Operação resgate em Tacuarembó: um caso quase perfeito?
Numa tarde de maio de 1973, num dia em que chovia torrencialmente nas coxilhas uruguaias de Pueblo Achar, pequena localidade rural do Departamento de Tacuarembó, uma grande explosão, “similar à queda de um raio”, foi sentida nos arredores da estância arrendada por Isidro Tito. O fato foi acompanhado por um forte cheiro “como de fio de luz queimado”.
Paralelamente, vários moradores de diferentes lugares do povoado e regiões adjacentes, viram descer algo “como um globo de luz avermelhado”, que se perdeu atrás das coxilhas. Em completo silêncio e sem manobras estranhas, o fenômeno não apresentava uma queda livre e seu tamanho era apreciável…
Na manhã seguinte, Isidro Tito saiu percorrendo o campo, tentando descobrir o local da suposta queda “do raio de ontem à noite”. Porém grande foi sua surpresa ao deparar-se com um estranho poço rodeado de pedregulhos, que se assemelhava a uma cratera. A formação consistia em um bacia de 50 cm de profundidade, ainda coberta por água, em cujo perímetro se levantava um montículo de pedras que se distribuíam em um diâmetro de 6 metros. De suas bordas se estendiam 8 sulcos de cerca de 30/40 cm de largura e 12 metros de comprimento. Parecia com o molde de “uma roda de carroça”, segundo Tito. A profundidade destes raios no terreno não passava de um par de centímetros. Tanto na cratera como nos ditos sulcos se observava um pó esbranquiçado similar ao talco e, nos arredores, notava-se grande quantidade de pequenas partículas “como de ferro raspado” (limalha).
Tendo o relato do acontecido se espalhado no povoado, o Sr. Leonel Montes de Oca, junto aos vizinhos Rodríguez e Fagundez, todos interessados na fenomenologia OVNI, começaram a investigar a marca, comprovando que possuía um interessante campo magnético, superior ao existente no solo da região, composto de pedra basáltica avermelhada pela presença de ferro. Porém, salvo os curiosos moradores locais, atraídos pela historia de que, segundo Montes de Oca e sua gente, havia um OVNI enterrado, ninguém (leia-se bem, NINGUÉM) se apresentou naquelas desoladas paragens e, portanto, o caso foi sendo esquecido…
De concreto temos que, nos primeiros meses de 1976, começaram a visualizar-se em várias localidades do Departamento de Tacuarembó repetidas manifestações OVNI. Um após outro, chegaram relatos de Peralta, Curtina, Arroyo do Medio etc., que tiveram seu pico máximo na segunda metade do ano, quando uma verdadeira “invasão de OVNIs” se abateu sobre a região. Porém havia um epicentro. E era o povoado de Achar [Nota do Editor: localizado no Departamento de Tacuarembó]. Em Achar estava a cratera de outrora. E nos arredores da cratera se encontravam umas 100 marcas de aterrissagem… Estas marcas eram idênticas à de outros pousos de discos. Circulares, ovais e até uma ferradura de 18 metros, todas com um capim verde intenso e sempre a presença de fungos ao redor, adornando uma paisagem atípica. A partir de esse momento, o fenômeno se estendeu e chegou ao Departamento de Salto, com as mesmas características. E nasce por fim, o caso “La Aurora”. Porém isso é outra história… com algo de SIM, com algo de NÃO, com algo…
E viajamos – Uma vez estabelecidos os contatos com Montes de Oca e preocupados pelo que nos contava, decidimos chegar ao lugar, fosse como fosse… Porém, o que nos dizia Leonel em suas cartas? Avistamentos todas as noites, dezenas de marcas nos campos, fotografias e até um filme obtido, que teria sido “confiscado” pelos militares (que, a esta altura, já estavam rondando e desmistificando o que afirmavam os vizinhos desse e de outros povoados), era parte da correspondência recebida, além da visita de um arqueólogo americano (?). Enfim, o caso apresentava tudo o que se pode pedir.
Depois de grandes peripécias por terras uruguaias, chegamos a Pueblo Achar no início de 1977. Meus companheiros Daniel Galatro e Omar Becerro tinham as mesmas expectativas que eu. A noite era tranqüila. O ônibus que liga a estrada Tacuarembó – Montevidéu parou e nós descemos em meio à total escuridão. Não se distinguia uma luz sequer. Minutos depois observamos luzes que se aproximavam. E um grito: “Burgos?”. Era Montes de Oca e “Pinocho” Rodríguez. Avisados pela polícia do povoado, que havia recebido a comunicação de Tacuarembó, tinham ido nos buscar. Porém o curioso é que fazia uma hora e tanto, “havia passado o OVNI de todas as noites”. Assim, simples. Como trem que pára em uma estação diariamente. Ou talvez, melhor: daquele lugar estavam com os binóculos no pescoço “para vê-lo melhor…”.
De manhã iniciamos as investigações. Dezenas de testemunhos dos avistamentos coincidiam em suas descrições: “como uma lua avermelhada…”. As marcas nos campos eram superiores a 100 e se constituíam em um novo recorde mundial, logo superado pelas 150 marcas de Atalaya, Província de Buenos Aires, em 1985. Algumas fotos, se bem não eram determinantes, resultavam interessantes. Do tal famoso filme, “nem rastros”. E ainda muitos vizinhos mostravam certa reticência para falar. Ocorre que a passagem dos militares pela zona os havia feito “esquecer” alguns avistamentos de OVNIs… Desse modo, concentramos o eixo do estudo nas duas provas de maior consistência: a cratera e as marcas. Deixamos para trás os relatos de objetos luminosos que subiam e desciam, que aterrissavam, os OVNIs transparentes, a noite em que um sem-fim de “pontos de luz, similares a lanternas, que emitiam raios luminosos” invadiram o povoado, os contatos com extraterrestres etc., etc. Em outras palavras, isso tudo praticamente ratificava o que Montes de Oca nos havia comentado…
A cratera – Embora a passagem dos anos tivesse deformado o poço original, já que não se notavam mais os sulcos e menos ainda, pó e limalha de ferro, comprovamos que o montículo de terra conservava sua forma, inclusive com seu centro de alguns centímetros de profundidade. Porém tivemos duas confirmações significativas: A). As pedras do cratera, efetivamente, estavam “CALCINADAS” e se partiam ante o menor esforço, contrastando com os pedregulhos do exterior, totalmente consistentes, de grande dureza, próprios do basalto ferroso das coxilhas uruguaias. B). No centro do poço, a bússola se desviava 40º a Leste, ou seja, ainda havia magnetismo ali.
Estes dois pontos, somados aos contínuos avistamentos da região e à concentração de marcas na superfície, nos davam pé de que “algo” poderia estar enterrado e que esse “algo” também era preocupação dos OVNIs que revoavam por ali havia vários meses. Ocorre que a marca original era tão eloqüente que invalidava de antemão a queda de um raio (geralmente produz um V no terreno), de um resto de satélite (produz sulco ou fenda) e de um meteorito (talvez, o mais parecido, pois produz uma espécie de cratera ou poço). Porém, que elemento produz uma marca com 8 raios de 12 metros cada um, queima as pedras, libera pó e limalha, e magnetiza a superfície?
As marcas – Das centenas de marcas, a ferradura de 18 metros de diâmetro resultava a mais suculenta. Igual a todas no verde vibrante, de uma espessura de 30 cm e com fungos ao redor (os famosos Calvatia Lilacina***), estendia-se com sua abertura central desde a parte inferior do terreno de uma coxilha. Foi descoberta dias depois que moradores de uma chácara das proximidades viram pousar “uma grande luminosidade”. Porém, animais e insetos da região nos confirmavam a presença anômala. Segundo Isidro Tito, o gado preferia comer o pasto da marca ao resto do campo. Inclusive comprovamos este fato em outros casos de pousos onde as lebres comiam o dito pasto; e de passagem, mantinham-no aparado. Como sabemos isso? Pela notável quantidade de excrementos que encontramos nas marcas, que diminuíam nos arredores. Outro fenômeno que também nos chamou a atenção: um formigueiro havia ficado dentro de uma das bordas da marca, mas dividido, com uma metade na borda e a outra fora. As formigas que viviam na parte externa abandonaram esta parte do formigueiro e migraram para o lado afetado. Era somente observar o formigueiro para distinguir perfeitamente a diferente coloração do solo.
E nós voltamos, com material para análise (terra, pedras da cratera, fungos etc.) e uma suposição que cada vez se parecia mais com realidade: “algo” estava enterrado ali. Por isso, incentivamos Leonel e seu pessoal a que, uma vez conseguidos os elementos de trabalho necessários, dispusessem-se a cavar o poço… Somente faltava uma amostra para que o caso se tornasse quase perfeito…
Após o regresso, a escassa correspondência que recebíamos (e não por culpa de Montes de Oca) cessou no meio de 1980, com uma missiva proveniente de Tambores, outra pequena localidade ao norte de Achar. Nela, Leonel nos informava que havia se mudado para ali, mas aquilo que “supúnhamos ser da cratera” havia dado seus frutos: 4,7 quilos de material “duro como o aço e leve como o alumínio”. Esse era o prêmio resgatado pelos uruguaios, graças a seu esforço e dedicação. Desde então, uma única idéia dava voltas pela minha cabeça: voltar a Tacuarembó… Ainda mais agora, já que me aguardavam umas gramas metálicas desse OVNI de 1973. Porém o tempo inexoravelmente seguia transcorrendo e as cartas não chegavam ao destino. Em mais de uma oportunidade, estivemos a ponto de viajar. A ponto, somente.
15 anos depois… – Em meados de 1988 organizamos a denominada “Operação Resgate”. Talvez o título pareça sensacionalista, porém a investigação posterior o ratificaria. Ocorre que ao não ter contato por carta com Tambores, não sabíamos sequer se Montes de Oca ainda vivia (fisicamente), se tinha se mudado ou o quê… Assim, em 24 de junho (lhes diz algo a data escolhida?) partimos para o Uruguai. Junto comigo iam Juan Izetta (FAO, La Plata), Claudio Visso (grupo CIFEP), Daniel López e Mario Ceperda (FAO, Buenos Aires) e a assessora em psicologia/parapsicologia, Ana Pirali. Iniciamos a viagem no carro desde Buenos Aires. Depois de intermináveis horas de viagem, de suportar a perda de divisas no câmbio para dinheiro uruguaio, de admirar a paisagem dos cerros e pontes da estrada Paysandú – Tacuarembó, e de algumas piadas, chegamos, por fim, a Tambores. E não foi difícil encontrar Leonel. Foi só perguntar se havia no povoado algum interessado em OVNIs para que a resposta fosse contundente: “Ali em frente vive Montes de Oca. Ele aprecia se envolver com essas histórias…”. Após a emoção do reencontro, da incrível amabilidade dele e de sua família, das primeiras conversas, nos instalamos no hotel que ficava justamente em frente à sua residência, que também é Escritório dos Correios de Tambores, ou seja, seu lugar de trabalho. Porém destaco aqui um fato curioso, do qual verão posteriormente sua importância: a rua principal do povoado divide os Departamentos de Tacuarembó e Paysandú. Isso significa que Montes de Oca vivia em Tacuarembó e nós estávamos em Paysandú…
À noite, durante o churrasco, começamos com a recapitulação dos episódios a partir de 1973, que podemos resumir assim:
1. Desde 1978 a 1985 houve um período praticamente nulo em avistamentos OVNI.
2. Este se reativou a partir do inverno de 1985, porém em menor intensidade que antes.
3. Poucos meses de partir de nossa partida do povoado de Achar, ali por 1977, escavaram e extraíram efetivamente os restos metálicos em questão…
4. Estes elementos não conservavam, uma vez extraídos, magnetismo algum (?).
5. Naquela época, uma vez se apresentou um coronel israelense junto a membros de sua embaixada em Uruguai (?)… ano 1978.
6. Nos ratificou, uma vez mais, a presença na “Estância Churchill”, da região, de uma comissão científica chinesa que não permitia a entrada de ninguém (?)… ano: 1976.
