longa cadeia de custódia deste espécime não pode ser verificada, mas o interesse público e da mídia no espécime justificou uma investigação transparente que aderisse ao método científico. Apesar de originária de uma entidade que atualmente está com a credibilidade bastante abalada, esta análise detalhada e suas conclusões lançam dúvidas significativas sobre as alegações de origem extraterrestre desses materiais, oferecendo uma explicação terrestre plausível para sua existência e composição.
Fragmentos mais comuns em circulação são “Art’s Parts”
Embora a cadeia de custódia dos materiais analisados em ambos os casos seja em grande parte pouco confiável, ao menos uma origem em comum é possível indicar: eles são “Art’s Parts” (algo como “peças do Art”, em tradução livre). Os fragmentos ganharam notoriedade na década de 1990, quando Art Bell, famoso apresentador de rádio já falecido, entusiasta da Ufologia, recebeu diversas peças de um remetente anônimo que alegava que seu avô havia recuperado os materiais no incidente de Roswell.
A jornalista investigativa Linda Moulton Howe conduziu análises iniciais e alegou ter encontrado anomalias curiosas, como a presença de uma fina camada de bismuto e uma estrutura superficial de alumínio puro. Desde então, esses materiais têm sido objeto de inúmeros estudos e especulações, sendo frequentemente citados em discussões sobre a possibilidade de tecnologias extraterrestres.
Comparações com amostras previamente analisadas mostram semelhanças notáveis, tanto nas camadas quanto nas propriedades estruturais e ópticas. Por parte dos entusiastas da ufologia, essas similaridades fortalecem a teoria de que essas amostras poderiam realmente ser de origem extraterrestre. O recente estudo pela equipe da Falcon Space adiciona uma nova camada de dados, com a identificação de propriedades estruturais únicas que poderiam indicar essa origem e um propósito ainda desconhecido.
Embora a investigação das amostras de metal ofereça um vislumbre fascinante de possíveis tecnologias extraterrestres, os avanços significativos em materiais e engenharia que poderiam advir daí permanecem meramente como especulação, como propriedades únicas que permitiriam manipulação de energia e da luz. Nenhuma delas, até agora, chegou a ser demonstrada. Mas a equipe da Falcon Space está comprometida em continuar essa linha de pesquisa, na esperança de desvendar os mistérios que cercam esses materiais.
Análises controversas e explicações alternativas para os “Art’s Parts”
Desde que surgiram há cerca de 30 anos, os materiais conhecidos como Art’s Parts têm sido alvo de intensos debates e controvérsias. Foram examinados por várias entidades ao longo dos anos e a composição principal foi determinada como sendo alumínio, magnésio e pequenas quantidades de ferro, manganês, cálcio e silício. Estudos mais detalhados sugerem que esses materiais não são tão extraordinários quanto parecem à primeira vista.
A análise desses fragmentos aponta que sua composição é consistente com materiais produzidos por processos industriais conhecidos, como o Processo Betterton-Kroll. Esse método é usado na purificação de chumbo e envolve a remoção de impurezas, incluindo bismuto e antimônio, através da adição de cálcio e magnésio ao chumbo derretido. Durante o processo, são formadas ligas que são então removidas na forma de escória. A camada de bismuto e magnésio encontrada em alguns desses fragmentos é característica dos resíduos gerados por esse método de fabricação, que remonta à primeira metade do século passado.

Há alguns anos, a composição desses fragmentos e os possíveis processos de fabricação foram objeto de um longo debate no fórum cético Metabunk, que identificou inclusive conclusões contraditórias sobre a natureza dos materiais debatidas dentro da própria comunidade ufológica.
Outro ponto de controvérsia envolve a aquisição dos fragmentos por figuras públicas notáveis, como Tom DeLonge. De acordo com relatos, DeLonge teria pago 40 mil dólares a Linda Moulton Howe pelos fragmentos dos “Art’s Parts”. Essa transação levantou questões sobre a motivação financeira por trás da divulgação desses materiais e se isso poderia influenciar a interpretação dos dados.
“Quando há grandes somas de dinheiro envolvidas, sempre há a preocupação de que os resultados das pesquisas possam ser influenciados por interesses financeiros,” observa um membro da equipe do Metabunk.
Apesar das análises contestadoras, a equipe da Falcon Space deve continuar a explorar as propriedades dos “Art’s Parts”. Eles esperam que novos métodos de análise e tecnologia mais avançada possam oferecer respostas mais conclusivas sobre a verdadeira natureza desses materiais. A discussão permanece aberta, com ambos os lados apresentando argumentos baseados em dados científicos e observações empíricas.
Outros materiais analisados
A (re)análise dos “Art’s Parts” provavelmente ganhou os holofotes influenciada por outra análise de supostos metamateriais apresentada no final do ano passado pelo cientista notável Garry Nolan numa conferência da Sol Foundation, um think tank estabelecido na Califórnia em agosto de 2023 para pesquisar as implicações políticas, filosóficas e científicas dos Fenômenos Aéreos Não Identificados. O geneticista que tem se dedicado ao estudo de supostos materiais extraterrestres divulgou um estudo baseado em amostras que obteve do pesquisador Jacques Vallée, notório investigador de OVNIs sempre associado à atividade científica e acadêmica.
Nolan descreveu suas análises como semelhantes ao que apresentaria em uma conferência científica com dados de um de seus estudantes de pós-graduação. Utilizando técnicas avançadas de imageamento atômico, ele examinou o posicionamento de milhões de átomos em três materiais diferentes. A precisão alegada é de cerca de 1 angstrom no eixo Z e 3-5 angstroms nos eixos XY.

Um dos achados mais intrigantes de Nolan foi a presença de amostras com 99,99% de silício puro. Embora não seja impossível de produzir, o pesquisador argumenta que seria difícil fabricar material com tal pureza na época em que as amostras supostamente foram encontradas. Outro espécime examinado revelou uma estrutura em camadas de alumínio e zinco. Nolan avaliou a cadeia de custódia dos seus fragmentos — atribuídos a episódios em Socorro (Novo México) e Brasil (Ubatuba) — como moderadamente confiável. Ainda assim, enquanto nos últimos anos as amostras tenham sido exploradas do ponto de vista da presença da alta concentração de magnésio, para Nolan a estranheza de seus fragmentos estava na pureza do silício presente junto com os demais elementos.
Nolan compartilhou imagens detalhadas dessas estruturas, mostrando pontos verde-claros representando átomos de zinco e esferas azuis maiores indicando átomos de alumínio. Segundo ele, os átomos de alumínio pareciam “infiltrados” no zinco de maneira assimétrica e com baixa frequência.

É importante notar, entretanto, que apesar da formação científica sólida de Nolan, sua especialidade principal não é em ciência dos materiais ou metalurgia. Como imunologista, sua abordagem, embora rigorosa, pode não contemplar todas as nuances específicas desses campos. Nolan reconhece a necessidade de realizar “um monte de pesquisas aprofundadas na literatura para descobrir o que poderia ser esperado de materiais prosaicos nesses períodos antes de fazer quaisquer declarações”. Além disso, ele próprio admitiu não ter achado diferenças de composição isotópicas em relação às encontradas nos materiais na Terra.
O que é a análise isotópica e por que ela é importante neste contexto?
As análises de Nolan acrescentam uma nova camada de complexidade ao debate sobre os “Art’s Parts” e outros supostos materiais extraterrestres. No entanto, é importante lembrar que, mesmo com métodos científicos rigorosos, a interpretação dos resultados ainda está sujeita a debate e requer validação por especialistas em campos diretamente relacionados à ciência dos materiais.
Neste aspecto, absolutamente nenhum dos testes encontrou variações importantes no dado que é, em resumo, o Santo Graal da identificação de materiais potencialmente oriundos de fora da Terra: divergências nas proporções isotópicas dos elementos.
Esse tipo de análise é o principal fator para determinar uma “assinatura” da fonte do material. Isótopos são variantes de um mesmo elemento químico que diferem no número de nêutrons em seus núcleos. As proporções desses isótopos na Terra são resultado de processos geológicos, atmosféricos e biológicos específicos e únicos do nosso planeta ao longo de bilhões de anos. O ferro, por exemplo, extraído por mineração de rochas na Terra, é sempre formado por uma proporção específica de diferentes isótopos do mesmo elemento ferro. A menos que a mineração encontre um pedaço de meteorito.

Materiais formados em outros corpos celestes, como asteroides, cometas ou planetas distantes, têm proporções isotópicas distintas devido às diferentes condições de formação e evolução destes corpos celestes. Por esse método, o astrofísico de Harvard Avi Loeb tem tentado demonstrar que algumas esferas, ou “esferulas”, que encontrou no oceano são parte de um objeto interestelar que caiu na Terra.
Assim, ao analisar as proporções isotópicas de elementos como oxigênio, carbono, nitrogênio ou metais pesados em um material desconhecido, os cientistas podem determinar se essas proporções são consistentes com as encontradas na Terra ou se indicam uma origem extraterrestre. Esta técnica é tão precisa que é rotineiramente usada para autenticar meteoritos e tem sido fundamental em missões espaciais para analisar amostras de outros corpos celestes.
Portanto, para qualquer alegação de material extraterrestre, a análise isotópica fornece a evidência mais robusta e cientificamente aceita de sua origem. No caso dos supostos metamateriais de OVNIs, a ausência de anomalias isotópicas significativas enfraquece consideravelmente as alegações de origem extraterrestre, sugerindo que, apesar de suas propriedades incomuns, esses materiais provavelmente têm uma origem terrestre.
Novos métodos de análise
A saga dos supostos metamateriais de OVNIs continua a ser um tema fascinante e controverso. Enquanto alguns pesquisadores, como a equipe da Falcon Space e a MUFON, continuam a encontrar propriedades intrigantes nesses materiais, a análise “oficial” (como era de se esperar) no relatório do AARO oferece explicações terrestres plausíveis para sua origem e composição, corroborando as análises dos céticos.
A discrepância entre essas conclusões ressalta a importância de uma abordagem científica rigorosa e imparcial na investigação desses fenômenos. A análise isotópica, em particular, emerge como uma ferramenta crucial neste debate, oferecendo um meio confiável de distinguir entre materiais terrestres e extraterrestres. E, de fato, até agora apenas o AARO foi claro e conclusivo nos dados que apresentou respeito do tema.
No entanto, é importante notar que a ausência de evidências definitivas de origem extraterrestre não diminui o valor científico desses estudos. As investigações desses materiais podem levar a descobertas interessantes sobre futuros processos de investigação das propriedades de materiais e técnicas de análise avançadas, mesmo que sua origem acabe sendo terrestre.
À medida que a tecnologia avança e novos métodos de análise são desenvolvidos, é possível que surjam novas perspectivas sobre esses materiais enigmáticos. Por enquanto, a comunidade científica continua a abordar essas questões com um ceticismo saudável, equilibrando a abertura a possibilidades extraordinárias com a necessidade de evidências sólidas e reproduzíveis.
O debate sobre os metamateriais de OVNIs serve como um lembrete da importância da investigação científica rigorosa e com as ferramentas certas, da transparência na metodologia e da necessidade de colaboração interdisciplinar na busca pela verdade, seja ela terrestre ou, potencialmente, de além das estrelas.