Astrônomos identificam 25 novos sinais FRBs repetitivos misteriosos

Astrônomos identificam 25 novos sinais FRBs repetitivos misteriosos
Radiotelescópio CHIME (Imagem: chime-experiment.ca)
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Uma equipe de pesquisa liderada pelo Canadá dobrou o número de rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês) repetitivas no espaço localizadas até hoje, adicionando 25 novas misteriosas emissões de rádio às já registradas. As FRBs — ou “sondas cósmicas”, como preferiram denominar os pesquisadores no anúncio da descoberta — são pulsos de rádio extremamente curtos e energéticos que emanam das profundezas do Cosmo.

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Mesmo conhecidas há mais de uma década, essas rajadas continuam a ser um enigma astronômico, pois os cientistas não têm certeza exatamente do que as causa e de onde elas vêm. E embora os astrônomos tenham identificado mais de 500 FRBs até o momento, apenas 25 foram observadas se repetindo – pelo menos até agora.

A nova pesquisa é fruto da colaboração CHIME/FRB (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment) com pesquisadores da UBC (University of British Columbia). Publicado no dia 26 de abril no The Astrophysical Journal, o estudo acrescentou mais 25 FRBs repetitivas à lista de observações da última década e sugere que talvez não tenhamos observado as “sondas cósmicas” por tempo suficiente.

Das rajadas de rádio que a colaboração observou de 2019 a 2021, algumas tinham apenas dois pulsos, enquanto outras tinham até 12. “Muitas sondas cósmicas aparentemente únicas simplesmente ainda não foram observadas por tempo suficiente para que um segundo pulso da fonte seja detectado”, disse o coautor do estudo Dr. Ziggy Pleunis, membro da equipe de estudo e pós-doutorando do Instituto Dunlap de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto, em um comunicado.

“Agora podemos calcular com precisão a probabilidade de que duas ou mais rajadas vindas de locais semelhantes não sejam apenas uma coincidência”, declarou o pesquisador.

Os astrônomos acreditam que as FRBs vêm de fora da Via Láctea e que podem ser núcleos densos de estrelas massivas explodidas com campos magnéticos fortes. Como as rajadas repetitivas têm características diferentes das FRBs eventuais, incluindo as faixas de frequências em que são captadas, os astrônomos consideram que elas podem se tratar de fenômenos completamente diferentes. Encontrar mais fontes repetitivas é fundamental para responder a essa questão.

Por que FRBs são “sondas cósmicas” e podem ajudar a entender o universo?

As rajadas rápidas de rádio intrigam os cientistas há mais de uma década. Mesmo na comunidade científica, eventualmente, elas ainda levantam suspeitas e não são completamente descartadas como potenciais sinais inteligentes oriundos de civilizações extraterrestres avançadas.

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Elas consistem em emissões de ondas de rádio de alta energia que duram apenas alguns milissegundos, mas que podem liberar mais energia do que o Sol em um ano. A origem e a natureza dessas rajadas ainda são um mistério. E são raros os casos de FRBs que têm intervalos regulares de tempo: elas representam apenas algo entre 2% e 10% do total de FRBs detectadas até hoje.

A importância das FRBs repetitivas é que elas permitem aos astrônomos estudar melhor as suas propriedades e tentar identificar a sua fonte. Uma das hipóteses é que elas sejam produzidas por estrelas de nêutrons altamente magnetizadas, chamadas de magnetares, que giram rapidamente e emitem pulsos de radiação. Outra possibilidade é que elas sejam originadas por buracos negros supermassivos que interagem com o gás e a poeira ao seu redor.

Os astrônomos acreditam que podem usar as FRBs como uma espécie de “sonda cósmica” para medir outras propriedades do universo, como é feito atualmente com pulsares para medir distâncias estelares e velocidades.

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“As FRBs que se repetem são ótimos alvos para outros telescópios, incluindo aqueles que podem medir suas posições com muita precisão e nos dizer de quais galáxias elas vêm”, diz a coautora do estudo Dra. Ingrid Stairs, professora do departamento de física e astronomia da UBC.

“A longo prazo, esperamos aprender muito sobre suas origens” acrescenta a Dra. Stairs.

Para isso, é preciso aumentar o número e a qualidade das observações das FRBs, o que requer o uso de radiotelescópios cada vez mais sensíveis e precisos. O CHIME é um exemplo disso, pois ele é capaz de monitorar todo o céu do hemisfério norte com uma resolução sem precedentes. Outros projetos, como o SKA (Square Kilometre Array), que será construído na África do Sul e na Austrália, também prometem contribuir para esse campo de pesquisa.

Jeferson Martinho

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