7. Que aconteceram, naquele tempo, encontros com seres extraterrestres e que, inclusive, ele mesmo, havia tido uma experiência desse tipo (por ser um tema complexo e que pode ou não ter relação, deixo-o para outra oportunidade).
8. Que em Tambores também aconteceram alguns pousos e que ainda havia as marcas (feito que comprovamos ao observar uma “ferradura”, cor verde, de uns 10 metros de diâmetro, que devia ter certo tempo, pois já estava se desfazendo, próxima a uma cerca de arame).
9. Que somente havia um par de pessoas no povoado interessadas no tema e que estas mantiveram contato com o pessoal de Achar, distante cerca de 140 km ao sul, pois estavam construindo uma edificação para o grupo de pesquisas, na qual instalaram um mirante para fixar ali um telescópio (sem dúvida, o espírito investigativo seguia “vivo” em Leonel).
10. Que dos “metais” extraídos, sobraram-lhe aproximadamente 1,5 kg, pois cada um havia levado pedaços…
11. Que lhe tinham dito que foram analisados [N. do E.: os metais] no Ministério de Agronomia e que resultou “um composto metálico com matéria orgânica e restos poliníferos” (?).
Passada a meia-noite, Claudio, Daniel, Juan e os filhos de Montes de Oca com outros rapazes foram ao baile do povoado. Claudio, que levava a câmara fotográfica, fez um par de fotos da reunião (orquestra, baile, etc.) e jamais pensou que “esse erro de juventude” (frase que creio ter ouvido antes) custar-lhe-ia tão caro. Por quê? Simples. Na manhã seguinte, apresentou-se um policial e me disse que Claudio e Daniel tinham que se apresentar. O motivo? Havia feito fotos sem autorização! (?) Pessoalmente pensei que seria um trâmite simples. “Um puxão de orelhas e nada mais”. Porém me equivoquei. Não somente foram retardados, mas interrogados dos pés à cabeça, até o cúmulo de sabermos que deviam ser transferidos até o Juizado de Tacuarembó, já que o baile foi na jurisdição desse departamento. O sub-comissariado estava no departamento de Paysandú e por fim, eles tinham que ser julgados onde haviam cometido a falta (?)… Porém evidentemente, havia “algo mais” atrás desta truculência. O oficial de turno me confiara que “se não deixasse dois rolos de fotos não ia sair do Uruguai”. Depois de idas e vindas, da viagem ter sido arruinada em parte e de trocar um rolo por outro sem usar (trazíamos somente um) e o entregar à polícia, tomei a decisão de partir junto ao resto da equipe, não sem antes confiar na ajuda que Montes de Oca podia oferecer aos rapazes, já que o Correio estava frente ao sub-comissariado e com a palavra do oficial de turno de que no dia seguinte, segunda, uma vez tomada a declaração, poderiam partir.
