Olho gigante: telescópio ELT vai coletar 100 milhões mais de luz que o olho humano
Um olho gigante: assim é definido o telescópio ELT (Extremely Large Telescope), que tem capacidade de captar 100 milhões de vezes mais luz do que o olho humano, e que está sendo construído no topo de uma montanha no deserto do Atacama, no Chile.
O observatório – que será o maior telescópio óptico/infravermelho do mundo – captará 13 vezes mais luz do que os maiores telescópios ópticos atuais e será capaz de corrigir a distorção atmosférica adaptativa óptica utilizando oito unidades de estrelas guia de laser e vários instrumentos científicos.
ELT – o olho gigante
Quando entrar em serviço, em 2026, o ELT contará com uma cúpula de 85 metros de diâmetro, do tamanho de um campo de futebol.
Pesando 5.000 toneladas, será capaz de girar. O próprio telescópio, uma estrutura tubular de 3.000 toneladas, carregando um enorme espelho de 39 metros de diâmetro, também será móvel.
Inicialmente o Observatório Europeu do Sul (ESO), responsável pelo empreendimento, planejou um espelho primário de 39 metros de diâmetro.
Como não é possível construir um espelho de 39 metros, o ELT será segmentado em 798 segmentos hexagonais (pequenos espelhos de 1,4 m).
Além desse espelho primário, o ELT consistirá em um espelho secundário de 4,2 m de diâmetro, dois outros espelhos menores de 3,8 me 2,4 m, e então um último de forma elíptica de 2,6 x 2,1 m.
As descobertas do ELT
“O ELT permitirá descobertas científicas consideráveis e avanços em muitas áreas da astronomia”, explica Jean-Gabriel Cuby da International Astromical Union (IAU).
“Com este telescópio, esperamos avanços significativos em muitos campos como no estudo de exoplanetas, buracos negros, galáxias distantes e pesquisas sobre questões fundamentais como a natureza da matéria e a energia escura ou a física dos primeiros momentos”, diz.
Em termos concretos, os astrônomos serão capazes de detectar e caracterizar exoplanetas do tamanho da Terra, estudar o horizonte dos buracos negros, ver as primeiras galáxias e isolar as estrelas e galáxias.
Vidas inteligentes
Entretanto, o E-ELT não rastreará formas de vida inteligentes. Por outro lado, é perfeitamente dimensionado para buscar condições propícias à vida e bioassinaturas.
“Ele pode detectar a assinatura de gás compatível com a vida como hidrogênio, ozônio, metano e, sob certas condições, a detecção desses gases será um forte indicador, mas não uma prova irrefutável de vida”, destaca Cuby.
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Em relação à física, o ELT deve responder rapidamente às questões que atormentam os pesquisadores sobre a possível evolução das constantes na física fundamental, como a carga do elétron e a velocidade da luz.
“Para certo número dessas constantes, podemos encontrar as variações em um passado muito distante para ver se as leis e constantes da física evoluíram ao longo do tempo”, finaliza.
Veja o vídeo de apresentação: