Cientista de Harvard reforça pedido por dados de satélites sobre UAPs

“Precisamos de análises científicas de dados de satélites sobre UAPs”. A frase, assim objetiva e cirúrgica, dá título a um artigo de autoria do cientista Avi Loeb publicado no dia 27 de dezembro pelo site “The Hill”.
Astrofísico de Havard, Loeb é polêmico por suas posições acerca da possibilidade de a Terra ter sido (ou estar sendo) visitada por alienígenas. Isso mesmo, você não leu errado: o cientista Loeb trata seriamente a HVE (hipótese da visitação extraterrestre), não meramente da possibilidade de “existência de vida extraterrestre”, como boa parte dos colegas acadêmicos cogitam atualmente.
O astrofísico é autor do “bestseller” livro-estudo denominado “Extraterrestre: O Primeiro Sinal de Vida Inteligente Além da Terra”, onde avalia e defende — cientificamente — a possibilidade do primeiro objeto interestelar identificado cruzando o nosso sistema solar, o corpo celeste denominado ‘Oumuamua, ser um artefato construído por alienígenas antigos e tecnologicamente avançados capazes de enviar uma nave gigantesca aos confins da galáxia para explorá-la.
Loeb é o chefe do Projeto Galileo, criado com o objetivo de investigar cientificamente fenômenos aéreos não identificados (UAPs, também chamados de óvnis). Também é diretor do Instituto de Teoria e Computação do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, bem como ex-presidente do departamento de astronomia da Universidade de Harvard (2011-2020).
Em seu novo artigo, Loeb reforça que ele “e a maioria dos cientistas envolvidos no estudo UAP”, estariam extremamente interessados em analisar quaisquer dados de objetos que entram na atmosfera terrestre e não se comportam como asteroides, descrevendo trajetórias meramente balísticas.
Ele baseia esse pedido nas informações trazidas a público pelo relatório sobre UAPs divulgado no início do ano pela comunidade de inteligência dos EUA sobre os fenômenos aéreos não identificados. Mas também relembra entrevistas do ex-Diretor de Inteligência Nacional, John Ratcliffe, que afirmou que “estamos falando de objetos que foram vistos por pilotos da Marinha ou da Força Aérea, ou foram captados por imagens de satélites, que francamente se envolvem em ações difíceis de explicar, movimentos difíceis de replicar, para os quais não temos tecnologia”.
A parte que chamou a atenção do astrofísico nessa declaração foi justamente a referência a “imagens de satélites”.
“Claro, a citação de Ratcliffe é uma base insuficiente para dados científicos substantivos investigação. Mas dados não classificados, reunidos por satélites não governamentais, poderiam ser disponibilizados para abrir análises científicas. O progresso em nosso entendimento dos dados de imagens de satélite relacionados também pode resultar do novo escritório estabelecido recentemente pela Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) para o ano fiscal de 2022”, escreveu Loeb.
A menção ao escritório diz respeito à Emenda Gillibrand, já definitivamente sancionada pelo presidente Joe Biden no bojo da Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) para o ano fiscal de 2022. Devendo ser criado até meados de 2022, o novo órgão do governo terá autoridade para começar um esforço coordenado para coletar dados, reportar e investigar os fenômenos UAPs, melhorando significativamente o compartilhamento de dados entre agências sobre avistamentos do tipo.
“Se o novo escritório determinar que os objetos nos dados de imagens de satélite são tão incomuns que não podem ser feitos pelo homem e, portanto, não são uma questão de segurança nacional, então faria sentido sujeitar os dados à análise científica. De origem natural ou extraterrestre, será de interesse internacional e beneficiará a humanidade como um todo e enriquecerá nosso conhecimento científico compartilhado”, afirma o cientista.
Avi Loeb termina seu artigo falando sobre os protocolos para um possível contato com inteligências extraterrestres. Ele reforça que seria prudente iniciar a discussão em torno de acordo internacional sobre como a humanidade deve se envolver com um objeto visitante de origem extraterrestre.
“Devemos pesar os riscos e benefícios que resultarão de diferentes compromissos. A árvore de decisão sobre como proceder terá ramificações que dependem das propriedades e do comportamento dos objetos”, afirma.
Para ele, pode ser preciso contar com nossos sistemas de IA para descobrir a intenção de sistemas de IA extraterrestres.
______________
LEIA TAMBÉM:
Projeto Blue Book 2.0 vem aí: aprovada a emenda Gillibrand
Projeto Galileo tentará achar extraterrestres perto da Terra
Chris Mellon e Elizondo ajudarão Projeto Galileo a encontrar extraterrestres
Afinal, o asteroide Oumuamua é ou não é uma nave extraterrestre?
Ufólogos rebatem opinião de astrônomo do SETI sobre óvni Tic Tac