Parlamentares dos EUA não escondem perplexidade após briefing confidencial com AARO
Em meio a um crescente interesse público e político acerca dos Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs), sobretudo depois do alarde em torno dos chamados “drones misteriosos” registrados próximos a bases militares dos Estados Unidos no Reino Unido e posteriormente dentro do próprio território dos EUA, o All-domain Anomaly Resolution Office (AARO) – órgão do Pentágono responsável por investigar esses fenômenos – realizou um briefing confidencial com membros do Congresso americano. A reunião, ocorrida em 6 de dezembro de 2024, teve como objetivo principal discutir os avanços nas investigações da AARO e abordar a questão dos supostos drones.
Apesar do véu de sigilo que envolveu o briefing, algumas pistas sobre o tom e o conteúdo da conversa podem ser extraídas de declarações públicas de figuras políticas chave. A natureza da ameaça representada pelos UAPs, e a busca por respostas sobre sua origem e comportamento, pairam como os principais fios condutores da narrativa que se desenrola em torno do evento.
É importante destacar que a AARO atua como o braço do Pentágono dedicado à investigação de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs), respondendo diretamente ao Congresso e ao público norteamericano por meio de relatórios e audiências públicas. A necessidade de equilibrar a transparência com a segurança nacional permeia a atuação do Escritório, que se vê constantemente desafiado a fornecer respostas concretas em meio a um mar de especulações.
A fala da republicana Nancy Mace, após participar do briefing classificado com a AARO, adicionou uma nova camada de mistério à discussão.
Em suas palavras: “Existem certas formas consistentemente que são inexplicáveis”.
Essa declaração ecoou a perplexidade expressa por outros membros do governo e apontou para a natureza desafiadora do fenômeno UAP, que parece resistir às explicações convencionais e desafiar os limites do conhecimento científico atual.
O senador Mike Rounds, em entrevista concedida ao portal Ask a Pol, corroborou essa sensação de enigma ao afirmar:
“Há claramente um fenômeno que é real. Nós apenas não sabemos a quem pertence esse fenômeno real”.
Rounds afirmou não ter participado do briefing confidencial, mas admitiu ter se encontrado pessoalmente com o diretor da AARO, Jon Kosloski. As declarações do parlamentar ecoando citações de Kosloski — já pronunciadas em diversas outras ocasiões — a casos que “desafiam os conhecimentos atuais de física e engenharia”, sublinham a persistente aura de mistério que envolve os UAPs, mesmo em um contexto de crescente interesse e investigação por parte das autoridades norteamericanas.
Neste contexto, a confidencialidade do encontro não conseguiu esconder pistas importantes da complexidade e da seriedade com que o governo norteamericano continua a encarar o fenômeno UAP. As declarações de figuras políticas como Mace e Rounds, mesmo que limitadas pela necessidade de proteger informações sigilosas, revelam uma mistura de preocupação, perplexidade e a busca por respostas que, aparentemente, a atuação oficial ainda não consegue fornecer.
Está claro que a AARO, como protagonista central nesse drama, continua a percorrer um caminho frágil entre a investigação científica, os dilemas internos do sigilo entre as “agências de três letras” e as pressões por transparência pública, em uma agenda que deve render — ao menos assim se espera — novos capítulos e revelações no futuro próximo.
