OVNIs de Campinas são balões, diz astrônomo
A tese vem sendo defendida pelo astrônomo Júlio Lobo, do Observatório Municipal de Campinas (Observatório de Capricórnio). Os objetos voadores não identificados observados nos dias 29 de novembro, 21 de dezembro e 1 de fevereiro tratavam-se, em sua opinião, de balões, preparados para causarem a confusão.
Em entrevista à Vigília, o astrônomo contou que presenciou o fenômeno em sua última aparição, no dia 1º de fevereiro. Em todos os episódios, as características foram praticamente as mesmas: uma luz maior de trajetória mais lenta, com brilho variável e pulsante, da qual aparentemente saiam luzes menores que seguiam em direção ao solo.
Júlio Lobo conta que observou o fenômeno duas vezes na noite de 1º de fevereiro. A primeira por volta das 21 horas, quando estava acompanhado de outros três colegas astrônomos. Eles estavam no observatório, montando um novo equipamento que havia chegado há pouco tempo. Lobo diz que sua atenção foi desviada para uma luz “esquisita” no lado Oeste do céu, pouco acima do horizonte, dificultando a observação pelos equipamentos fixos do Observatório.
Ele e os ainda colegas conseguiram montar uma luneta portátil, com aumento de 80x, para visualizar melhor. Inicialmente, o astrônomo conta que não pôde ver formas. Mas logo o objeto apagou-se e restou uma névoa alaranjada. Para os astrônomos estava ali uma clara indicação de que se tratava de um balão. E Lobo vai mais longe: o céu nublado cumpriria o propósito premeditado de mascarar a luminosidade da tocha, daí todos os avistamentos terem ocorrido sob esta condição de tempo.
Os colegas deram-se por satisfeitos com a explicação e foram embora, mas Lobo resolveu ficar e esperar para ter mais provas. Foi então que, aproximadamente à 1 hora, conseguiu, segundo diz, observar o fenômeno desde seu início: o balão subiu, desprendendo a “chuva de prata”, e a uma determinada altura ficou praticamente estático. Pouco depois, algum tipo de mecanismo teria acionado o que o astrônomo garante serem luzes estroboscópicas. Ele acredita que as luzes estavam fixas numa armação em forma de “T”, alimentadas por uma bateria.
“A gente só não sabe se é brincadeira de alguém ou objeto de alguma propaganda ou campanha promocional”, ponderou Lobo, que vem divulgando sua explicação na imprensa local.
O astrônomo não se mostra absolutamente cético quanto à estranheza de alguns fenômenos celestes. “Este objeto se enquadra nos 99,9% que a gente explica de uma maneira convencional. Agora, tem realmente os 0,1% para os quais a gente não tem uma explicação, não vou negar”, ressaltou.
No episódio de Campinas, diante dos argumentos que vem lançando mão depois de sua observação, Julio se espanta: “por incrível que pareça, mesmo a gente explicando direitinho, ainda tem gente que não quer aceitar que tenha sido um balão”, lamentou.
Seja o que for, a pesquisa em Campinas continua em desenvolvimento. A explicação do astrônomo e seu testemunho abrem outras perspectivas, mas novas informações estão sendo confirmadas e novidades podem aparecer a qualquer momento.