O regresso – Nesse estado de coisas, e com o “pé meio pesado” empreendemos subitamente o regresso. “Vai que estes milicos descobrem que temos algumas peças metálicas…” foi o pensamento, uníssono, de todos. É evidente que nossa presença no lugar tinha motivado certa inquietação entre os policiais. Não sabiam bem o que tínhamos ido fazer por aquelas bandas, nem devem ter pensado que tínhamos os metais. Com o único rolo de fotos que nos sobrara, em um bolso de minha camisa, e com os restos do objeto presenteados por Don Leonel, no outro, o carro se deslocou precipitadamente pela estrada até que a gasolina acabou. Fez-se noite e com os metais e filme nos meus bolsos, solicitei a não menos de vinte motoristas, “algumas gotas de combustível…”. E entre uruguaios e algum brasileiro, nos ajudaram a chegar em Paysandú. “Se passarmos a ponte, seremos felizes”, escutei alguém do grupo dizer. E passamos, não sem antes as lógicas perguntas de rigor na Aduana: “o que levam?”. Ao que respondi: “Nada importante. Restos de um DISCO VOADOR…”. Com o carro semi-fundido chegamos a Buenos Aires. Atrás deixavam os rapazes, que foram soltos dois dias depois, não sem antes passarem de comissariado em comissariado, perambulando por território desconhecido. Segundo Daniel, recordou-lhe o filme “A noite dos lápis” (desaparecimento de estudantes). Que paradoxal resultou a viagem. Por um lado, “esta demonstração da ditadura uruguaia” e, por outro, a amabilidade da gente do povoado de Tambores, mais férreo que rural, com seus escassos 1500 habitantes e nascido no final do século passado com a chegada da ferrovia, devendo seu nome à forma de tambor dos cerros ou aos ruídos percebidos em uma caverna entre o arroio Blanquillo e o rio Queguay, a uns 4 km do povoado, que se assemelham precisamente a batidas de tambores…
Uma vez instalados novamente, o estudo prosseguiu para determinar a composição das peças, para o quê, primeiramente, fizemos nossa própria análise:
Nº de peças trazidas: 3
Peso (gramas) x Medida (centímetros)
Peça 1: 10,94 3,8 x 2,6
Peça 2: 41,61 6,0 x 4,0
Peça 3: 113,08 10,3 x 6,0
Peso total: 165,63 gramas
Porcentagem do total de 4,7 kg: 3,51%
Determinação de exposição ao calor: Positivo. Presença de bolhas.
Determinação de magnetismo: Negativo. Contradiz a comprovação de 1973(?)
Determinação de radiatividade: Negativo
Elemento químico: Não determinado. Se assemelha ao alumínio.
Com tão poucos elementos de julgamento e com muitas dúvidas e inquietações, nos concentramos em realizar, em dependências idôneas, as primeiras análises científicas, cujo custo foi de A$ 300 (Nota da Tradutora: Trezentos Austrais).
Instituição: Instituto de Geologia Aplicada (INGEA), da Faculdade de Ciências Naturais e Museu, da cidade de La Plata
Catedrático responsável: Raúl E. de Barrio, geólogo, matrícula 1418
Exame mineralógico:
1. Raios X 2. Microscópico-calcográfico
Raios X: Análise difratométrica pelo método de pó, em difratômetro marca Rigaku, com tubo de cobre e filtro de níquel, a 1000 cps de escala e tempo 1. No diagrama resultante se observa nitidamente 3 picos de intensidade correspondentes ao Alumínio, segundo o padrão ASTM. Outro pico de menor intensidade, correspondente ao Titânio e um terceiro pico, de muito baixa intensidade, com valores não determinados.
Estudo calcográfico de amostragem polida: Realizou-se um corte de um pedaço da amostra e inclusão em resina sintética, com o objetivo de fazer seu desgaste e polimento final, com abrasivos especiais e pasta de alumina****.
Identificaram-se três fases sólidas:
1. Um material de alta reflexividade, baixa dureza e cor esbranquiçada, que corresponde ao Alumínio e é a base fundamental da liga.
2. Um material de mediana reflexividade, duro, cinza-azulado, que corresponderia ao Titânio.
3. Um material duro, de mediana reflexividade, cinza-esbranquiçado-azulado, que corresponderia a as menores proporções da liga.
Como resumo, podemos dizer que:
1. Os elementos são ARTIFICIAIS, o seja, foram construídos em laboratórios…
2. Que foram submetidos a mais de 660º C, pico donde começa a fundir o Alumínio.
3. Que o primeiro ponto “INVALIDA” a possibilidade de tratar-se de ALGO NATURAL DO TERRENO ou de um METEORITO, ou seus restos (ausência total de ferro*****).
4. Nos foi recomendado realizar análises complementares específicas.
Instituição: Faculdade de Engenharia da Universidade Nacional de La Plata
Local: Laboratório de Metalúrgica do Departamento de Mecânica
Catedrático responsável: Engenheiro Alfredo C. González.
