Novo viajante interestelar pode estar entrando em nosso Sistema Solar

Astrônomos do mundo inteiro estão em festa por descobrirem que um novo viajante interestelar pode estar entrando em nosso Sistema Solar.
A descoberta foi feita no último dia 30 de agosto. Segundo os astrônomos, as primeiras análises mostram que o objeto – chamado C/2019 Q4 – está entrando em nosso sistema solar.
Ainda não há confirmação oficial de que seja de outra galáxia. Mas, se for, será o segundo detectado nesta década.
O primeiro viajante interestelar conhecido é o Oumuamua, descoberto em 2017. Com 400 metros de comprimento e alongado como um charuto, o Oumuamua é um corpo celeste que veio de outra parte do universo.

Viajante estelar distante da Terra
O C/2019 Q4 (Borisov) foi descoberto pelo observador profissional ucraniano Gennady Borisov no observatório Margo em Nauchny, na Crimeia.
De acordo com a NASA ainda há a possibilidade que o viajante interestelar seja um cometa.
A agência afirma ainda que ele está entrando em direção ao sol, mas permanecerá na órbita de Marte e ficará a aproximadamente 300 milhões de quilômetros da Terra.
Após as detecções iniciais Davide Farnocchia, do Centro de Estudos NASA, contatou astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) na Itália, e especialistas do Minor Planet Center, localizado em Cambridge, Massachusetts.
O objetivo era estimar a trajetória precisa do objeto e determinar se ele se originou dentro do nosso sistema solar ou se veio de outro lugar da galáxia.
Oumuamua em alta velocidade
Segundo Davide Farnocchia, a velocidade atual do C/2019 Q4 é alta, cerca de 150.000 km/h, bem acima das velocidades típicas de objetos que orbitam o Sol a essa distância.
“A alta velocidade indica não apenas que o objeto provavelmente se originou de fora do nosso sistema solar, mas também que ele irá sair e voltar ao espaço interestelar”, explicou.
Para Farnocchia, a órbita do C/2019 Q4 se assemelha às órbitas de cometas de longo período e por isso a agencia espacial norte-americana o considere um cometa, embora a agência espacial europeia use o termo “objeto”.

Um corpo gelado
Observações concluídas por Karen Meech e sua equipe na Universidade do Havaí indicam que o núcleo do viajante interestelar possui entre 2 e 16 km de diâmetro.
As observações mostraram ainda que, ao que tudo indica, o viajante interestelar tem um corpo gelado central que está produzindo uma nuvem circundante de poeira e partículas na medida em que se aproxima do Sol e aquece.
Engenheiros da NASA destacam que por conta de sua identificação precoce o C / 2019 Q4 estará ao alcance de telescópios profissionais nos próximos meses, o que permitirá que boa parte da humanidade o veja, acaso queira.
“O objeto terá o pico de brilho em meados de dezembro e continuará sendo observável com telescópios de tamanho moderado até abril de 2020”, explicam os especialistas.
“Depois disso, só será observável com telescópios profissionais maiores até outubro de 2020”, continuam.
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A NASA diz ainda que os astrônomos continuarão coletando observações para saber mais sobre as propriedades físicas do viajante interestelar – como tamanho, rotação, etc – e identificar de maneira definitiva sua trajetória.