Marte já teve água em abundância
O anúncio agora é oficial e feito por cientistas da NASA. A conclusão teve como base as análises realizadas pelo robô Opportunity, que caminha na superfície marciana desde o dia 24 de janeiro, 21 dias após a chegada de seu gêmeo, o Spirit, noutra região distante do planeta.
A NASA fez a declaração nesta terça-feira, 2 de março, em entrevista à imprensa na sede da agência, em Washington.
“É um lugar que teria permitido a vida, o que não prova que tenha havido vida”, declarou o diretor científico da missão Mars Exploration Rover, Steve Squyres, após ter anunciado que “a água correu um dia entre as rochas”, referindo-se ao local onde o robô realizou os estudos.
Segundo ele, correndo através das rochas desta região, a água “mudou sua textura e composição, pudemos detectar os indícios que nos permitiram chegar a esta conclusão”.
A conclusão dos cientistas tem por base dois fatores. Primeiro, a composição atual das rochas, que contêm principalmente sulfatos e outros minerais que se formam na presença da água, assim como na forma de algumas rochas contendo cavidades onde se formaram alguns cristais. O segundo fator é o formato das rochas.
O robô encontrou “uma quantidade impressionante de sais”, explicou Benton Clark, membro da equipe científica da missão. “A única maneira para se formar uma tal quantidade de sais é dissolver-se na água, antes que evapore”, explicou.
As conclusões da Nasa vêm da análise da rocha apelidada de “El Capitan”, situada no interior de uma pequena cratera. O local fica ao lado do ponto onde caiu o robô Opportunity, numa região chamada Meridiani Planum.
As análises feitas na Terra demonstram uma forte concentração de enxofre, detectado graças ao espectrômetro de raios-X que está entre os equipamentos do carrinho robótico. “A forma química deste enxofre parece ser magnésio, ferro e outros sais de sulfato”, precisou Clark, da empresa Lockheed Martin Space Systems de Denver (Colorado).
Já a análise da aparência desta rocha também fornece três elementos indicando a presença passada de água, explicou o geólogo John Grotzinger, do Massachusetts Institute of Technology em Cambridge, perto de Boston.