Exames:
1. Composição química 2. Análise mecanográfica
Análise química:
Al 84,70 % – Alumínio
Mg 5,50 % – Magnésio
Cu 4,50 % – Cobre
Si 3,90 % – Silício
Fe 0,80 % – Ferro
Pb 0,25 % – Chumbo
Ti 0,15 % – Titânio
Mn 0,15 % – Manganês
Zn 0,05 % – Zinco
Ni Traços – Níquel
Análise mecanográfica: Realizado com microscópio óptico em um aumento de 150 x e sobre uma amostra sem ataque químico e outra atacada com HF à 0,5%.
Como resultado, conclui-se que a estrutura corresponde a uma liga fundida, com segregação dendrítica típica deste tipo de processo. Esta segunda análise, embora apresente pequenas diferenças com a primeira, especialmente na proporção de Titânio, corrobora ser uma liga artificial fundida e dá mais detalhes.
Para uma maior segurança dos resultados, realizamos uma terceira verificação por intermédio de um assessor cientifico da nossa Fundação, o professor José Marengo (já falecido), que cumpria funções na Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) de Buenos Aires, que ratificou as anteriores:
Instituição: Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA)
Seção: Difração de Raios X, Laboratório de Microanálises
Técnica utilizada: Microsonda eletrônica (SX 50) – Especificações: Va = 20 Kv, Im = 30 nA, Xtal 1 = PET, Xtal 2 = TAP, Xtal 3 = KAP, Xtal 4 = ODPB.
Resultados: Realizou-se uma verredura com cada um dos detectores ao largo de toda sua banda, com o objetivo de detectar a composição da amostra metálica. Se detectou a presença de Alumínio como elemento fundamental, comparando qualitativamente sua concentração com a do padrão, sendo seus niveis aproximadamente iguais.
A etapa das análises terminou; porém, o mais importante é que muito poucas vezes em Ufologia se mostram exames desta índole, claros, sem mistérios, firmados por seus responsáveis e entidades, corroborados várias vezes.
Os investigadores estão acostumados a que lhes vendam, resultados surpreendentes e sensacionalistas. “As análises disseram tal coisa…”, costuma-se ler e escutar. Mas onde foram feitas? Quem as avalizou? Quantas assinaturas responsáveis existem? Como comprovamos sua veracidade? Etc., etc. Neste caso temos uma FACULDADE, um MUSEU e um ORGANISMO OFICIAL que deram seu veredicto.
Como que não existe nada extraterrestre? Acaso você pensava que os estudos iam determinar elementos “desconhecidos” na Terra? Ou que algum catedrático me abraçaria e diria: “Parabéns, Burgos, isto é de outro planeta!? Não se confunda, talvez jamais estes estudos concluam isso. A hipótese extraterrestre é avaliada ou não por nós que investigamos os fatos. Não devemos cair no simplismo do misterioso, do enigmático, de querer introduzir novos elementos na Tabela Periódica de Dimitri Mendeleev. O Universo se compõe exclusivamente desses elementos e seus derivados, com maior ou menor pureza…
Não esperemos da ciência clássica declarações de “provas extraterrestres” pois nem estes metais, nem os famosos cogumelos, nem a maior ou menor radioatividade e/ou magnetismo, provam ou comprovam o “extraterrestre”, que por outra parte, é UMA alternativa dentre as várias de que dispomos para explicar a origem do fenômeno OVNI. Lamentavelmente, na Argentina, são poucas as análises sérias efetuadas sobre evidências físicas e poucos os que pensamos assim. O caso Tacuarembó, praticamente perfeito, nos mostrou o fio da meada.
*Texto de Luis Burgos, pesquisador da FAO – Fundação Argentina de Ovnilogia, publicado originalmente em seu site (http://luisburgos.webcindario.com/). Traduzido por Andréia Tschiedel, com autorização. Adaptação: Redação Vigília.
** Hipótese Decimal: método estimativo de previsão do próprio Burgos, no qual ele diz que um OVNI sempre retorna ao local de um avistamento, seja em 10 dias, 10 meses ou 10 anos (aprox.).
*** Calvatia lilacina: http://www.fungoceva.it/bc_calvatia lilacina_tav.htm
**** Alumina = óxido de alumínio (Al2 O3)
***** Composição de meteoritos: http://rgregio.astrodatabase.net/meteoritos_estrutura_composicao.htm