UFO Crônica: Ufomarketing
Quem viveu os anos de 2000 e 2001, principalmente no litoral do Rio de Janeiro, sabe muito bem das abduções que ocorreram naquele ano. Sim, muitas abduções…
Primeiro nossos olhos foram sequestrados pelo marketing dos postos de gasolina. A genialidade do brasileiro mais uma vez se destacou durante aqueles anos, e os donos desses estabelecimentos colocavam na frente de suas fachadas um grande ventilador que enchia um saco revelando uma espécie de espantalho colorido, um boneco inflável que agitava os braços e cabeça movidos pela força do vento. Esse aparato era sem dúvida tosco, porém não podemos negar sua irreverência, nem tão pouco que tenha se tornado um certo patrimônio cultural daqueles anos estranhos.
Logo em seguida, mais precisamente no carnaval de 2001, estourou o hit do funk carioca: “Bonecão de Posto”, fazendo referência à tal estratégia de marketing… Tratava-se da segunda abdução daqueles dias, pois a letra parecia ter raptado qualquer senso de estética ou cuidado musical e repetia-se num mantra interminável e angustiante de um único refrão: “bonecão do posto tá maluco, tá doidão/ bonecão do posto tá maluco, tá doidão, balança os braços, a cabeça e o popozão”.
Que os postos e o funk ultrapassem quaisquer limites para alcançar vendas, converter leads, bater metas, não é novidade. Entretanto, não é de hoje que boa parte da ufologia também tem entrado nessa onda. E infelizmente tivemos dois exemplos bem recentes.
O primeiro foi de um sujeito alto, no topo de uma montanha que incrivelmente movia-se de forma muito semelhante ao velho bonecão do posto (fotos abaixo), mexendo os braços e a cabeça, porém felizmente nas imagens não se via qualquer popozão. Não sei se por ingenuidade ou marketing, nas histórias que se “venderam” por aí tratava-se de um alienígena visitando nosso planeta, o que no fim, era apenas um homem passeando.
O segundo caso não se parecia com o do posto, mas ainda era muito bonecão. Um vídeo do suposto et. de varginha não deixava dúvidas do quanto há pessoas habilidosas e dispostas a trabalhar para disparar desinformações. Sobre isso, não preciso dizer que se tratava de modelo construído aqui mesmo e que nada havia de biológico ou de alienígena.
Em todo caso constato que a ufologia vai muito além da busca por vida extraterrestre e também possui um grande arsenal de estratégias mercadológicas e marqueteiras e os bonecos sempre foram uma ótima ferramenta para atrair novas e variados leads.
Agora, se você, meu amigo leitor, conhece alguma outra estratégia de marketing da ufologia, deixe aí nos comentários, garantimos que nosso time de propaganda nunca estabelecerá contato de qualquer grau.