Pesquisador faz novas revelações sobre o Caso Varginha
A misteriosa criatura avistada pelas meninas Kátia, Liliane e Valquíria no dia 20 de janeiro de 1996, na cidade de Varginha, no Sul de Minas Gerais, definitivamente não vai sair da agenda ufológia brasileira –e mundial– tão cedo. Passada toda a polêmica que cercou a história, que ficou conhecida como “Caso Varginha”, ainda hoje continuam surgindo novos dados que, peça por peça, podem ajudar a montar o intrincado quebra-cabeças em que o caso se transformou.
Pelas hipóteses em pauta, trata-se de uma trama cheia de caminhos e longe de chegar ao fim, com direito a testemunhos de contatos com criaturas misteriosas, acobertamento e conspirações militares e governamentais e até uma morte misteriosa que já chegou a ser relacionada ao insólito episódio.
Um dos pesquisadores pioneiros do Caso Varginha, o empresário mineiro Vitório Pacaccini, continua trazendo à tona novas informações sobre o caso. Ele garante ter em seu poder diversos testemunhos de militares e civis que presenciaram ou, direta ou indiretamente, teriam participado de uma gigantesca operação de acobertamento do que seria o maior acontecimento da Ufologia brasileira: a queda de um objeto voador não identificado no Sul de Minas e a posterior captura de uma (há hipóteses que chegam a três) criatura alienígena.
Pacaccini, autor do livro “Incidente em Varginha”, diz que hoje sabe muito mais sobre o que realmente aconteceu do que quando seu livro foi escrito. Mas nem tudo que sabe pode ser contado, revela. Pelo menos no que se refere aos nomes. O pesquisador garante que mantém a sete chaves todos os depoimentos mais reveladores que colheu, sobretudo de militares, temendo que as testemunhas sejam alvos de represálias de autoridades que teriam coordenado a operação.
Mesmo assim, Pacaccini continua alimentando de informações pesquisadores e interessados no assunto. Alguns dos dados mais recentes e reveladores ele concordou em divulgar através da Revista Vigília para que os leitores possam continuar acompanhando os desdobramentos da história.
Mentira de pernas curtas
Na pista de uma das “explicações” dadas pelo Exército para a criatura de cor marron, olhos vermelhos e grandes e cabeça desproporcional ao corpo testemunhada pelas três meninas em Varginha, Pacaccini localizou um morador da cidade vulgarmente conhecido como “Mudinho”. “Em seus últimos depoimentos à imprensa, a ESA [Escola de Sargentos das Armas de Três Corações] tem insistido em dizer que as três meninas viram na realidade: ‘um ser humano deformado’. Eu tive a oportunidade de localizar a família deste ‘ser humano deformado’, bem como a ele próprio. Eu diria que compará-lo ao que as meninas viram é até uma ofensa à nossa inteligência”, garante o pesquisador.
L. A. de P. [seu nome será preservado por questões éticas] tem 34 anos, é surdo e mudo. Ele realmente mora em Varginha, onde é bastante conhecido, e embora tenha problemas mentais, não tem deformidades físicas. Mora junto à família no Jardim Andere, bem próximo, de fato, ao local onde as meninas avistaram a suposta criatura. Perambula pelas ruas durante o dia mas volta para casa no horário das refeições e para dormir.
Aposentado por invalidez, L. já era conhecido também das meninas, que estavam acostumadas a encontrá-lo em seu trajeto. Houve oportunidade em que ofereceram doces e até um cigarro, como o fazem ainda hoje outros moradores do bairro.
“A família se sente muito ofendida com o fato de L. estar sendo usado como ‘bode espiatório’, no episódio”, desabafa Pacaccini, que teve autorização dos familiares do rapaz para divulgar sua fotografia e mostrar que suas feições “não se encaixam de forma alguma, ao perfil das criaturas capturas em Varginha”, garante. “A família não sabe ao certo onde ele estava naquele dia, mas tem certeza absoluta de que não foi ele quem as três meninas avistaram e saíram correndo com muito medo, naquela tarde famosa, pensando terem encontrado o demônio”, atesta.
