Anúncio de congressista Luna sobre OVNIs decepciona expectativas de “impacto”

Anúncio de congressista Luna sobre OVNIs decepciona expectativas de “impacto”
Deputada Anna Luna, nos EUA, frustra expectativas de anúncio 'impactante' sobre OVNIs (Montagem sobre foto de arquivo pessoal Facebook/Rep.Luna)
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A tão aguardada coletiva de imprensa da congressista da Flórida, Anna Paulina Luna, nesta terça-feira, dia 11 de fevereiro de 2025, trouxe à tona os temas que serão investigados por uma ‘nova’ Força Tarefa, no âmbito do Congresso norte-americano, mas frustrou as expectativas de um anúncio “impactante” sobre OVNIs. A coletiva abordou uma série de temas, incluindo os assassinatos de John F. Kennedy, Martin Luther King Jr., e os ataques de 11 de setembro, além do tema dos Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs), anteriormente referidos como OVNIs. Luna também mencionou investigações sobre as origens da Covid-19 e as ações de cidades santuário.

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Deputada Anna Paulina Luna, reprodução arquivo pessoal/Facebook

A Força Tarefa já teria iniciado comunicações com agências como o Departamento de Justiça e a CIA para acessar arquivos sigilosos, e a primeira audiência está prevista para março, com data a ser confirmada. Luna afirmou que o objetivo é “cortar a burocracia e desafiar o bloqueio de informações” , mas não apresentou dados concretos ou documentos inéditos, focando em processos administrativos.

A revelações foram marcadas por planos burocráticos e cronogramas vagos, sem o choque prometido. Além disso, durante o próprio anúncio Luna deixou claro que, como um grupo de trabalho subsidiário do Comitê de Supervisão, a força-tarefa não terá autoridade legal para convocar testemunhas ou exigir a apresentação de documentos em investigações. Nos EUA, apenas comitês formais têm essa prerrogativa. No entanto, a deputada, como membro do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, acredita que pode solicitar esse recurso para compelir testemunhos ou documentos, conforme necessário.

UAPs na pauta: entre promessas de transparência e a falta de novidades

Sobre os UAPs, Luna reiterou posições já conhecidas: “Com base em minhas investigações, acredito absolutamente que existem tecnologias avançadas que não são de origem humana” , citando o termo “interdimensionais”, usado pelo ex-oficial David Grusch. No entanto, a deputada não trouxe provas ou testemunhas novas, limitando-se a prometer que a Força Tarefa pressionará por acesso a registros classificados.

A frustração surge do contraste com o tom prévio: em posts nas redes sociais, Luna insinuou que o anúncio “abalaria a nação”, alimentando especulações sobre confirmação de vida extraterrestre ou divulgação de programas secretos. Na prática, o que se viu foi a confirmação de audiências futuras e parcerias institucionais, como a colaboração com o secretário de Estado Marco Rubio e a futura diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard.

Luna e a busca por transparência em UAPs

Luna é coautora da Lei de Transparência de UAPs, que exige a desclassificação de documentos em 270 dias, e participou de briefings sigilosos sobre o tema, incluindo um em janeiro de 2024, com David Grusch . Sua postura combina ceticismo científico — “precisamos analisar as evidências” — mas ao mesmo tempo expõe uma abertura a toda sorte de teorias não convencionais, como a hipótese interdimensional, hipóteses conspiracionistas sobre a COVID, entre outros temas.

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Seu histórico recente revela que ela própria já sofreu com a frustração da falta de transparência: em novembro de 2024, criticou a audiência pública sobre UAPs por respostas evasivas de testemunhas, como Lue Elizondo, que se recusou a detalhar programas de engenharia reversa em sessão pública limitado, segundo ele, por termos de não-divulgação (NDAs) previamente assinados com o Departamento de Defesa.

Elizondo depondo pela primeira vez ao Congresso dos EUA sobre UAPs (reprodução/Youtube).
Elizondo depondo pela primeira vez ao Congresso dos EUA sobre UAPs (reprodução/Youtube).

Repercussão nas comunidades UAP: entre ceticismo e teorias

A despeito de algumas mensagens ufanistas de grupos isolados aparentemente tentando valorizar a iniciativa da deputada, nas redes sociais, em geral, o anúncio gerou debates acalorados com sentimentos de frustração. No Reddit (r/UFOs), usuários classificaram a coletiva como “mais do mesmo”. No X (Twitter), muitos perfis influentes destacaram a falta de “bombas” e questionaram se a Força Tarefa será apenas “um cachorro que late mas não morde”. Alguns internautas mais otimistas tomaram a exibição como uma confirmação velada de “não estamos sozinhos”, mas criticaram a ausência de prazos claros.

Enquanto Luna mantém a retórica de que “o governo trabalha para nós, não o contrário” , a comunidade UAP aguarda se as promessas de março trarão mais do que relatórios técnicos. Por ora, o anúncio “impactante” revelou-se apenas mais um roteiro de transparência — necessário, mas distante do sensacionalismo prévio. Como já escreveu Martha Medeiros, “excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração”.

Redação Vigília

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