Interferência eletromagnética UAP preocupa associação aeroespacial nos EUA

Interferência eletromagnética UAP preocupa associação aeroespacial nos EUA
Uma tentativa de explicar a física envolvida nas capacidades dos UAPs, à luz da ciência atual (Imagem Ilustrativa)
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O Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica (AIAA), considerado a maior associação de profissionais do mercado aeroespacial do mundo, está preocupado com os riscos representados pela interferência UAP (ou FANI, fenômenos aéreos não identificados, ou UFOs) para a segurança de voos civis e militares em todo o planeta.

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Essa crescente preocupação, associada aos relatos emergentes dos profissionais da aviação e o momento efervescente do tema após a publicação de um relatório inconclusivo sobre UFOs pelo Pentágono, levou o Instituto a incluir um painel dedicado exclusivamente ao fenômeno UFO durante sua conferência anual, realizada ente 2 e 11 de agosto, em ambiente virtual.

O painel, realizado no dia 6 de agosto, foi tema de duas extensas reportagens do site The Debrief. O evento contou com a participação de seis membros, incluindo três cientistas: um da NASA, Ravi Kopparapu; um diretor de Projetos da Agência Espacial Europeia (ESA), Philippe Ailleris; Ted Roe, Diretor de Ciências do Centro Nacional de Relatórios de Aviação sobre Fenômenos Anômalos (NARCAP); além de um ex-piloto da Marinha dos EUA, Ryan Graves, alvo recente de vazamentos de vídeos de objetos voadores não identificados.

O AIAA afirma contar com a participação ativa de cerca de 30.000 especialistas da indústria aeroespacial e não está muito interessado na origem ou natureza dos UAPs, mas centrado numa preocupação mais prosaica: a segurança de tripulações e dos passageiros.

“Precisamos da ajuda de todos nisso e apenas o fazemos de forma transparente”, disse o ex-piloto da Marinha dos EUA Ryan Graves, um dos palestrantes ele próprio uma testemunha em primeira mão do fenômeno UAP.

“Por que, no final do dia, como eu disse, muito pragmaticamente, você sabe, estamos voando em torno de objetos a centenas de quilômetros por hora com as famílias das pessoas a bordo. É apenas uma questão de tempo, francamente [antes de haver uma colisão]. Estou surpreso que ainda não tenha acontecido”, disse.

O painel transformou-se numa sessão de quase cinco horas, destacando a necessidade da associação levar a sério esta situação de segurança emergente.

Cientistas palestrantes como o Dr. Kopparapu, que fizeram uma abordagem o problema do fenômeno óvni sob uma perspectiva científica, ressaltaram que não estão interessados em explicações que dependam de algum tipo de “física exótica”. Mas tiveram que lidar com a informação de que os avistamentos UAP remontam os anos 1940.

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Registros da NARCAP sobre interferência eletromagnética UAP

Ryan Graves lembrou que o relatório do Escritório Nacional de Inteligência (do Pentágono) indica que alguns UAP são objetos reais e estudá-los cientificamente não deve ser estigmatizado. Ele recomendou sessões adicionais sobre esse tema nas reuniões das principais entidades científicas e aeroespaciais. Finalmente, ele propôs que os dados históricos sobre UAP são cruciais e recomendou uma disponibilidade de rotina estabelecida quanto aos dados de sensores não classificados em UAP para análise científica revisada por pares.

Aparentemente, segundo ele, as tripulações civis atuais se sentem confortáveis ​​em enviar relatórios de segurança da aviação relacionados ao UAP, sem medo de retaliação, conforme os protocolos de relatórios padronizados da FAA.

Já o diretor do NARCAP, Ted Roe, fez uma análise muito mais ampla do fenômeno, com destaque para uma coleção de relatos de testemunhas levantados por sua organização que datam de 1916. Roe também fez um relato angustiante de um orbe de luz que ele testemunhou pessoalmente de perto, ao visitar um local onde lhe foi dito outros viram coisas semelhantes.

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Um aspecto que chamou a atenção na palestra do diretor do NARCAP foi sua exposição sobre relatórios ocasionais de interferência eletromagnética (EM) supostamente causada por UAP em aeronaves. Ele observou que 57 casos arquivados no NARCAP indicaram algum tipo de efeito EM conectado ao avistamento de um UAP, todas envolvendo objetos descritos da mesma forma, como “bolas de luz”.

Quando questionado pelo The Debrief para confirmar essa estatística, Roe disse: “todos os cinquenta e sete casos em que os pilotos registraram falhas simultâneas de sistemas elétricos a bordo, conforme relatado durante o incidente do UAP, descreveram os UAP como bolas de luz”.

Em resposta à pergunta de outro participante, ele também abordou relatórios históricos de acidentes potencialmente causados ​​por UAP, incluindo possíveis colisões com “discos voadores”. Mas o representante do NARCAP concluiu que nenhum desses relatórios tem dados suficientes ou confirmação independente para serem aceitos como fato um real, ou seja, um UAP ser a razão objetiva da queda de um avião.

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Redação Vigília

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