Senado dos EUA debaterá UAPs com chefe do novo escritório do Pentágono

O Subcomitê de Ameaças Emergentes e Capacidades do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, presidido pela senadora Kirsten Gillibrand (Democratas de Nova Iorque), realizará uma audiência pública na próxima quarta-feira, 19 de abril de 2023, para discutir os fenômenos aéreos não identificados, ou UAPs – novo nome dos militares norte-americanos para óvnis.
A audiência contará com a participação de Sean M. Kirkpatrick, diretor do Escritório de Resolução de Anomalias de todos os Domínios (All-domain Anomaly Resolution Office, em inglês, AARO). Este é o novo escritório do Pentágono encarregado de investigar e encontrar respostas para as até agora inexplicáveis aparições de objetos anômalos que mostraram capacidades incomuns de voar perto de instalações e equipamentos militares dos EUA a grande velocidade, sem aparentes meios de propulsão, além de entrar e sair da água como bem entendem.
Tendo Kirkpatrick como único convidado, o encontro se propõe a discutir toda a “missão, atividades, supervisão e orçamento” do AARO. A sessão será realizada às 9h30 EDT (10h30, no horário de Brasília) poderá ser acompanhada online neste link do Senado.

O subcomitê realizará uma reunião fechada (confidencial) uma hora antes, da audiência pública. Por decisão da presidente, o encontro a portas fechadas será realizada primeiro, em vez da prática mais comum de realizar uma sessão fechada depois de uma audiência pública sobre tópicos delicados relacionados à inteligência.
Foi justamente Kirkpatrick quem, não faz muito tempo, junto com Avi Loeb, astrofísico e professor de Harvard, publicou um artigo científico apresentando uma teoria bem pouco ortodoxa para os padrões da Defesa dos EUA: a de que, com uso das tecnologias e da ciência certa, talvez fosse possível rastrear aparições de objetos, entre os atuais casos de UAP, que se confirmariam sondas alienígenas vindas de uma nave-mãe estacionada por perto e enviada para estudar a Terra.
Mais da metade do artigo de cinco páginas é dedicado a discutir a possibilidade de que os objetos inexplicáveis que o DoD está estudando poderiam ser as “sondas” no cenário da nave-mãe.
O envolvimento de Kirkpatrick no artigo acadêmico demonstra que o Pentágono está aberto ao debate científico sobre as origens dos óvnis, mas também levanta questões sobre a credibilidade do AARO. Os autores reconhecem que não sabem ao certo se há naves extraterrestres funcionando perto da Terra, mas o Projeto Galileu, esforço acadêmico financiado privadamente por Loeb para procurar óvnis, pretende investigar essa possibilidade.
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