Senador dos EUA reapresenta emenda UAPDA em nova tentativa de forçar divulgação UAP
O senador democrata Chuck Schumer, líder da minoria no Senado dos Estados Unidos, protocolou no dia 29 de julho de 2025 uma nova tentativa legislativa para forçar a divulgação pública de documentos governamentais sobre fenômenos anômalos não identificados (UAPs, na sigla em inglês). Trata-se da emenda SA 3111, que propõe a inclusão do texto integral da chamada Unidentified Anomalous Phenomena Disclosure Act of 2025 (UAPDA) no projeto de orçamento de defesa dos EUA para o ano fiscal de 2026 (National Defense Authorization Act — NDAA, S. 2296).
O conteúdo da emenda — acessível no Congressional Record de 29 de julho, entre as páginas S4847 e S4854 — foi analisado inicialmente por Douglas Dean Johnson, jornalista independente que acompanha ações legislativas sobre UAPs no Congresso e no Poder Executivo norte-americano, além de investigar alegações e fraudes relacionadas ao tema. Segundo Johnson, a emenda tem o apoio bipartidário dos senadores Mike Rounds (republicano da Dakota do Sul) e Kirsten Gillibrand (democrata de Nova York), ambos defensores ativos de maior transparência em torno dos UAPs.
A proposta repete quase literalmente o projeto de lei apresentado em julho de 2024, cuja tramitação acabou travada após negociações com a Câmara dos Representantes. Entre os pontos mais polêmicos está a criação de uma agência federal temporária para supervisionar o resgate, a avaliação e a liberação de registros governamentais sobre UAPs. O órgão seria liderado por um conselho de revisão nomeado pelo presidente e aprovado pelo Senado, com poderes de intimação, auditoria de registros e — como em 2024 — até mesmo de desapropriação de bens (poder de eminent domain) caso considerados essenciais para o esclarecimento dos fenômenos.
De novo, UAPDA terá caminho difícil pela frente
Conforme noticiou o Portal Vigília em matérias anteriores sobre o histórico do UAPDA, a versão de 2023 chegou a ser incluída no NDAA do Senado, mas foi desfigurada na versão final negociada com a Câmara, após resistência do deputado republicano Mike Turner, então presidente do Comitê de Inteligência da casa. Em 2024, a história se repetiu: apesar do apoio inicial no Senado, a proposta enfrentou novamente oposição nos bastidores, o que impediu sua inclusão final no texto sancionado.
A emenda SA 3111 deve seguir um caminho semelhante. O mais provável, segundo Johnson, é que ela seja incluída em bloco junto a outras emendas negociadas nos bastidores, sem debate específico no plenário, como ocorreu em 2023. Ainda assim, mesmo que consiga sobreviver à votação do Senado, precisará ser novamente negociada com a Câmara — cujo projeto equivalente (H.R. 3838), aprovado em 15 de julho pelo Comitê de Serviços Armados, não contém nenhuma linguagem relacionada à UAPDA.
No entanto, o Senado já incluiu três provisões modestas sobre UAPs no texto atual do S. 2296, além de duas diretrizes voltadas às operações do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO), descritas no relatório oficial do comitê (Senate Report 119-39). Esses elementos, segundo Johnson, foram detalhados em postagens anteriores feitas por ele nos dias 16 e 19 de julho.
O futuro da UAPDA em sua versão de 2025 ainda é incerto. Mas sua reapresentação, praticamente sem mudanças, mostra que parte do Senado americano continua insistindo na criação de um mecanismo oficial e independente de liberação de dados sobre o fenômeno UAP — mesmo diante de sucessivos bloqueios por parte de setores mais conservadores do Congresso.
Enquanto isso… Sem definição para novas audiências
Em paralelo à movimentação de Chuck Schumer para resgatar a UAPDA, ainda não há uma definição para a data oficial da próxima audiência pública sobre UAP (Fenômenos Anômalos Identificados ou Unidentified Anomalous Phenomena) no Congresso dos EUA. No entanto, existem pressões concretas no Legislativo para sua realização.
Segundo informações da DefenseScoop de 1° de maio de 2025, os membros da Câmara preparam duas audições sobre o tema, como parte de um esforço bipartidário e bicameral para reforçar a transparência governamental em relação aos UAPs. Essas sessões foram confirmadas pelos representantes Anna Luna, Eric Burlison e Tim Burchett durante um briefing em Washington, mas a publicação não menciona datas específicas, apenas indica que ocorreriam em breve.
O último grande evento público registrado foi a audiência de 13 de novembro de 2024, realizada pelo Comitê de Supervisão da Câmara, com testemunhos de Michael Shellenberger, Luis Elizondo e Tim Gallaudet. Apenas 6 dias depois, num evento menor, os congressistas ouviram diretamente o novo diretor do All-domain Anomaly Resolution Office (AARO, ou Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios, em português), o oficial de inteligência Jon T. Kosloski.