O pesquisador ressalta que “testemunhas militares que participaram das operações em Varginha já me deram os seus respectivos depoimentos, confirmando a aparência desta criatura. As informações vão de encontro ao que as meninas já relataram e D.Terezinha Clepf também”. Esposa de um vereador da cidade, D. Terezinha Clepf também teria visto uma criatura dias depois, à espreita atrás de um cercado na área administrativa do zoológico da cidade.
“Querer usar o L. para explicar o que havia sido avistado pelas três meninas foi algo providencial porém, sem a menor sustentação. A ESA até acha que está enganando alguns mais desavisados aqui e acolá; entretanto, a mentira tem pernas curtas – eles próprios já caíram em contradição algumas vezes”, rebate Pacaccini. Entre as contradições que ele enumera estariam a hipótese de um “casal de anões” e o fato de a ESA sempre negar que tivesse estado em Varginha entre os dias 20 e 22 de janeiro de 96.
Paraquedistas furões
Outra informação importante veiculada pelo pesquisador mineiro diz respeito a uma incrível coincidência. Vitório Pacaccini conta que encontrou em Belo Horizonte, por acaso, um conhecido seu que relatou-lhe uma história bastante suspeita.
Aficcionado por saltos de asa-delta e paraglider, o rapaz iria participar de uma competição do gênero em janeiro de 96, na cidade mineira de Governador Valadares, onde uma rocha gigantesta é muito apreciada pelos praticantes destes esportes.
Esse amigo, que pelas mesmas razões de segurança Pacaccini prefere não revelar o nome, teria lhe fornecido mais uma peça do quebra-cabeças. Segundo sua história, o desportista resolvera convidar para participarem de uma demonstração, no dia da competição, alguns amigos na Brigada de Paraquedistas do 12º Batalhão de Infantaria de Belo Horizonte, conhecido na região como o “12”.
Segundo ele, 8 paraquedistas aceitaram o convite, feito no dia 16 de janeiro de 96. Na manhã do dia 20 de janeiro, aproximadamente às 6 horas, conforme o combinado, o desportista chegou com as duas vans que levariam os paraquedistas a Governador Valadares. Para sua surpresa, ao chegar ao “12” e chamar pelas pessoas com quem havia acertado, foi informado que nenhum deles se encontrava no quartel desde o dia anterior. Insistindo em saber o que acontecera, teria ouvido do chefe da guarda que “foram em missão urgente para o Sul de Minas; não sei do que se trata e não têm data certa para retornar”, reportou Pacaccini.
Pacaccini ligou os pontos. “Como bem sabemos, o casal Eurico e Oralina avistaram um objeto muito esquisito, em forma de submarino, voando em frente à sua casa (próxima à Varginha, a 8 km) na madrugada do dia 20/01/1996 – em torno de 1h15. Sabemos muito bem, que durante o dia 20/01/1996 muitas atividades ‘interessantes’ ocorreram em Varginha”. E indagou: “Por que será que um grupo de elite, de uma brigada de paraquedistas do 12º Batalhão de Infantaria de Belo Horizonte, teve de sair às pressas, no dia 19/01/1996 (sexta-feira), em missão urgente, rumo ao sul de Minas?
As dúvidas de Pacaccini não são injustificadas. Desde o início da pesquisa do Caso Varginha, ele e diversos outros pesquisadores diretamente envolvidos levantam a hipótese de que um possível objeto teria sido detectado pelos radares muito antes do relato de avistamento das criaturas propriamente ditas. Algumas especulações mais ousadas e não comprovadas falam até em apoio de satélites de norte-americanos na operação de rastreamento do objeto. Diante das incertezas, Pacaccini conclui com mais uma pergunta: “o que será que estava acontecendo por lá”?