O vídeo espetacular de UAP entrando na água que foi ofuscado pela crise dos drones

O vídeo espetacular de UAP entrando na água que foi ofuscado pela crise dos drones
UAP transmídia: do céu ao mar, um mistério capturado em vídeo. Crédito - Reprodução/Weaponized/Youtube
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O lançamento do documentário “Investigation Alien” na Netflix (Investigação Alienígena, em português), liderado pelo jornalista e ufólogo George Knapp, trouxe à tona o que pode ser o primeiro vídeo feito por um civil de um fenômeno anômalo não identificado (UAP, na sigla em inglês) que também se comporta como um objeto submersível não identificado (USO, na sigla em inglês). A filmagem, feita por um arqueólogo submarino, captura um objeto luminoso descendo do céu e mergulhando nas águas do Canal da Mancha.

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A equipe responsável pela façanha estava inicialmente operando um ROV (veículo operado remotamente) perto da costa francesa da Normandia. Eles observaram um objeto iluminado a cerca de 200 metros de distância, que inicialmente estava parado e depois sumiu. O objeto retornou algum tempo depois, quanto então o UAP fez a incrível manobra. O local exato da filmagem era perto da extremidade sul da Ilha de Santa Rosa.

O registro bombástico, entretanto, acabou ofuscado pela crise dos drones misteriosos que têm causado pânico em instalações militares nos Estados Unidos e no Reino Unido. A coincidência de eventos levanta questões sobre o que está acontecendo nos céus e nos oceanos, enquanto os governos permanecem em silêncio sobre a natureza destes objetos.

Uma descoberta inesperada no mar

A filmagem do UAP transmídia foi feita por Rory Kremer, um arqueólogo submarino com mais de 20 anos de experiência. Kremer fazia parte de uma expedição comissionada para o documentário de Knapp, focada em buscar evidências de estruturas ou bases subaquáticas que pudessem explicar os avistamentos de UAPs na região. De acordo com Kremer, o objetivo principal era “ver coisas subaquáticas ou coisas que saíam da água que estivessem ligadas a UAPs”, e ele escolheu áreas onde havia “trabalho militar e arqueologia”.

Em entrevista ao podcast “Weaponized”, apresentado por Jeremy Corbell e pelo próprio George Knapp, Kremer deu mais detalhes do momento da filmagem:

“Eu estava em uma cadeira, puxando o cabo do ROV [veículo operado remotamente] da água na popa do barco. E Anthony Reynolds, que é dono de uma loja de mergulho em San Luis Obispo, estava me ajudando a tirar o cabo, e alguém da equipe de filmagem disse ‘O que diabos é isso?’. Quando olhei, estava a cerca de 150 ou 200 metros do barco, estava perto. Eu estava olhando em volta pensando: se isso for um veleiro vindo em nossa direção, nós vamos nos dar mal”.

O vídeo mostra um objeto luminoso, que parece uma esfera, descendo do céu e entrando na água sem emitir fumaça ou outros sinais de propulsão. A equipe ficou surpresa, pois o objetivo inicial não era registrar objetos no céu, mas sim anomalias subaquáticas. Kremer admite não ter explicação para o fenômeno, além de descartar que seja um sinalizador: “Um sinalizador ‘Willy Peter’ é a única coisa que conheço que ficaria suspensa no ar, mas isso não é um sinalizador, porque não há fumaça saindo dele”.

Depois de submergir totalmente, é possível ver ainda uma fonte de luz sob a água, uma luminescência esverdeada que fica mais forte antes de desaparecer.

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No vídeo da entrevista (abaixo), a partir de 50 minutos e 33 segundos, é possível ver a filmagem completa do objeto entrando no mar.

George Knapp reclama da ocultação da verdade

O jornalista e ufólogo George Knapp, conhecido por sua longa carreira investigando o fenômeno UAP, narra o documentário e lidera a busca por respostas. No documentário, ao ver a ver a filmagem de Kremer, Knapp simula sua confusão e espanto de quando teve a oportunidade de ver a evidência na primeira vez.

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“Não me diga que vai entrar na água. Que diabo! Então é isso que ele faz quando pensa que ninguém está olhando?”

Como era o tema central do trecho do documentário (entre o final do episódio 3 e início do episódio 4), para reforçar a tese apresentada, Knapp também levanta a possibilidade de que o UAP transmídia possa estar relacionado a uma base subterrânea [nota do editor: ainda que efetivamente faltem evidências no documentário para essa conclusão].

“Você acha que tem uma base lá embaixo?”, pergunta Knapp a Kremer. “Pode ser. Pode ser”, responde o outro.

Knapp argumenta que o governo está ocultando evidências da natureza extraterrestre dos UAPs: “Vou compartilhar isso com algumas fontes para, com sorte, obter mais vídeos como este divulgados ao público, para chegar ao fundo do que a inteligência não humana pode estar fazendo em nossos oceanos”.

Depois de mergulhar, UAP deixou região do mar com uma luminescência verde por algum tempo. Crédito: Reprodução/Weaponized/Youtube
Depois de mergulhar, UAP deixou região do mar com uma luminescência verde por algum tempo. Crédito: Reprodução/Weaponized/Youtube

Confirmando ou não a tese das bases submarinas apresentada nos dois episódios, o fato é que o registro em alta qualidade e em situação controlada obtido pela equipe é realmente impressionante.

A sombra da crise dos drones

Apesar da clareza e do potencial impacto do vídeo do UAP transmídia, o tema acabou ofuscado pela crescente crise dos drones misteriosos. Os céus da Europa e dos Estados Unidos têm sido palco de incursões por objetos não identificados que desafiam a tecnologia militar. Jeremy Corbell, parceiro de podcast de Knapp, sugere que os drones são o novo “gás do pântano” – uma explicação banal e sem sentido para algo que é complexo e inexplicável.

“Drones são o novo gás do pântano. O que os militares dizem é, ‘oh, sim, temos um monte de objetos de diferentes formas e tamanhos invadindo nosso espaço aéreo. Não sabemos de onde eles vêm, não podemos rastreá-los, não podemos derrubá-los, mas não se preocupe, é apenas gás do pântano’. Eles usam drones da mesma forma: ‘oh sim, são drones, talvez sejam estrangeiros, não sabemos de onde vieram. São de amadores, movidos a gasolina. Nada com o que se preocupar, mas não podemos rastreá-los, não sabemos quem os está voando, não podemos derrubá-los.'”, disparou Corbell.

Enquanto os governos se calam, o público fica com mais perguntas do que respostas. A falta de transparência alimenta a especulação e o medo, e o registro do UAP transmídia acaba sendo mais um quebra-cabeça em um mistério cada vez maior.

Capacidades de operação “transmídia” ou “multimeios” como são chamadas já haviam sido atribuídas a outros UAPs registrados inclusive em vídeo, mas em condições muito menos claras e fruto de vazamentos ou liberação de vídeos militares, como os casos do USS Omaha (2019) e o famoso e ainda polêmico Aguadilla, de 2003. Ainda assim, o novo vídeo de Rory Kremer para o documentário “Investigation Alien” pode representar uma peça chave na busca pela verdade sobre o fenômeno UAP e sua alegada habilidade de transitar livremente entre o ar e a água. O debate continua e a esperança é que mais informações e novas filmagens como esta tragam mais dados e novos insights para o assunto.

Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília.

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